Fanfic: Um lindo homen Vondy

Anahí - Bem, acho que estamos atrapalhando o momento "recordar" dos pombinhos, Alfonso! - Alfonso assentiu sorrindo, levantando-se e erguendo com delicadeza sua mulher.

Dul - Não. - levantou-se rapidamente. - De forma nenhuma, não digam uma coisa dessas! Não atrapalham nada, é que apenas tenta me lembrar do vestido que Christopher falava.

Alfonso sorriu.

Alfonso - Estamos brincando, já é tarde! Any bebeu vinho demais. - sorriu para a mulher, lhe acariciando as bochechas coradas pelo calor e pelo álcool. - As crianças acordaram cedo para a compra das roupas da festa.

Any - Que deixamos para a última hora!

Alfonso - Exatamente.

Anahí - E mamãe e Tia Elza precisam descansar!

Dul - Tem razão, então aceito as despedidas, mas repetiremos o programa antes de eu voltar para a cidade!

Anahí - Não voltará para a cidade!

Dul - Como? - Anahí sorriu, abraçando-se a amiga para então lhe dizer mais uma vez .

Anahí - Você Torredo, não voltará! -Dulce sorriu negando com a cabeça, entendendo que realmente a amiga, não acostumada com álcool, havia bebido tacinhas demais.

Chris - A coloque debaixo do chuveiro frio, Alfonso! - Alfonso gargalhou, agarrando a lateral do corpo Any que se apoiou nele, levemente zonza.

Alfonso - Torredo? Direi a sua mãe que embebedou a minha mulher!

Dulce negou com a cabeça sorrindo, levando juntamente com Christopher,

Alfonso e Anahí até a porta, que após abraços, risos, despedias e combinações de horários para a grande festa, entraram no carro estacionado logo a frente, esperando um dos motoristas que guiaria o carro de Dulce, para buscarem Blanca.

Dulce pegou as chaves do seu carro e o mais rápido que pode tratou de pegar sua bolsa.

Chris - Onde pensa que vai?

Dul - Onde eu penso não, eu irei buscar a minha mãe.

Chris - Dulce, deixe...

Dul - Não. Fique refletindo Doçura, não foi um bom garoto.

Christopher não protestou.

Chris - Tome cuidado.

Dul - Eu sempre me virei sem você.

Dulce seguiu o carro de Alfonso e Anahí que lentamente fazia o caminho até o hotel, onde já na porta encolhida pelo frio, Blanca lhe esperava.

Sua mãe despediu-se das amigas. Do carro Dulce acenou, mandando um grande beijo para Elza. Ligou o aquecedor, acenou para Anahí e Alfonso dando partida no carro.

Dul - Logo ficará quentinho. - Blanca assentiu. Observando como Dulce de maneira atenciosa voltava a pegar a pequena e breve estradinha até de volta sua casa.

Blanca - Se divertiu? - Dulce assentiu, mirando sua bolsa e o relógio.

Precisava tomar o remédio, e precisava tomar logo.

Dul - Foi uma reunião muito agradável. Anahí se excedeu no vinho. - Sorriu, negando com a cabeça. - Demos boas risadas, lembramos os velhos tempos, foi muito divertido. E vocês o que fizeram?

Blanca - O que fazemos todos os dias que antecedem a grande festa. Escolhemos os vestidos, damos uma boa olhada no cardápio e ajeitamos tudo com o padre da paróquia.

Dul - O Padre continua o mesmo?

Blanca - Sim, o Padre Pedro é o mesmo.

Dul - Puts, pensei que já tinha virado múmia! - Blanca arregalou os olhos lhe mirando e Dulce franziu a boca, ciente de que ouviria uma baita bronca por se dirigir ao padre daquela forma tão "desrespeitosa"

Mas o que ouviu foi à estranha gargalhada de sua mãe.

Blanca - Ah menina, você não muda!

Dulce sorriu de forma travessa, acariciando a mão de Blanca quando mudou a marcha do carro. Recebeu de volta o mesmo carinho, o mesmo olhar saudoso.

Estacionou o carro na garagem e apertada para ir ao banheiro Blanca saiu rapidamente do carro. Dulce aproveitou a brecha, pegou sua bolsa no banco traseiro, com pressa a abriu tirando dali os dois vidros de remédio que logo lhe ofereceram as suas pílulas que necessitava.

As enfiou na boca se uma só vez, encostando a cabeça no banco, sentindo seu estoma se revirando, sua cabeça levemente tonta, sua testa formando aquela fina capa de suor. Guardou os frascos no bolsinho de sua bolsa, criou coragem para se levantar. Trancou o carro, caminhando até a porta de entrada.

A mesa central da sala já estava arrumada, a louça empilhada na pia e o andar de baixo completamente vazio.

Ele havia ido dormir?

Estava refletindo?

Não procurou pensar nisso agora.

Sentou-se na poltrona esticando as pernas, fechando os olhos, respirando com força, esperando que o remédio começasse a fazer seu efeito milagroso.

Sabia que a situação estava piorando, que o tempo era pouco que...

Blanca - Isso é o que dá beber vinho demais. Seu marido não lhe ensinou a quantidade ideal para uma mulher? - Dulce sorriu, preferindo imensamente que sua mãe acreditasse que o vinho lhe fazia mal. - Onde está Christopher?

Dul - Tomando um banho talvez, não sei ao certo.

Blanca - Brigaram mais uma vez.

Dul - Quando ele quer é um estúpido.

Blanca - Você também! - Dulce abriu os olhos mirando sua mãe que não parecia brincar. - Sabe que digo a verdade.

Dul - Oh sim, mamãe, você sempre diz a verdade!

Blanca - Quer um desses remédios do estomago? - Dulce voltou a fechar os olhos, negando com a cabeça.

Dul - Não, logo passará, apenas alguns minutos e estarei bem.

Blanca - Está suando frio e está pálida. Aliás, já foi ao médico Dulce? Fica pálida com muita facilidade.

Dul - Não é nada demais, apenas...- abriu os olhos. - É apenas o vinho.

Blanca por alguns instantes pareceu lhe mirar além do que seus olhos maternos podiam ver. Observou Dulce dos pés a cabeça, parando como sempre em seu rosto pálido e levemente suado.

Será que no dia de hoje era tão visível sua doença?

Será que já estava com aquele aspecto ridiculamente frágil, doentio e assustador?

Blanca - Tem a certeza que é o vinho? - Dulce assentiu, voltando a fechar os olhos, perguntando-se quando tempo teria até que Christopher descesse pelas escadas. - Dulce? Abra os olhos. - Dulce quase disse que não, que era melhor que não fizesse, que... - Estou pedindo para abrir os olhos meninas e não vou falar de novo. - Dulce engoliu a saliva e por fim os abriu, sua mãe estendeu a mão até sua testa vendo que certamente encontrava-se mais quente do que o normal. - Está com febre.

Dul - É só o vinho, mãe. Não se preocupe.

Blanca - Não, está com febre.

Dul - É só o vinho...

Blanca - Dulce...

Dul - Estou lhe dizendo que é somente o vinho. - Blanca calou-se, deixando de lhe medir a febre na testa úmida. - Está tudo bem, não crie alarde, Christopher se preocupará á toa se descer e perceber que está preocupada.

Blanca nada disse e o olhar que lançou a Dulce lhe confirmou que assim como Christopher, havia começado a perceber que algo de estranho estava acontecendo.

Dul - Não se preocupe mãe, apenas pense na grande festa, eu estarei bem em menos de cinco minutos.

Blanca - Ficarei aqui até que melhore. E nem te atreva a protestar, ficarei e ponto. - Dulce sorriu, assentindo com a cabeça. Sabendo que nem adiantava entrar em uma discussão. Discutir com Blanca era como se discutisse consigo mesma. Sua mãe lhe afastou a franja dos olhos com uma ternura desconhecida por Dulce, lhe passou a mão no rosto, retirando a fina capa de suor que por ali se estendia.

Dul - Mãe? - Dulce murmurou, abrindo os olhos já mais brilhantes.

Blanca - Sim. - Blanca respondeu, mirando os cabelos tão vermelhos de Dulce.

Pensou em lhe dizer naquele precioso momento a verdade.

Pensou em acabar com aquela angústia que lhe percorria, pensou em deixar que a calma de Priori a invadisse por completo.

Que ela pudesse viver aquelas semanas com tranqüilidade, sem mentir, sem fingir. Mas seria justo? Seria justo chegar dessa forma, antes de um importante dia festivo para sua mãe, para ela?

Dul - Nada! - Negou com a cabeça. E de simples, no meio de seus devaneios começara a se sentir bem melhor do que antes. Havia parado de suar, seu estomago estava no controle e sua cabeça não mais latejava.

Blanca - Diga logo o que quer dizer, menina.

Dulce sorriu, negando com a cabeça.