Fanfic: Um lindo homen Vondy

Christopher engoliu o choro e a saliva dando as costas para Ricardo, caminhou até a porta, a deixando aberta para então caminhar até seu carro, o ligar e sair daquele lugar o mais rápido que pôde. Dirigiu com rapidez, com o vento lhe batendo no rosto, com o óculos impedindo que o sol lhe segasse.

Queria chorar mas não o fez, não pelos sentimentos que Ricardo lhe despertava... um peso imenso parecia ter saído de seus ombros, uma parte de seu coração batia com mais força e sua consciência lhe dizia que havia feito a coisa certa. Parou o carro por alguns segundos, se acostumando a idéia de que aquela parte de seu passado acabara de ser encerrada e que aquele fantasma chamado Ricardo não mais lhe incomodava. Sua cabeça lhe recordou para onde deveria ir agora.

Sentiu vontade de desistir, de pegar a estrada e dirigir por várias horas até que fosse a verdadeira hora de voltar...Mas não o fez, porque sabia que se não desse aquele próximo passo, mais um dia se estenderia, e temia que seu coração não suportasse mais 24 horas sem Dulce. Percorreu um caminho tão conhecido para seus olhos e sua mente...”vire a esquerda, então pegue a avenida e vire na segunda direita, mais duas ruas e vire a direita, mais uma rua e vire a esquerda”. E lá estava ela...a mansão que por tanto tempo havia sido sua casa, seu ninho de amor, seu porto seguro. Demorou mais de 20 minutos para conseguir saltar do carro, caminhar em passos inseguros até a frente daquele enorme portão branco, agora gasto pelo tempo, abandonado, enferrujado.

Um homem logo surgiu.

De baixa estatura, óculos grande, um senhor curvado já de idade com uma roupa bem simples.

- Pensei que não viria mais, senhor...

Chris – Christopher Uckerman. – O senhor assentiu, tirando do bolso um molho de chaves.

- Eu iria lhe ligar para ver se confirmava a sua visita. A casa está fechada a muitos anos, foi vendida por um homem logo depois que a esposa faleceu, mas a família que a comprou logo se mudou para o exterior.

Chris - Entendo, eu não vou me demorar...

- Oh não, fique o tempo que for preciso. È uma boa casa, apenas há algo de estranho nela, como se ainda alguém vivesse nela, por mais que esteja vazia.

Chris – Eu posso entender sobre o que o senhor fala. De qualquer forma não vou me demorar.

- Aqui estão as chaves, eu ficarei esperando aqui fora, qualquer coisa é só gritar, pode me chamar de Roberto.

Chris – Muito obrigado senhor Roberto, qualquer coisa eu chamarei o senhor.

http://www.youtube.com/watch?v=Pjzer9dUWmg

Christopher abriu o portão, lembrando-se da chave amarelada e cumprida. Fechou os olhos ao mirar aquele longo caminho que o levaria até a casa, era como se o jardim não tivesse perdido as rosas que Lavinia tanto amara, era como se a fonte ainda estivesse jorrando água, era como se seu carro ainda estivesse sendo dirigido por aquela pequena rua que o levaria até a porta da mansão. Emocionou-se de forma violenta, porque seus olhos podiam ver uma mulher parada a porta, lhe acenando com um sorriso no rosto.

Sorriu com os lábios trêmulos e o coração aos saltos, permitindo que aquela alucinação tomasse conta de sua mente.

Era Lavinia na porta.

E agora ela não acenava mais, apenas lhe esperava concluir aquele breve caminho que o levaria até ela. Limpou as lágrimas, criando a coragem necessária para que a dor não tomasse conta de seu corpo e de seu coração, alcançou a porta percebendo que ali não havia ninguém. Mas a mesma estava aberta, em um convite para que entrasse e se despedisse como era a sua intenção.

E foi isso o que fez...com seu corpo sendo invadido por aquela energia que o senhor havia lhe falado. Com sua mente entendendo que quem habitava aquela casa era ele e que havia chegado a hora de fazer as malas e partir. Podia sentir cheiros, podia ver os móveis posicionados na sala agora empoeirada e vazia. O barulho dos saltos de Lavinia, o cheiro de sua comida e de seu perfume, a risada de ambos batendo contra a parede chegando em seus ouvidos de forma clara e emocionante.

Parou no meio da sala, não suportando a emoção levou as mãos aos olhos, e chorou. Chorou o que não havia chorado naquela casa, naquela época, por aquela mulher.Chorou se despedindo de mais aquela parte de sua vida, de mais aquelas lembranças. Mas então de repente sentiu como se estivesse sendo abraçado, envolvido por uma força tão delicada e terna que fazia com que sentisse sensação de estar flutuando, abraçou a si mesmo, como se pudesse abraçar quem lhe abraçava.

Lavinia – Não há porque temer querido, você é um bom homem, um ótimo homem e sei que encontra uma ótima mulher e que a amará de forma intensa e que recebera o mesmo amor de forma ainda mais intensa.

Chris – Não quero falar disso Lavinia, não fale isso, poupe suas energias, a ambulância já está chegando...

Abriu os olhos e sem se dar conta notou-se parado diante daquele banheiro.

Deu um passo para trás, mas foi impedido de se afastar. Começou a respirar de forma ofegante, levou a mão sobre o coração, abrindo a velha porta de forma lenta.

Lavinia – Ah droga Chris! Não estrague a minha surpresa, eu ainda não estou pronta! Fecha a porta, eu separei sua roupa, está em cima da poltrona do closet, prometo não me demorar!

Chris – Não quero ir a esse coquetel querida, vamos ficar em casa, sim?

Engoliu a saliva, piscando várias vezes até que sua visão voltasse ao banheiro vazio, empoeirado, escuro. Fechou os olhos com força, sentindo-se arrepiar dos pés a cabeça. Ela estava ali, não estava? Podia sentir, oh sim, ele podia...

Deixou o banheiro, caminhando pelo corredor, percebendo que as portas dos quartos estavam abertas e que realmente o ambiente não possuía um ar de estar completamente vazio. Voltou para o seu velho quarto, caminhando até a janela, a abrindo com certa dificuldade, permitindo que o sol entrasse com toda sua plenitude no ambiente, deixando aquelas partículas de pó iluminadas espalhadas por toda a habitação.

Chris – Eu espero que saiba que você jamais sairá do meu coração ou das minhas recordações. – Começou a dizer. - Espero que você saiba que foi muito amada e que a dor da sua perda sempre estará em meu corpo. Mas eu preciso ir... – Fechou os olhos, evolvido por aquela estranha energia. – Você tinha razão quando me disse que havia uma mulher para mim e desconfio que você a tenha a colocado em meu caminho, mas eu preciso ir... Preciso deixar esse medo e esses sentimentos aqui para prosseguir e cuidar do meu coração...Preciso cuidar dela, dar meu amor a ela, estar com ela, e eu sei... sei que entende os meus sentimentos. Eu espero que esteja em paz, que esteja feliz e que sinta que o meu amor foi verdadeiro... O amor que sinto agora é diferente e sei que está aqui, que entende sobre o que eu falo e que permite que eu sinta esse amor intenso e desesperado por ela. Ela é minha vida agora, querida...E eu estou aqui, agora, me despedindo de você, dizendo que eu jamais, jamais me esquecerei do seu sorriso terno e doce, dos seus olhos claros e delicados e a forma que me guiou aí de cima novamente para a vida. A gente se vê um dia Lavinia, mas não agora querida, não agora...

Fechou as janelas.

Fechou as portas.

Fechou o grande portão.

Entregou as chaves ao velho senhor e partiu.

Meus amores por hoje é só.....Obrigada de coração pelo apoio.

Amo vcs!!!!!!!!!!!!

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