Fanfic: A Princesa e o Plaboy . d&c - adaptada / terminada

Cade os comentários ? :/

Ele assentiu.

— Meu sobrenome oficial é Uckermann. Na época eu ainda competia com o nome que me foi dado no orfanato, embora já tivesse contratado detetives particulares para descobrir minha verdadeira origem. Quando consegui, mudei meu nome para Christopher Uckermann. Christopher para os íntimos.

— Estava usando uma máscara cirúrgica quando entrou no quarto…
Aquilo explicava por que Dulce apenas recordava daqueles olhos verdes intensos e magnéticos. Aquela visita fora uma das experiências mais humilhantes de sua existência, e era isso que Christopher vira em sua expressão naquele dia.

— Todos nós éramos forçados a usar máscaras, até mesmo os fotógrafos, para evitar infecções hospitalares.

As recordações vívidas fizeram Dulce tremer. Dez ou cem anos não seriam o bastante para apagá-las. Tinha dezesseis anos na época e, embora falasse inglês com fluência, ainda era uma menina sozinha num país estrangeiro. E a morte horrível dos pais a tinha abalado demais.

Os médicos australianos foram gentis, além de muito eficientes ao restaurar seu rosto com perfeição. Mas Christopher ainda devia tê-la visto com todas aquelas cicatrizes terríveis, por isso não a reconhecera de imediato. Ele podia não saber, mas fora seu olhar de piedade que a fizera ter coragem suficiente para suportar todo o processo de

recuperação.

Dulce jamais esqueceria aquela visita. Como membro da realeza, fora instalada numa suíte privativa e tratada com toda deferência. Mal pudera encarar o próprio reflexo no espelho naqueles dias. Como alguém seria capaz de suportar uma visão tão pavorosa?

Quando Christopher Carter, agora Uckermann, visitara o hospital Com a equipe olímpica, a maioria dos pacientes tinha ficado exultante por receber a visita de seus heróis nacionais. Mas Dulce, a estrangeira, pelo contrário, sentira-se tensa e envergonhada diante daquele grupo de belos homens.

Podia lembrar-se muito bem da primeira impressão que tivera dele.

Christopher era um dos mais jovens campeões olímpicos da história da Austrália, e movia-se com a graça de um felino pelo quarto. Tentando evitar o assédio dos fotógrafos, que sempre preferiam mostrar retratos das pessoas com piores ferimentos, Dulce fingira ignorar o grupo e continuara a ler o livro infantil para um menino que derrubara água quente sobre si. Todas as tardes, aliás, ela gostava de fazer aquilo para ajudar a passar o tempo. As enfermeiras a encorajavam, dizendo que era bom para um paciente sentir-se útil.

Entretanto, dada a presença do grupo, logo surgira uma atendente para levar a pobre criança dali. Os fotógrafos foram informados por seu guarda-costas para não importunarem a princesa e retiraram-se também, mas Christopher ficara e se aproximara do leito.

O diálogo que tiveram estava fresco em sua memória.

— Olá. Quem é você?

— Dulce Saviñón — respondera.

Era evidente que o moço não conhecia sua posição, pois continuara a observá-la com a mesma expressão impassível. Na verdade, parecia procurar pelas palavras certas.

— Você não é australiana?

Os ferimentos impediam-na de mover a cabeça.

— Venho de Sapphan.

Para surpresa de Dulce, ele meneara a cabeça.

— Conheço… Fica no mar de Andaman, perto da península de Thai.

— Já esteve lá?

— Uma ou duas vezes, em regatas. — Em seguida Christopher dera um ou dois passos para trás, como se procurasse por mais alguma coisa para dizer.

Dulce erguera o braço, e os dedos dos dois se tocaram.

Uma sensação parecida com uma descarga elétrica a surpreendera, mas o rapaz afastara-se rápido.

— Acho melhor voltar a me juntar ao grupo.

Naquele momento, desobedecendo à segurança, um dos fotógrafos entrara no aposento, surpreendendo-os naquela estranha proximidade.

O repórter chegara a erguer a máquina para fazer um retrato, mas Christopher o detivera de imediato, erguendo a mão num gesto imperativo.

— Isto não seria uma boa ideia — dissera seco, mandando o rapaz sair. Em seguida, virara-se para encará-la mais uma vez e dissera: — Espero que se recupere logo.

No dia seguinte, os jornais estampavam a visita em manchete, apresentando uma foto de Christopher ao lado de outra paciente, uma bela loira que a legenda indicava ser Miss Austrália. A moça, linda, estava internada apenas por ferimentos leves por causa de uma queda de bicicleta. Um desânimo incontrolável tomara conta de Dulce ao ver

aquele retrato. Jamais seria bonita outra vez, afirmara a si mesma entre lágrimas. Nunca conseguiria impressionar um jovem bonito como Christopher Carter com aquelas cicatrizes.

Para sua imensa alegria, logo depois da visita de Christopher ao hospital ela fora apresentada a uma mulher que seria a maior responsável por sua recuperação. Ao lembrar-se disso, um sorriso tímido curvou-lhe os

lábios.

Sim, Norah Kelsey, a terapeuta estética que a fizera recuperar a vontade de viver e a auto estima. Mais tarde, acompanhando-a de volta a Sapphan, Norah viria a se apaixonar por seu tio Phillipe.

O romance de Norah fora o melhor fruto de sua desagradável passagem pela Austrália, pois dera ao país de Dulce a melhor das rainhas que o mundo poderia conceber. Agora Norah Saviñón, ao lado de seu marido, o rei, ajudava na condução de Sapphan como uma das mais gentis e amadas soberanas de todos os tempos.

Mas tudo isso estava no passado agora. O mais importante naquele instante era reunir forças para enfrentar o olhar perscrutador de Christopher Uckermann.

— Creio que isso deve ter sido um tipo de jogo… me fazer acreditar que você era Anahi. Bem, melhor assim. Pelo menos agora posso acreditar que tudo vai bem entre ela e Alfonso, certo?

Dulce assentiu, meneando a cabeça e respirando fundo para manter a calma.

— Eles estão desfrutando uma segunda lua de mel em Paris. Passar-me por Anahi foi a única forma de me encontrar com você pessoalmente.

A expressão dele era desconfiada.

— Deve ter uma equipe de assessores enorme, Alteza. Podia muito bem marcar um encontro.

Dulce baixou os olhos para a mesa.

— Acontece que de certa forma, um encontro oficial entre nós não seria uma coisa… apropriada.

— Ora, ora! Parece que minha reputação me precede, mesmo em Sapphan. Quer dizer que seus espertos assessores queriam evitar que sua preciosa princesa fosse vista com um playboy?

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