Fanfic: Um lindo homen Vondy

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Capítulo: 47° Capítulo

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Dr Rúbens - Olá Torredo. Ficamos de nos falar hoje pela noite se lembra? Como você não me ligou para dizer se as medicações estavam fazendo efeito, decidi ligar, saber como está, aqui no hospital temos uma rígida política de preocupação e acompanhamento com nossos pacientes.

 

Dulce demorou-se a responder. Estranhamente seus olhos não podiam se desconectar dos olhos de Christopher.

Reparou como ele franzia a testa, cerrando os punhos, como se sentisse dor, como se algo estivesse o machucando.

Também franziu sua testa, ávida por saber o que acontecia, ávida por saber porque estava tão preocupado, tão machucado.

Será que sabia?

Será que já podia sentir que ela lhe mentia?

Seu coração deu um salto, e de maneira imedita procurou alguma saída que não lhe denunciasse.

Dul - Doutor Rúbens, agradeço seu convite para o coquetel de inauguração da nova ala do hotel, mas estou de viagem, não poderei aceitar esse compromisso.

O silêncio no telefone aconteceu exatamente como Dulce soube que aconteceria. Engoliu a saliva de forma discreta, mantendo seus olhos fixos e já avermelhados nos olhos de Christopher. Desconfiou de jamais em sua vida havia mirado um homem com tamanha intensidade. Era o coração dele ou o dela que batia daquela forma?

Dr Rúbens - Entendo. - Foi o que ele respondeu e Dulce quase chorou de alívio, assentiu com a cabeça, encenando como se ele estivesse lhe falando alguma coisa. Fingiu sorrir, fez uma careta como se estivesse incomodada com a ligação. - Não pode falar agora? Ainda não contou para sua mãe?

Dul - Não Doutor, temo que não terá jeito, sei o quanto minha presença é importante, sei que terá a presença da imprensa, mas realmente ficará para uma próxima vez.

Dr Rúbens - Escute com atenção, tome os remédios e antes eles acabem volte, Dulce. Preciso lhe examinar, fazer novos exames. São os remédios que seguram seus sintomas, seja consciente, você sabe a forma como acontece, a forma como ficará se não tiver a devida atenção e conforto.

 

Dulce assentiu como se seu médico pudesse lhe ver naquele momento, permaneceu com os olhos cravados em uma sintonia irreal com os olhos de Christopher, tantas coisas se passaram por sua cabeça que sentia a mesma protestar, dizendo que já era demais, que...

Precisava responder.

Dul - Agradeço mais uma vez seu convite Dr Rúbens, fica para uma próxima vez, sim? Boa noite, até mais. - Desligou o celular, o apertando com força em suas mãos, esperando que seu coração voltasse a bater de forma normal.

Oh sim, era o seu coração que batia daquela forma.

Pela primeira vez desviou os olhos dos olhos de Christopher, observando que Anahí saia do banheiro, sorrido daquela forma tão terna e carinhosa, com os olhos ainda brilhantes de fascinação pelo vestido que usaria.

Sua velha amiga percebeu que algo se passava por trás do que os olhos humanos poderiam ver. Não disse nada, como se compreendesse sorriu para Dulce, que apenas balançou a cabeça e com um sorriso fraco que lhe agradeceu pela compreensão.

 

Dul - O que houve Christopher?

Perguntou, ciente de que aos poucos algo nele se tranqüilizava.

Dul - Aconteceu algo lá em baixo com Alfonso?

Chris - Está doente? Porque seu médico ligaria em seu celular?

Ele foi direto ao ponto ela percebeu, não hesitaria em lhe mentir.

Dul - Ligou para me chamar para a inauguração da nova ala do hospital em que trabalha, certamente já ouviu falar do hospital...

Chris - Rodrigues Cruzes. - Dulce assentiu, era certo que ele conhecia, era um dos mais famosos e renomados da Capital.

Dul - Exatamente. Minha empresa, a Torredo, patrocina algumas alas do hospital. Reformas, alguns aparelhos, funcionários que fazem trabalho voluntário. - Quase se perguntou em voz alta porque a Torredo realmente não fazia aqueles tipos de trabalhos, porque nunca havia pensando em dar a um importante e respeitado hospital aquele tipo de ajuda? - Dr Rúbens fez questão de me convidar para esse evento, mas como aqui estou, não poderei ir.

Os olhos de Christopher tornaram-se ainda mais intensos e Dulce, chegou a cogitar a hipótese de ele saber que ela mentia.

Mentia para proteger seu segredo.

Engoliu a saliva e não ousou falhar naquele momento.

Descobriu que Christopher era mais intenso e muito mais observador do que imaginara, uma única falha e tudo estaria perdido.

 

Chris - E porque o médico do hospital te ligaria e não o Presidente? Você realmente não tem cara de quem trata desses assuntos com empregados Dulce, você vai direto ao ponto, vai onde lhe interessa e bem sabe que seus olhos não estão costumados a olhar para alguém que esteja a baixo de você.

 

Aquele questionamento a surpreendeu mais do que a ligação de seu médico.

Sua testa se franziu e ele percebeu que havia sido duro demais.

Mas não mudou a postura rígida e imóvel, e seus olhos não a deixaram de olhar daquela maneira arrepiante.

Dul - Sempre tratei com Dr Rúbens. Possui um cargo importante no Hospital, é um homem de confiança, além do mais a ala que será inaugurada será a de um projeto dele. Por um acaso conhece o Doutor Rúbens? - Ele pela primeira vez desviou o olhar, e foi aí que as suspeitas de Dulce se aguçaram. - E porque tudo isso por um telefonema? Por um convite? O que há de tão errado e de tão ofensivo para que eu receba tanta ignorância da sua parte?

Chris - Não conheço seu médico, Dulce.

Dul - Então porque está irritado?

Chris - Não estou irritado.

Dul - Então porque agora mente?

Chris - Você não tem nada a ver com isso.

Dul - Sobre o que está falando?

Chris - Eu disse que você não tem nada a ver com isso.

Dulce calou-se diante do tom de voz grosso e mais alto do qual ele lhe disse as últimas palavras, mirou o relógio e desgraçadamente notou que, mais uma vez, preocupada demais com a reunião, com os preparativos, distraída pelo momento e pela atenção que havia dedicado a Anahí, havia esquecido do remédio.

Mas não era o remédio que agora lhe captava a atenção.

Precisava saber o que acontecia, e precisava saber agora.

Nada disse, voltou a o mirar nos olhos e dessa vez a intensidade assustadora veio da parte dela, caminhou em passos lentos até ele, procurando seu olhar que se escondia em um ponto na escuridão.

Dul - Quantos segredos, Casillas. - murmurou, erguendo o queixo, mostrando a ele que não estava contente pelo assunto e nem pela forma com que ele a tratava. - Está irritado? Ótimo, fique aqui irritado que eu irei voltar para a sala com os meus amigos. - Preparou-se para sair do quarto, mas de forma surpresa foi impedida pela mão de Christopher, que lhe segurou com força pelo braço. Aquilo a machucou levemente, e seu coração pareceu saltar do peito.

Chris - Escute.

Dul - Se já se cansou da brincadeira, fique a vontade para cair fora.

Chris - Estou dizendo para me escutar...

Dul - Você está me machucando.

Chris - O que veio fazer aqui Dulce? - perguntou, contendo a força de sua mão, a trazendo para mais perto de seu corpo. - Hum, diga-me Torredo, que diabos veio fazer nessa cidade, nesse fim de mundo que nada entra no seu estilo de vida? O que esconde da sua mãe, o que esconde de mim? - Com um forte puxão Dulce livrou-se da mãos de Christopher, alisou os braços, suspirando com força, o olhando com a testa franzida, irritada, raivosa, com medo.

Dul - Porque está fazendo isso? O que foi que te deu? O que há Christopher? Há menos de 30 minutos estava tudo bem e agora me trata dessa forma? O que foi que eu te fiz? Porque me olha dessa forma? - Christopher engoliu a saliva e deu um passo para trás, afastando-se dela, procurando seu controle no fundo de suas entranhas.

Era um idiota por estar agindo daquela forma, Deus Santo o que acontecia com ele? Ela acabará de lhe explicar o telefonema, ela acabara...

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