Fanfic: Um lindo homen Vondy

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Capítulo: 18° Capítulo

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Optou por ali ficar, porque misteriosamente soube que aquele era o jeito delas. Aquilo era o que ambas orgulhosas faziam para manter o controle sobre as emoções. Nada falavam, apenas agiam superficialmente como se nada tivesse acontecido.

Terminaram de estender o lençol, e Blanca caminhou na direção de Christopher, com Dulce logo atrás dela.

Blanca parou na frente de Christopher, depositando em suas mãos a cestinha de pregadores, Dulce apontou a lavanderia e ele logo entendeu que era ali que deveria deixar, os deixou ao lado da máquina de lavar, e para sua surpresa Blanca já havia entrado e estava sentada em uma cadeira de frente para uma longa mesa de cozinha.

Christopher mirou Dulce com a testa franzida e se ela não estivesse tão tensa e emocionada também teria rompido em gargalhadas.

A situação era para lá de dramática e cômica!

Dulce sentou-se na mesa e estendeu-lhe a mão, Christopher entrelaçou seus dedos, ciente de que agora viria a onda inevitável de perguntas.

Blanca mirou Dulce e qualquer um pode perceber que ela tremia ligeiramente.

 

Blanca - Quando te casou? - foi o que perguntou, e Dulce notou o tom de ressentimento e sua voz.

Dul - Faz pouco tempo, apenas algumas semanas.

Blanca não fez mais perguntas em relação a isso, sacrificando ouvir o porque de sua única filha não havia lhe contado que havia se casado. 12 abr Milα

Dul - Escute mãe, eu...

Blanca - O rapaz faz o quê? - Dulce calou-se, era hora de Christopher entrar em ação, e o pior não tinham combinado exatamente nada.

Chris - Sou empresário como Dulce. Trabalho com programas de computadores como ela. Só que eu compro uma idéia, faço algumas modificações e a vendo com outro preço no mercado. - Blanca assentiu, fazendo uma careta e Dulce apertou a mão de Christopher. - Bem, é uma prazer conhece-la Dona Blanca, ainda mais eu um dia de verão... - calou-se, com outro aperto da mão de Dulce - Bem, sou muito sortudo por ter sua filha como esposa.

Blanca - É, deve ser... - o mirou de cima a baixo com o mesmo olhar inquisidor, e Christopher lembrou-se das piadas malvadas sobre sogras. - Como se conheceram? - Dulce preparou-se para responder, mas o olhar de Blanca lhe disse que queria que ele respondesse, Dulce respeitou, devia isso a sua mãe, mesmo que fosse a mentira mais deslavada que já contará.

Chris - Conheci Dulce em uma festa...- mirou Dulce deixando um sorriso escapar. - Ela iria ser atropelada por alguns garçons atrapalhados e eu cheguei a tempo de que várias tacinhas arruinassem todo o figurino da noite. Ela estaria banhada de vinho tinto em uma noite que estava sendo homenageada pelo recorde de vendas de um programa bastante famoso desenvolvido pela empresa dela. - Dulce deixou de sorrir e o olhou nos olhos, questionando se ele realmente havia lido aquela reportagem. - Bem, logo depois eu não pude mais a soltar...Quando vimos estávamos no chão, com todos olhando, foi um episódio e tanto, não é querida?- Dulce sorriu, assentindo, o olhando de forma estranha, despertando em Christopher sensações ainda mais estranhas.

Blanca - Dormiu com ela antes de casar?

Dul- MAMÃE! - Dulce quase gritou com os olhos arregalados, tão vermelha quanto os morangos da fruteira.

Christopher sorriu mirando Blanca, que parecia tão tranqüila como se estivesse perguntando a previsão do tempo.

Blanca - Dormiu com ela antes do casamento? - perguntou para Christopher, e a situação deixou de ser engraçada, Christopher até podia imaginar Blanca correndo com uma faca na mão atrás dele, dizendo que havia tirado a inocência de sua pobre menina.

Dulce baixou a cabeça, entregando nas mãos de Christopher.

Maldita seja, e agora o que diria?

Pigarreou, mirou os olhos de Branca.

 

Chris - Não senhora...Eu e Dulce...

Blanca - Ahh moleque, quando nasceu eu já era bem grandinha!

Christopher franziu a testa, mirando Dulce como quem agora nada entendia.

Blanca - Deixe isso para lá, sim? Servirei o almoço em algumas horas.

Dul - Mãe...

Blanca - Agora não Dulce, depois...Podem ir trocar de roupa, o seu quarto é o da esquerda.

 

Dulce permaneceu calada, vendo como sua mãe após ver algo na pia caminhava com rapidez para dentro a sala e por ali desaparecia.

Fechou os olhos com pesar, baixando a cabeça e em um gesto freqüente brincou com sua aliança, a girando em seu dedo.

Christopher pode ver a confusão de pensamentos e sentimentos que nela se fazia presente. Mais uma vez desejou lhe abraçar, lhe cuidar...

 

Aquela mulher não era em nada a mulher que havia salvado de um caminhão.

Dul - Eu não deveria ter vindo.- murmurou com um sorriso triste no rosto, mirando Christopher nos olhos. - Não deveria ter enfiado você nessa cilada. Eu não deveria ter feito isso... - negou com a cabeça, com seu sorriso desaparecendo de seu rosto. - Deveria ter ficado em casa, na minha empresa, com as minhas coisas... - voltou baixar a cabeça, emocionando-se. - Imagine quando terei a oportunidade de falar a ela o que vim falar, e... - calou-se, erguendo os olhos novamente para Christopher, que se mantinha seguro. - Bem, está fazendo bem o seu papel... - sorriu-lhe, mas ele não sorriu a ela. - Foi convincente, quer dizer, pelo menos para mim.

Chris - Costumo fazer bem meu trabalho.

Oh sim, Dulce quase virou o rosto para que ardesse o outro lado na mesma proporção. E queria o quê? Falava o que queria, era certo que escutaria o que não queria. Era hora de parar de fazer daquela relação algo quase genuíno, que Diabos estava acontecendo com ela?

Era aquela maldita Priori que lhe confundia os sentidos e seu modo de agir.

Levantou-se e Christopher logo fez o mesmo, em silêncio caminharam pela casa onde não havia nenhum único sinal de Blanca.

Dulce encontrou o quarto que supostamente era seu, na porta ainda havia um enfeite que ela tanto adorava em sua adolescência. Achou estranho sua mãe ter o guardado, achou estranho que Blanca lhe tivesse ali naquela casa feito um quarto.

Entrou no quarto e de deparou com uma cópia idêntica de seu próprio quarto na casa anterior. A cama ainda de solteira com a colcha de retalhos com várias cores, o coração de pelúcia, as diversas almofadas e bichinhos, o baú ao pé da cama que ainda levava sobre o mesmo as duas mantas preferidas de inverno de Dulce. A penteadeira rosa, reformada, porém, com o mesmo aspecto.

O guarda-roupa longo, que se ela abrisse, saberia que ainda possuiria suas roupas.

 

Chris - É difícil imaginar que um dia dormiu em um quarto como esse.

Dulce o olhou, era de se esperar tal comentário de qualquer pessoa que a conhecesse, visse onde morava, como se vestia.

Dul- Não gosto do rosa... - apontou para os lugares que continham rosa no quarto, e eram vários. - Mamãe adora rosa, mas eu nunca gostei muito do rosa.

Apontou para si mesma, e Christopher entendeu que ela havia se vestido daquela maneira para agradar a Blanca.

Dul - Eu não gostava dos laços que elas colocavam nos cabelos ao domingos quando tinha missa, não gostava da maneira que se reunião para tomar chá enquanto os homens e os maridos discutiam diversos assuntos na sala ao lado...Não gostava do modo como ela tratava meu pai, ou como era submissa a ele mesmo quando era o mesmo que errava...Não gostava de bordados e nem de os fazer, não gostava dos vestidos longos e nem dos sapatos baixos...Não gostava do fato que eu não pudesse usar maquiagem e nem de não poder mudar a cor dos meus cabelos como as mulheres dos filmes de Hollywood faziam. Deus, eram tantas as coisas que eu não gostava!

 

Sentou-se em sua cama, pegando seu travesseiro de bichinho.

Chris - Por que realmente voltou Dulce? Não veio somente porque sentiu saudades. - Ela o olhou nos olhos, e tudo o que pode fazer foi ser sincera.

Dul - Não, não foi só por isso.

Chris - Então porque outro motivo foi? As pessoas gostam de você, aquelas pessoas no hotel sentiram sua falta...Até sua mãe sentiu sua falta.

O silêncio reinou e Christopher, compreendeu que ela nada falaria.

Ele também nada falou, pelo preço que ela pagava , tinha o direito de guardar para si seus motivos. Mas mesmo assim, não pode deixar de perguntar.

 

Chris - Brigou com sua mãe antes de partir?

Dulce levantou-se da cama, criando coragem e abrindo seu armário, passando a mão pelos diversos vestidos de diversas cores, velhos, empoeirados, pequenos.

Dul - Eu apenas fui. - respondeu. - Não pedi a permissão nem a benção, eu apenas arrumei minhas coisas, entrei em um ônibus e fui, e esse é um dos motivos pelos quais ela jamais me perdoará...Veja só, eu estava sufocada! Vivi sufocada aqui em Priori, a vida que elas levavam... - gesticulou com as mãos, comprovando que nada apreciava na vida que elas levavam. - E não podia... - disse de simples, mais emocionada do que pensara. - Eu não podia ficar aqui.

Ele assentiu levantando-se, caminhando até a grande janela do quarto ali parando e dando realmente o assunto por encerrado, não se preocupou em ver se ela chorava ou não, se estava bem ou não...

 

Dulce era do tipo de mulher que talvez não necessitasse ser protegida.

Era o tipo de mulher que se algo acontecesse em um minuto, no próximo ela estaria recomposta, dizendo alguma frase ou distribuindo um olhar arrogante.

Chris - O que vai fazer agora? - perguntou sem a mirar.

Dul - Ficaremos para o almoço. - Ela disse com veemência e ele soltou um sorriso irônico, oh sim, a voz vulnerável e frágil já havia desaparecido! - E depois eu não sei, quero tirar essa merda de roupa, botar um casaco porque em menos de uma hora o frio será intenso.

Chris - Como quiser. Quer que tire a mala do carro?

Dul - Quero que pare de me falar assim!

Christopher virou-se para ela, notando como levava as mãos na cintura e o nariz alto e empinado, sim, começariam outra discussão. 

Chris - E posso saber de que jeito a madame quer que eu fale?

Dul - Que Diabos é o seu problema?

Chris - Trate de baixar esse seu nariz Dulce, eu já lhe disse que ele não me intimida em nada.

Dul - É um bipolar! - ela quase gritou. - Em uma hora me escuta, e em outra age como se minha voz lhe irritasse, como se fosse somente um empregado esperando minhas ordens!

Chris - E não sou? - ela calou-se, diante do tom baixo que ele havia feito tal pergunta. Ele era maluco ou coisa parecida? Antes mesmo havia dito com seu tom arrogante não era um empregado dela, que ela necessitava dele, e blá, blá, blá.

Dul - Inacreditável! - ela disse, batendo as mãos na lateral do corpo. - Quer saber? Faça o que bem entender, eu não estou a fim de discutir com você moleque!

Chris - Moleque? Eu? Tem a certeza?

Dul - Sim, tenho a certeza, pois está agindo exatamente como os moleques mimados da cidade. Se algo não lhes agrada ou não sai do jeito esperado fecham a cara, ficam mudos ou fingem que você não existe...Inferno Christopher, se quiser pode voltar para a sua maldita casa, eu não mandei que viesse. Se não está satisfeito com a patroa, peça demissão, querido, fique a vontade, eu farei questão de lhe pagar cada libra que devo.

Disse em tom mais alto antes de sair pela porta batendo a mesma, deixando Christopher ali, parado no mesmo lugar com ganas de a pegar pelos cabelos, a botar em seu colo e lhe dar umas boas palmadas.

Descreveu um moleque mimado, quando tudo o que ela dissera não era ninguém menos do que ela mesma.

Arrogante, excêntrica, presunçosa!

Chris - O mundo não gira em torno do seu maldito umbigo Dulce, não estamos na cidade e você não está comandando o bando de peões como faz em sua empresa. - gritou.

Dul - Vá para o inferno Christopher! - ela também gritou de algum lugar do corredor. E logo depois os passos de seus saltos não eram mais escutados.

Chris - Maldita mulher! - murmurou, fechando os olhos, adquirindo a calma necessária para não...

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