Fanfic: Um lindo homen Vondy

Fechou os olhos, não se achando forte o suficiente para continuar aquela conversa.

Blanca - Responda, Christopher sabe que está nesse momento dizendo a sua mãe que aceita morrer? Sabe do seu medo? Porque não há nada em você além de medo, Dulce. EU TE CONHEÇO, EU TE CONHEÇO COMO A PALMA DA MINHA MÃO. - Dulce baixou a cabeça, soluçando, não suportando a idéia de que Christopher soubesse, de que reagisse da forma que sua mãe estava reagindo. - Não seja covarde porque isso você nunca foi. - Murmurou com o tom de voz mais firme, demonstrando um falso controle para Dulce. - Eu lhe ensinei ser forte, não precisa ter medo, eu estou aqui, Christopher está aqui e nem que seja a última coisa que eu faça na vida, nos daremos um jeito...Está me escutando? - Murmurou com firmeza, com lágrimas traiçoeiras banhando seu rosto tão cansado pelo tempo e pelas dores. - Eu estou aqui filha, você está em casa, está na sua casa agora..

Dulce abraçou-se a Blanca, descansando a cabeça em seu seios.

Dul - Ela morreu assim. - Sussurrou e Blanca parece não entender. - A primeira mulher dele, a que foi amada, adorada...Morreu, da mesma doença, das mesmas dores. - Fechou os olhos. - Eu não posso, não posso dizer a ele, não posso mãe... nós, eu, Christopher...é mais do que seus olhos podem enxergar.

Blanca permaneceu calada, com seus quentes braços de mãe envolvendo Dulce em um proteção invisível que lhe fornecia calma que desde as confissões de Christopher não possuía. Fechou os olhos, sua mãe lhe murmurou algo que não pode ouvir, só queria ficar ali, abraçando aquela mulher, com seus olhos fechados e a mente vagando por qualquer outro mundo que não fosse aquele.

Christopher correu as mãos pelo colchão para só depois lembrar-se de que Dulce, fora buscar sua mãe na vila. Coçou os olhos, alongando o corpo levemente dolorido e exausto pela longa madrugada. Mirou o teto por vários minutos, não sentindo vontade de se levantar, questionando as horas... Elas deveriam ter voltado. Sentou-se na cama e tentou afastar seus últimos sonhos.

Neles, Lavinia se despedia, sorria com sua habitual delicadeza, tentava lhe dizer algo mas não conseguia, apenas mirava uma figura que surgia com cada vez mais nitidez e então voltada a sorrir, acenando para Christopher, o deixando confuso, mas sedento de pegar aquela nova mulher em seus braços.

Assim como agora.

Estava sedento de ter Dulce em seus braços.

Levantou-se colocando um agasalho de cor bege, escolhido a dedo pelo afeminado Pierre. Botou um tênis, escovou os dentes e um boné cobriu seus cabelos bagunçados, perfumou-se levemente.

Desceu faminto. Na cozinha encontrou biscoitos, torradas, geléia, sucos e leite. Tomou um bom café da manha, decidindo ligar o rádio e esperar até que Dulce e Blanca chegassem. Havia dormido assim tão pouco logo após que ela saíra?

As horas se passavam e nada de Dulce ou Blanca retornarem. O mais provável era que tivessem ficado presa na vila, com todos perguntando sobre a vida de Dulce, ou contando sobre o sucesso da festa tão significativa, mostrando-lhe crianças, casas, fotos de casamentos...

Mirou o relógio e mais de 2 horas havia se passado.

Passou a caminhar de um lado para o outro. Escutou novamente as canções do disco tão velho de vinil, ligou a televisão, fuçou em algumas funções, andou novamente de um lado para o outro, comeu outras torradas, contou passos pela casa, analisou os móveis e quando se preparava para repetir a rotina ouviu o ronco da Ferrari. Sentou-se como se não estivesse naquelas horas agonizado de ansiedade e preocupação. Desejou até mesmo um jornal para completar a figura de relaxado e desinteressado no atraso de horas de Dulce e Blanca.

Quem entrou primeiro foi Blanca e Christopher fixou seus olhos naquele olhar levemente perdido de sua sogra. Franziu a testa, notando os mesmos olhos avermelhados, o semblante avermelhado...

Ela lhe mirou e lhe abriu um sorriso que Christopher jurou já ter visto em outro lugar. Dulce vinha logo atrás, lhe olhou rapidamente lhe dando um sorriso...oh sim, o sorriso, era esse sorriso.

Sorriso de quem escondia algo, de quem mentia.

Chris - Sua febre voltou? - Blanca engoliu a saliva desviando o olhar e Dulce assentiu, abrindo novamente aquele maldito sorriso, caminhando até Christopher para lhe dar um abraço apertado, afundando o rosto em seu peito, de forma que ele não pudesse a mirar. Mas então ele mirou Blanca e algo nos olhos de sua sogra o fez perceber que havia algo errado.

Dul - Fomos na farmácia. - Christopher decidiu deixar de a abraçar, somente para a mirar nos olhos, analisar seu rosto pálido, seus olhos fundos e levemente avermelhados. Pela terceira vez ela lhe sorriu daquela forma. - Estou com uma gripe forte, o farmacêutico receitou...

Chris - Está mentindo.- ele murmurou, perdendo qualquer humor, com seu sexto sentindo aflorando com intensidade surpreendente, com o olhar de Lavinia em seus sonhos, mirando Dulce, chamando-lhe atenção.

Dul - Não, não estou mentindo, eu e minha...

Chris - Agora está mentindo pela segunda vez.

Dulce calou-se e Blanca tratou de deixar de forma discreta a sala.

Dulce tentou lhe abraçar e mais uma vez ele a segurou.

Chris - O que o farmacêutico disse?

Dul - Disse que é uma gripe forte, eu costumo a ter de vez em quando e, quando vem, ela realmente...

Chris - Que remédios te receitou? - Dulce vacilou, engolindo a saliva, tentando desviar os olhos para um ponto fixo no ombro de Christopher. Não conseguiu, ele não permitia.

Dul - Uns analgésicos, eles estão aqui e...

Chris - Está mentindo pela terceira vez. - Ela calou-se novamente, passando a mão discretamente pelo seu nariz. Ele não sorria mais, sua voz estava diferente e em seu rosto encontrava-se uma expressão misteriosa.

Dul - E porque eu estaria mentindo?

Chris - Porque eu já consigo saber como mente e a próxima mentira que contar eu realmente me sentirei nervoso.

Dul - Não há mentiras eu apenas... - Ela se calou, sabendo que acabara de cometer a próxima mentira. - Fui a farmácia com a minha mãe, fiquei com febre novamente e ela se preocupou.

Aproximou-se beijando os lábios de Christopher que a apertou em sua cintura. Dulce mirou sua mãe no final do corredor e com um olhar amoroso suplicou para que ela lhe acobertasse se fosse necessário. Christopher a abraçou, com sua cabeça ali e distante dali, deu um beijo na bochecha de Dulce, para logo depois seus olhos correrem o pescoço da mesma identificando uma mancha levemente rocha. A mancha não era nova para Dulce, pois ela de imediato tratou de lhe sorrir.

Dul - Viu o que faz comigo pela madrugada?

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Outro alarme, aquele mesmo sorriso, ela mentia.

Uma fina capa de suor começou a se formar no rosto de Christopher. Seus olhos avistaram Blanca no final do corredor os mirando, com seus olhos repletos por lágrimas, com sua expressão estranha alertando ainda mais os sentidos de Christopher

Havia algo errado.

Meus amores obrigada por todos os comentarios!!!!

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