Fanfic: A Princesa e o Plaboy . d&c - adaptada / terminada

Bom primeiramente, desculpem a demora é que essa semana foi mega corrida, cheia de provas e trabalhos :/
Vou compensar com bastante post`s *-*

Anahi era assim mesmo. Dulce também gostava de nadar, claro, mas a simples ideia de ficar seminua diante daquele homem fez seus joelhos tremerem.

— Acho que não estou com muita vontade hoje, Christopher.

— Então, acho melhor me vestir para entrar com você na casa. Seria muito indelicado de minha parte deixá-la sozinha, e não posso me permitir isso.

Dessa vez, o pânico dominou-a de forma diferente. Com Christopher dentro da casa, as paredes iriam sufocá-la e o teto ia parecer mais baixo.

O culpado disso devia ser. o ar de autoridade que Christopher exalava por todos os poros. Era fácil ver por que ele era bem-sucedido nos negócios: irradiava o mesmo tipo de plácida segurança que seu tio, o rei. Phillipe Saviñón, apelidado de “Falcão”. pelos próprios assessores e adversários políticos, possuía a mesma capacidade de dominar um

ambiente apenas entrando nele.

Dulce forçou-se a sorrir.

— Nesse caso, acho que vou nadar um pouco, Christopher. Não quero estragar seu prazer.

O olhar de Christopher deteve-se nela por um longo momento.

— Sapphan oferece muitos prazeres. E a água cristalina, minha cara, parece ser apenas um deles.

Christopher não deu a Dulce nenhum tempo para absorver o galanteio, voltando de imediato para a piscina e lançando-se na água com um mergulho arrojado, no qual seu corpo atlético descreveu um arco no ar numa altura considerável.

Dulce prendeu a respiração e virou-se devagar, dirigindo-se em seguida para o vestíbulo do quarto que iria ocupar.

Costumava deixar roupas de banho na casa de Anahi, já que, passava bastante tempo com a amiga. Cautelosa, resolveu escolher um maiô comportado, não` desejando nem um pouco estimular ainda mais a imaginação do terrível conquistador australiano.

Mas o olhar de Christopher não se desviou dela um instante sequer quando viu Dulce sair da casa e caminhar para a piscina. Sua expressão parecia dizer: “Se você não fosse uma mulher casada… “.

Dulce mergulhou rápido, sentindo-se aliviada quando a sensação de frio a envolveu, devolvendo-lhe em parte a segurança.

Christopher logo se aproximou, mantendo, porém, uma distância respeitosa.

— Alfonso estava certo. Você é uma sereia.

Dulce sorriu para disfarçar o desconforto.

— Em Sapphan, costumamos desenvolver uma afinidade natural com a água. Há muitos séculos, nosso povo aprendeu a viver do cultivo de pérolas, o que deve explicar isso.
Muitos sapphaneses também tinham sido nômades e piratas, mas Dulce achou melhor não tocar no assunto.

— No começo do século XIX, aliás, vários de nossos pescadores foram trabalhar da costa oeste da Austrália.

— Sim, e diversos instalaram-se na cidade de Broome — Christopher confirmou. — No começo, apenas os aborígenes mergulhavam para pegar pérolas. Depois, vieram os sapphaneses, até que os japoneses acabaram tomando conta de tudo.

— Conhece muito bem a história de seu país, Christopher.

Ele sorriu com seriedade.

— Mera coincidência. Acontece que nasci em Broome, e foi lá que construí meu primeiro resort.

Era a abertura que Dulce esperava, mas hesitou antes de procurar tirar vantagem daquilo. Algo em Christopher Uckermann a advertia que estava tratando com um inimigo admirável c perigoso. Devia ser também era um amigo formidável, ela suspeitava, pois sabia que Alfonso era-lhe muito leal.

Tudo em Christopher sugeria que devia tratar-se de um excelente amante, mas Dulce logo se forçou a pensar em outra coisa. Não estava disposta a descobrir isso, disse a si mesma. Precisava cuidar de outro assunto, muito mais importante, e adiá-lo só tornaria as coisas mais difíceis. Afinal de contas, dispunha de apenas dois dias para fazer Christopher mudar de ideia

— Quantos resorts você possui?

— Cristal Bay será o décimo quinto.

— Isso se nada, ou ninguém, interferir em seus planos — Dulce murmurou, incapaz de esconder um tom um tanto cáustico.

As grossas sobrancelhas de Christopher arquearam-se numa expressão de curiosidade.

— Por que isso aconteceria, Anahi? Meu hotel é tudo de que Pearl Coast precisa: uma injeção comercial que será muito benéfica. Caso contrário, devo dizer que o lugar corre o risco de estagnar-se.

A despeito da água fria, o sangue de Dulce quase ferveu. Como aquele homem ousava referir-se a sua adorada Pearl Coast daquele jeito?!

— Decerto existe uma diferença fundamental entre tradição e estagnação, não concorda?

Christopher parecia surpreso com a veemência dela.

— Fala como se o lugar fosse muito importante para você, Anahi.

— E é. Minha mãe nasceu ali. — No ato, percebeu imediatamente que cometera um erro terrível.

— Alfonso me disse que sua família era de Jarim, ao lado de Andaman.

“Oh, mas que erro estúpido!” Dulce ficou furiosa. Sua mãe é que nascera em Pearl Coast. De acordo com as leis de Sapphan um membro da realeza não podia se casar com outro membro da família real, por isso seu pai, o irmão do rei, escolhera como noiva uma mulher proveniente daquela comunidade. Claro que se tratava de uma nobre, mas mesmo assim sem nenhum laço de sangue com a família Saviñón. A amargura dominou-a ao lembrar-se da forma cruel como a vida de seus pais fora interrompida. Eles morreram quando uma bomba explodira no avião em que viajavam, numa visita oficial a uma ilha vizinha. Dulce, que tinha dezesseis anos na época, estava junto deles, e

só sobrevivera porque a explosão acontecera enquanto a aeronave ainda

estava no solo.

Mesmo assim, durante anos tivera de submeter-se a cirurgias plásticas para corrigir as terríveis cicatrizes que o atentado lhe provocara no rosto. Apenas a devoção de seu avô, Revertte, e a capacidade de médicos especialistas da Austrália tinham-na impedido de desistir de viver. Mesmo assim, não permitiria que aquele australiano arrogante tocasse

na terra natal de sua mãe.

— Minha família era muito dispersa — Dulce murmurou, explicando-se. — Alguns viviam em Pearl Coast, como mamãe. Eram pessoas trabalhadoras e orgulhosas, que sempre mantiveram fortes laços com a província natal. O nome nativo de Cristal Bay, aliás, pode ter tradução livre como “terra-mãe”. A lenda diz que se alguém nascido lá deixa o lugar, carregará consigo as vozes ancestrais na mente. E essas vozes só cessarão quando a pessoa voltar.

De súbito, a imensa piscina pareceu pequena demais para conter a fúria crescente dela. Christopher não entendia nada.

Uma tensão dominou a atmosfera e, por um longo momento, os dois evitaram se encarar. O mal-estar só foi interrompido quando Christopher murmurou:

— Eu me desculpo se disse qualquer coisa que possa tê-la ofendido.

Dulce meneou a cabeça.

— Não entende por que estou zangada, não é?

Os lábios de Christopher curvaram-se num sorriso adorável.

— Ainda não, mas tenho certeza de que vai me contar o motivo.

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