Fanfic: Um lindo homen Vondy

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Capítulo: 25° Capítulo

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Christopher mirou Blanca e lhe sorriu, dizendo silenciosamente a ela que permitisse esse cuidado, que permitisse que sua filha lhe dirigisse tal preocupação por algo que era realmente mínimo.

Por fim Dulce, achou a caixinha de primeiros socorros, com rapidez caminhou sobre os saltos, que lhe pareciam confortáveis chinelos. Limpou a mão de sua mãe e mesmo vendo que era um pequeno corte não teve menos cuidado e delicadeza, após lhe passar o remédio e um band-aid sentiu-se orgulhosa pela tarefa.

Dul - Pronto, agora se sente na sala que eu dou um jeito nesses cacos.

Chris - Nada disso, as duas para sala que eu dou um jeito nos cacos.

Blanca - Não há necessidade e... - calou-se. - Ok, eu vou !

Ambas deixaram a cozinha em silêncio, com lentidão terminaram de ajuntar as fotos guardando tudo novamente na grande caixa decorada com fitas e adornos rosas.

Dul - Foi uma boa tarde. Havia me esquecido de como tia Elza é engraçada.

Blanca - Está uma velha ranzinza de primeira! -sentou-se no sofá, observando uma foto em particular.

Dul - Madalena que em nada mudou, e lindos são os filhos de Anahí, possuem os olhos de Alfonso.

Blanca -Sim, são boas crianças, educadas, carinhosas, arteiras como todas, mas são muito graciosas. - Dulce assentiu, sentou-se no sofá à frente de Blanca, brincando com sua grossa aliança. - É um bom rapaz esse que arranjou Dulce.

Dulce assentiu com um sorriso abrindo-se em seus lábios, tirou os sapatos, massageado os pés.

Dul- Sim, ele é um ótimo rapaz.

Blanca - Porque voltou? - perguntou de forma imediata e Dulce deixou de sorrir a mirando nos olhos, vendo o quanto sua mãe encontrava-se emocionada.

Blanca - Sabe há quanto tempo venho te esperado? - Dulce baixou a cabeça, engolindo o choro. - Sabe há quanto tempo às pessoas perguntam-me sobre minha filha e tenho que inventar histórias! Eu não sabia que tinha se casado Dulce. Deus, te fiz tão mal para merecer tamanho descaso?

Dul - Blanca...

Blanca - Não, me escute aqui você... Eu entendo que não foi a melhor forma de eu lhe dizer para que não se fosse, seu pai em nada opinava e eu tinha que a manter aqui de alguma forma...Pelo amor de Deus, tiveram dias que eu nem sabia se estava viva! Vive sua vida rica e perfeita na Cidade Grande e simplesmente abandonou tudo o que era...

Dul - Não diga isso porque não é verdade...Sabe muito bem que eu sabia de cada coisa que acontecia com a senhora, que eu...

Blanca - Não voltou para o funeral de seu pai...Não voltou quando eu adoeci.

Dul - Eu sabia que estava segura e sabia que de nada adiantaria minha presença aqui. Papai já não mais me veria. - Levantou-se com o coração aos saltos e as emoções à flor da pele. - Não aja como vítima mãe, porque você sabe que não foi...Eu sei que errei, que falhei como filha mas você também... - lhe apontou com pesar. - Você também me falhou e foram tantas vezes que já mal posso recordar ou enumerar. Desde sempre soube que eu não era como elas, que eu nunca seria como elas. - Mirou sua mãe deixando finalmente que as emoções explodissem - E mesmo assim tentou me moldar, me colocar em um lugar do qual eu não pertencia, me fazer o modelo perfeito de mulher esposa e mãe.

Blanca - Não foi assim...

Dul - Foi. - disse com veemência, com sua voz soando mais dura do que queria. - Fazia de tudo para que eu fosse como Anahí, para que me vestisse como ela, me comportasse como ela, me sufocava, sempre me sufocou! Sempre soube que eu queria mais do que ser pateticamente submissa ao meu marido como à senhora era. Sempre soube que eu não me contentaria em que me arrumasse um bom casamento, virasse uma cozinheira, lavadeira e passadeira para um homem que certamente me trairia como aquele maldito Alfonso faz com Anahí e vocês sabem...Todas vocês devem saber, Deus ela mesma deve saber!

Mirou os olhos de Blanca que já não mais seguravam as lágrimas, mas se mantinham ali firmes, altos, orgulhosos.

Dul - Você sempre soube mãe, sempre soube que eu queria mais do que isso...Que eu queria ser respeitada, me sustentar, ter meu dinheiro, trabalhar!

Blanca - Nem ao menos você sabia o que queria menina! - Levantou-se também, tomada pelas emoções. - Sempre foi tão independente, tão cheia de si e orgulhosa! Sabe porque jamais voltou? - Disse com o tom mais firme e profundo, caminhando para perto de Dulce que também chorava. - Não voltou porque tinha medo do que eu pensaria de ti, sempre foi assim, fazia o bem entendia mas quando voltava tinha medo.

Dul- Eu tinha medo porque sempre tinha algo que me questionava, sempre havia algum erro, jamais fui boa o suficiente para você, jamais cozinhei bem o suficiente ou tirei o pó bem o suficiente!

Blanca - Não é verdade, sabe que não era verdade.

Dul - Agora vai me dizer que tem orgulho de mim? - elevou a voz. - Tem razão, você tem toda a maldita razão, estou vestindo esse terno pateticamente rosa porque você adora rosa, não eu. Porque por mais que eu fizesse o que me dava na telha, eu fazia querendo que você reconhece...

Blanca - E eu reconheci...

Dul - Não mãe... Reconheceu aquilo que a agradava à senhora. Mandei um convite para a minha formatura, mandei-te uma carta quando passei na faculdade, quando arranjei um emprego...Não me respondeu, porque sabia que a sua praga havia falhado.

Blanca - Deus te ajude, jamais lhe rogaria uma praga, E SABE DISSO.

Dul - Não, pois eu bem poderia esfregar em sua cara que sou rica, que sou independente, que sou forte, que tenho a metade do mundo aos meus pés sem precisar lavar, passar e cozinhar. - Blanca calou-se, com os olhos bem abertos a mirando com emoção. - Também não esteve quando adoeci mamãe, também não esteve quando quase perdi todo o meu patrimônio, quando me separei de meu ex-noivo! Também não esteve em meu primeiro prêmio, não esteve comigo quando comprei minha casa, quando mudei minha empresa de prédio, quando me tornei bem sucedida, respeitada...Então não me julgue porque você, logo você não tem o direito de o fazer. Sempre esteve preocupada com a goma das camisas do papai, com a barra do seu vestido ou com seu penteado perfeito. EU NÃO SOU COMO VOCÊ, NUNCA FUI COMO VOCÊ OU COMO ELAS, E FOI POR ISSO QUE JAMAIS SE ORGULHOU DO QUE EU ME TORNEI... - Soluçou com pesar vendo Blanca sentar-se na poltrona novamente, cobrindo o rosto banhado pelas lágrimas com as mãos.

Dul - Eu me orgulho do que tenho mamãe. - sussurrou com um fio de voz. - E Deus sabe que tudo o que eu sempre quis foi que a senhora também se orgulhasse. - Sentou-se ao sofá, cobrindo também seu rosto com as mãos.

Choraram...ambas.

Sem fazer muito barulho, recolhidas em um espaço que jamais seria invadido ou quebrado.

 

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