Fanfic: Um lindo homen Vondy

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Capítulo: 87° Capítulo

Meus amores obrigada por todo o apoio e cada palavra amiga de cada leitor e leitora, o momento da minha vida e meus familiares é delicada, mais tenho fé que Deus fazerá o melhor.

Postes emoções!!!!!

Comentem!!!!!!!!!!

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Os remédios eram ainda mais fortes. E Rubens havia avisado que dependendo do estado em que Dulce se encontrasse, agiria com ainda mais intensidade e velocidade. A verdade era que sua criança precisava dormir. Que fosse ao inferno àquela reunião. Dulce ficaria ali, em seu quarto, deitada sobre sua cama e Blanca... Blanca iria lhe velar o sono até que Dulce voltasse a abrir os olhos novamente. A tirou da banheira, notando que algumas manchas rochas, daquelas que Christopher havia visto, se instalavam em outros lugares do corpo. A enxugou, lhe colocou o roupão e a guiou até a cama. 

Blanca - Pode fechar os olhos, querida. - Blanca a viu relutante em o fazer, brigando com as medicações, com o cansaço que atingia graus extremos, com seu coração que não a deixava quieta. - Ficarei aqui com você...

Dul - Preciso ir na Torredo...

Blanca - Você precisa dormir, a Torredo pode esperar.

Dul - As crianças, preciso ir ver as crianças... - Blanca não sabia sobre o que ela falava, talvez sobre as crianças do hospital, não sabia.

Blanca - Elas continuarão lá...

Dulce não respondeu, encolheu-se novamente, deitando sobre as pernas de sua mãe, adormecendo em uma velocidade extraordinária, como se pudesse sentir que com àquela mulher ali, ao seu lado, estava segura.

Maite - Você só pode estar brincando não é, Torredo? - Dulce mirou os olhos arregalados de Maite e dos outros 7 conselheiros presentes naquela extensa sala de reunião. - Como? Não posso fazer isso, essa cadeira é sua, essa empresa é sua, você...

Carlo - Porque tomou essa decisão? Está com algum problema pessoal? Algo com a mídia? Não pode estar com a cabeça no lugar, Dulce. Pelo amor de Deus, estamos falando da Torredo.

Dul - Eu sei, sei que partindo de mim, é difícil de aceitar...Sei que dediquei grande parte da minha vida a essa empresa. E ela continuará sendo minha, continuará se chamando Torredo. O que muda é que não serei mais a Presidente.

Maite - Mas como? O que a leva a tomar tal decisão, eu não consigo entender! - Dulce sorriu, não havia outra coisa a fazer, era tão cômico o jeito que aquelas pessoas, profissionais, competentes e espertas lhe miravam. - Você está rindo?

Dul - Estou doente. - Disse, com o sorriso se perdendo de seus lábios. Abriu um botão de seu blazer, erguendo-se levemente de sua cadeira na ponta principal da grande mesa. - Estou doente e irei entrar em um longo e doloroso tratamento, não tenho condições de administrar uma empresa, além do mais, não morarei mais na cidade grande.

Mai - Está dizendo que vai morar com a sua mãe?

Dul - Estou dizendo que para mim chega. - Disse enfim, fechando os olhos ainda cansados por vários segundos. Levantou-se de vez da cadeira, caminhando pela extensa sala, com carpete da cor marrom escuro, grandes vidros que deixavam penetrar na sala a imagem de um bela noite estrelada, quente e movimentada. - Por anos, tantos anos vivi por isso, respirei por isso. Trabalhei cada maldito minuto para ver isso prosperar, crescer, se desenvolver, adquirir o nome e a fama que tem hoje. Nós fizemos isso, trabalhamos juntos, dia e noite, sem parar... - Mirou Maite, que ainda incrédula, permanecia muda com os outros conselheiros. - Mas agora eu estou doente. Seriamente doente e preciso, preciso cuidar de mim, da minha vida...A torredo exige cuidados, cuidados que não poderei ter. Exige um pulso firme, a firmeza e arrogância de quem sabe que não pode escorregar, de quem sabe que tem que ser sempre a melhor... E eu estou cansada. - Fechou os olhos, suspirando. - Eu estou tão cansada.

Mai - Está dizendo que simplesmente cansou de ser a Rainha?

Dulce sorriu, notando o tom irônico na voz de Maite.

Dul - Estou dizendo que eu tenho câncer, e que sim Maite, estou estupidamente cansada de ser a maldita Rainha.

A incredulidade foi geral. Aqueles sete rostos tão conhecidos, responsáveis por estratégicas partes daquela empresa, ficaram inexpressivos. Maite voltou a se sentar na cadeira, apoiando o cotovelo na mesa, cobrindo seus olhos com as mãos. Dulce voltou a se sentar.

Dul - Eu sei que essa não foi a melhor maneira de dizer, mas...

Carlo - Droga, Dulce, eu sinto muito. - Carlo negava com a cabeça, como se de fato realmente sentisse e não pudesse acreditar no que ouvia.

Dul - Não o sinta Carlo. Se isso aconteceu foi porque tinha que acontecer. Escutem, todos...eu sei que estamos trabalhando juntos durante muito tempo.

Emocionou-se profundamente, era impossível que não se emocionasse, aquele lugar era a Torredo, sua empresa, seu sobrenome, sua vida.

Dul - Sei o quanto essa empresa e esse trabalho são importantes para todos nós. Não pensem por nenhum segundo que eu não amo cada pedaço desse chão que estamos pisando. Isso foi durante tanto tempo foi minha vida, minha maior ambição, meu sonho, meus objetivos...Mas quando se está a ponto de morrer, descobrimos que temos que abrir mão de algumas coisas, para poder viver outras...Eu preciso viver, entendem? - Mordeu os lábios trêmulos e se emocionou ainda mais por perceber que Maite e todos aqueles fortes e competentes homens também estavam emocionados. - Não sou religiosa, mas essa Força que acredito, que vocês acreditam, compreende que aqui está sim uma grande parte da minha vida. E que foi alucinante crescer a cada dia ao lado de vocês.

Carlo - Mas, Dulce...

Dul - Deixe-me terminar, Carlo. Maite. - Mirou àquela bela mulher tão emocionada - Eu a escolhi minha Vice porque sempre acreditei em sua ambição, no seu caráter, no seu talento e profissionalismo. Cada um de vocês, escolhidos a dedo por mim, estão aqui pelas qualidades, pela ambição, pelo caráter e pelo profissionalismo de vocês. - Sim, eu sou essa empresa, mas vocês também são. - Limpou rapidamente uma lágrima que escorreu de seus olhos. - As coisas aconteceram, a vida me pregou uma peça e tenho que mudar, tenho que viver, eu estou cansada... - Fechou os olhos, os abrindo rapidamente. - Confesso que estou com medo, mas estou confiante, pois eu sei, sei que cada gota de suor que perdi para construir essa empresa valeu a pena. Que tudo o que fizemos valeu a pena e que tudo está seguro nas mãos de vocês. Eu estarei presente até o momento em que meu estado permitir... Maite, você assume. - Maite assentiu rapidamente com a cabeça, engolindo o choro, libertando um sorriso de gratidão. - Eu peço para que um dia voltemos a nos encontrar...

Arthur - Pelo amor de Deus Dulce, eu não acredito que você...Deus do céu, é você, Dulce Torredo.

Dul - Sim, sou eu. E também tenho carne Arthur, ossos... - Negou com a cabeça, com um triste sorriso. - Ficará tudo bem. Falarei com os meus advogados, logicamente quero que todo meu patrimônio fique com a minha mãe caso algo me aconteça.

Maite - Dulce, por favor...

Dul - Estou confiando essa empresa, minha vida, nas mãos de vocês.

Maite - E cuidarei de tudo como se fosse meu.

Dul - Eu sei que vai, todos vocês vão...Eu a dividirei em ações, serão vocês os acionistas. E por hipótese nenhuma, deixem que a Torredo vá parar em outras mãos... Naturalmente a minha parte, os 50 por cento ficará com a minha mãe. E como ela não possui a capacidade de a administrar, caso algo aconteça comigo, o responsável por essas ações é Christopher Lavero, mas que fique claro que cada centavo que tenho, minha casa, todo o meu patrimônio é da minha mãe, Blanca Torredo.

Romão - Christopher Lavero, não é o irmão de...

Dul - Sim exatamente. - Engoliu o choro. - Ele é competente, saberá o que fazer. - Respirou fundo. - Não há muito a dizer por agora...As coisas vão acontecer em seu tempo, a Torredo continuará funcionando com sua nova Presidente. Eu estarei por perto, encerrando as últimas grandes compras e transações... - Encostou sua grande cadeira. - Dará tudo certo, eu tenho certeza.

Dulce foi abraçada com força por aquelas pessoas. Vendo chorar homens que jurava jamais ver, notando que mesmo em um local de serviço, as pessoas poderiam ter grande respeito e afeto por seus parceiros. Eles haviam crescidos juntos, formado a Torredo com fortes alicerces...Agora um partia, talvez o maior entre eles, e aquilo...oh sim, aquilo podia emocionar até o maior dos homens.

Em sua sala, com as lágrimas da emoção e um sorriso em seus lábios, retirou de seu armário suas coisas...Não muitas coisas, apenas coisas pessoais...

Notou que em sua mesa não havia um porta-retrato de seu marido ou de seus filhos. Nenhum desenho rabiscado feito por crianças, nenhuma foto de natal com a Família, uma caneta com um significado especial, um presente, ou uma forte lembrança que a fizesse arrepiar-se a cada vez que entrasse naquela sala. Recolheu tudo com pressa, com os olhos quietos de sua mãe a mirando com respeito e orgulho.

Blanca - Você fez uma ótimo trabalho aqui Dulce. Eu me sinto orgulhosa filha, me sinto muito orgulhosa de você.

Dulce sorriu, fechando os olhos ao ouvir aquela frase esperada por tanto tempo. O vento vindo da janela lhe bagunçou os cabelos, lhe lambendo o rosto, lhe trazendo perfume de flores, de lembranças e de saudades.

Não disse nada, oh Deus, não precisava!

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