Fanfic: Um lindo homen Vondy

Dulce controlou sua respiração, ciente de que havia algo naquele homem...algo estranho, misterioso, delicioso...

A reunião corria e ela não conseguia se concentrar, havia falado o que tinha que falar para cada chefe de seção e isso era tudo o que conseguiria fazer naquela sala. Algo estava inquieto, se remexendo, parecia haver um animal dentro dela que começava a lutar para sair, para se libertar...

Estava irritada, estava cansada, estava...

Suspirou ao ouvir a voz do chefe do setor de contabilidade, eles pareciam preocupados com sua ausência repentina por mais de duas semanas.

Roberto - Sabe que nos encontramos em uma transação delicada com a multinacional de Los Angeles, acha mesmo uma boa idéia tirar essas férias, logo agora? Precisamos de você Dulce, sabe disso...

Sim, ela sabia...

Mas sabia também que podia contar com aquelas pessoas, sabia também que eventualmente sua empresa estaria em boas mãos quando partisse.

Dul- Eu compreendo o grau da situação, eu mesma estava cuidado pessoalmente desta transação Roberto, mas não vejo o porque se preocuparem, contratei a cada um de vocês pela competência, eu tenho a certeza que ficarão bem a minha ausência, já conversei com Maite... - Viu sua Vice assentir orgulhosa, com um breve sorriso no rosto. - Eu estarei sempre disponível, tanto no sistema como no telefone, qualquer problema maior eu voltarei o mais breve possível. Não vejo o que dar errado nesta transação...E eu, bem eu tenho coisas realmente sérias a resolver... - Seu tom de voz o suficiente para deixar Roberto mais confiante, era um brilhante contabilista, mas ás vezes um tanto inseguro.

Dul - Maite ficará a par de tudo, inclusive nas de alta importância, mas, caso algo aconteça não tem o porque de se preocuparem, a procurem, é minha vice, se está em tal cargo é porque esta capacitada para isso.

Os presentes na sala assentiram, e como se algo mais forte do que ela a chamasse, Dulce levantou-se, dando a reunião por encerrada. Rapidamente despediu-se de todos deixando tudo acertado, pediu a sua secretária que anotasse como sempre os recados e que avisasse que ela entrava de licença.

Sempre muito eficiente Laís, havia compreendido tudo de primeira e lhe desejado boa viagem. Dulce agradeceu, realmente precisaria.

Mai- Dulce? - Dulce virou-se, vendo Maite caminhando até ela com a pasta preta de contratos na mão. - Preciso que assine o último contrato, esqueci de lhe falar na reunião. - Dulce lhe sorriu com sinceridade, caminhando até sua sala, lendo muito bem do que tratava para então depois o assinar. Pegou sua bolsa, prestes a sair.

Dul- Bem, estão é isso, tudo arrumado, acertado, está em suas mãos...

Mai - Dulce, é...eu. - engolia a saliva visivelmente nervosa. - Bem, sei que temos uma relação bem profissional, mas eu gostaria de lhe dizer que se precisar da minha ajuda e...bem você sabe, trabalhamos há tanto tempo juntas e... - Dulce sorriu, arrependendo-se amargamente por não ter feito uma amizade realmente forte com Maite, era uma boa mulher.

Dul - Sim eu sei, Maite...eu sei, querida. - Maite assentiu, e outro sorriso escapou novamente de seus lábios, aliviada por sua "chefe" ter compreendido sobre o que ela falava. - Ficará tudo bem, isso não é tão difícil...

Mai - Não, mas jamais vi alguém o fazer com a paixão que faz.

Dulce concordou, era perdidamente apaixonada por seu trabalho, por sua conquista, por sua vitória contra as duras palavras de sua mãe. Despediram-se novamente, e enfim Dulce desceu pelo elevador, ciente de que uma nova sensação lhe percorria...Sentia como se algo naquele lugar acabasse de mudar.

Olhou o relógio e viu que já se passara longas horas desde que havia deixado Christopher. Pierre havia lhe ligado, providenciando certas coisas das quais ela necessitava. E lhe reclamando que jamais havia visto alguém tão teimoso como o que ela escolhera para marido. Pierre havia ido ao encontro de Christopher para o ajudar, e Dulce sentia vontade de gargalhar ao se quer imaginar a guerra que aqueles dois seres haviam travado.

Merda, estava cansada, insuportavelmente cansada, e desejou ter sido o bastante esperta para tomar os remédios que eu médico havia lhe passado.

Havia horas que se sentia normal, saudável...

Mas havia horas que suas pernas enfraqueciam, o sangue parecia correr por suas veias de maneira lenta, e sua pele tornava-se ligeiramente pálida.

O elevador parou no térreo.

E ouviu alguns murmúrios de diversas pessoas que a olhavam e lhe sorriam.

Dulce franziu a testa, e pela primeira vez retribuiu o sorriso, cumprimentado algumas pessoas e mulheres que ali trabalhavam há bastante tempo e Dulce nem mesmo havia se dado conta.

Mas elas continuavam e a lhe sorrir, murmurando algo, apontando para algo que quando Dulce viu os passos se perderam de seus pés.

A primeira coisa que havia pensando era que os jornalistas estavam em peso na porta do edifício, mas não, não eram os jornalistas, estranhamente não havia um jornalista sequer na frente da Torredo Softwares.

Era um Deus grego.

Desses que sempre se via, mas que nunca se tinha.

Estupidamente maravilhoso que caminhava até ela.

Vestido com um terno escuro que Dulce jamais havia visto tão belo, um corte impecável, sedutor, insuportavelmente elegante.

Sapatos escuros, que recebiam o roce da calça que estava na altura certa para a estatura dele.

Deus, os cabelos aparados, molhados, sensualmente jogados.

 A barba bem feita, e o perfume, Dulce jurou sentir de onde se encontrava.

Mordeu os lábios e sentiu vontade de sorrir, aquele homem era Christopher Casillas? E só para completar, ele segurava um buquê enorme de rosas em suas mãos, chamativas, avermelhadas...

Ela voltou a caminhar em sua habitual elegância, ciente de vários olhos os cercando, a espera de ver um episódio inédito da vida de Dulce Torredo.

Oh, aqueles olhos...