Fanfic: Um Visconde Sedutor - Adaptada - Vondy - TERMINADA

Maby e Thaila: obrigada pela constante companhia :)

Thaila: gostei do título (sintonia em las vegas), assim que der
passo por la, ok?!

Divirtam-se!!!

- Você se move com graça - Dulce declarou quando Christopher
finalmente parou a sua frente

e questionou-a em silêncio. Seu olhar estava mais brilhante. Christopher
também notou a força que

ela teve de fazer para engolir a saliva. - Talvez eu tenha me
enganado, milorde, e sua causa não

seja perdida, afinal de contas.

Christopher fechou os olhos. Fora chamado duas vezes assim
naquela noite. A imagem de

Christian fez com que se lembrasse da gravidade de sua situação.
Jamais poderia esperar, quando

tornou a abrir os olhos, que fosse ver compaixão no semblante de
Dulce. O que fez a seguir foi

completamente instintivo.

- Oh, sim, minha querida, eu sou uma
causa perdida.

Surpresa, Dulce tentou se afastar, mas tropeçou no tapete e foi
para cima de Christopher que a

abraçou pela cintura sem pensar no que fazia. Mas o fato de não
querer mais soltá-la foi consciente.

A sensação de ter aquele corpo frágil e quente contra seu peito
foi indescritível. Ele não se

conteve ao vê-la erguer os olhos surpresos. Beijou-a.

Dulce tinha gosto de chá e de mel. Embora os lábios estivessem
fortemente pressionados um

contra o outro, dava para lhes sentir a maciez e o calor. Uma
voz lhe dizia para parar, que sua

insistência estaria ameaçando o sucesso do acordo, mas ele não
queria ouvi-la.

O beijo acontecera inesperadamente, mas a certeza de que fora
desejado por ambos logo se

manifestou. À medida que se prolongava, tornava-se mais
prazeroso. As mãos, antes cris-padas de

Dulce, buscaram o conforto dos braços dele. Seus lábios
suavizaram. Christopher arriscou uma carícia

com a ponta da língua. Era o primeiro beijo de Dulce. Sem
pensar, ela deixou escapar uma

exclamação de surpresa. Como um homem faminto, Christopher se
aproveitou daquele momento de

fraqueza para aprofundar o beijo.

Christopher sentiu os dedos de Dulce em seus músculos e o coração
palpitar contra o peito dele.

Ele também sentiu que Dulce estava travando uma luta, não com
ele, mas consigo própria. No

entanto, ela não o afastou.

Invadido por um poderoso arroubo de luxúria à tentativa de Dulce
de corresponder ao beijo,

Christopher apertou-a em seus braços, necessitado de sentir todo
aquele corpo moldado ao dele.

Tinham sido raras as vezes que uma mulher lhe despertava uma
excitação tão intensa e primitiva,

ameaçando-o com a perda do controle.

Dulce o obrigou a parar. Primeiro ele a sentiu enrijecer contra
seu peito. Em seguida, com um

movimento brusco, ela o empurrou e esfregou os lábios com o
dorso da mão. O modo como o

encarava poderia ser comparado ao de alguém diante de uma fera
que escapara da jaula.

- Se é dessa forma que você pretende se comportar pelos salões,
sua graça natural não lhe

será de grande valia.

Christopher não respondeu. A voz de Dulce estava trêmula e suas
faces estavam coradas, de

raiva, não mais de excitação. Com seu descontrole, ele a
ofendera. Se no início ela aceitara seu

beijo, agora estava dizendo claramente que não permitiria que
outro acontecesse.

- A aula de hoje está terminada - Dulce declarou, os olhos
deslizando pelo corpo de

Christopher até se deterem em sua ereção. - Em seu presente estado,
nenhuma lição sobre bom

comportamento será assimilada.

- Você já vai embora? - ele indagou, estupidamente.

- Sim, mas voltarei amanhã - Dulce afirmou com a arrogância de
uma duquesa. - Até lá,

espero que tenha obtido alguma informação sobre meu irmão. Boa
noite, milorde.

Christopher estremeceu involuntariamente ao modo como ela bateu
a porta ao sair. Em seus

trinta anos de existência, nenhuma mulher tomara a iniciativa de
interromper um beijo dele. E

nenhuma, além de Dulce Saviñon, lhe provocara tanta determinação
em tornar a beijá-la.

Durante o trajeto, Dulce se recostou contra os bancos de couro e
procurou relaxar. Seu corpo

todo tremia. Não de medo, nem de raiva, o recurso a que se
agarrara para se proteger contra as

sensações desconhecidas que se apoderaram de sua vontade. A
força de seu desejo por Christopher a

deixara em choque. Reconhecera-o desde o momento que Christopher
começara a se insinuar ao seu

redor, sussurrando palavras que ela deveria ter calado, mas que
foram penetrando por sua pele e

acelerando seu coração irresistivelmente.

O que acabara de acontecer teria de lhe servir como um solene
aviso de que Christopher

poderia ser seu aluno sobre etiqueta, mas que era um mestre da
sedução.

O submundo não se referia a um lugar específico, como os altos
círculos costumavam

pensar. Provavelmente porque poucos de seus membros se
aventuravam além de Bond Street.

Aqueles que se deixavam levar pela curiosidade e pelo espírito
de aventura muitas vezes se

perdiam e se acabavam. Para Christopher, contudo, o submundo
significara um começo. Agora,

caminhando por Jermyn Cross, em companhia de seu amigo Jack, ele
se sentia em casa. Aquele

era um mundo onde se podia ganhar ou perder uma fortuna de um
minuto para outro. Um lugar

em que a pessoa que vinha pela rua em sentido contrário poderia
ser um aventureiro, um amigo,

ou um assassino.

Onde se encontrava bebidas e mulheres a um simples estalar de
dedos e uma nota sobre o

balcão.

Bares e clubes noturnos desfilavam de ambos os lados das ruas
estreitas e sujas. Os

freqüentadores não eram recebidos por homens de libre, nem se
dirigiam a recintos especiais para

se entregarem aos prazeres do fumo, como no White`s Club e no
Boodle`s onde se reunia a nata de

Londres.

Após o tremendo erro que Christopher cometera em beijar Dulce
Saviñon, o submundo era o lugar

ideal para ele se refugiar e distrair seus pensamentos. Apenas
ainda não estava tendo êxito em

afastar a imagem de Dulce de sua mente enquanto atravessava a
rua e andava em direção a um

grupo de quatro sujeitos que acabava de sair de uma das mais
mal-afamadas casas de jogo da

região.

Jack o segurou pelo braço.

- O que há com você? Nem sequer tentou desviar o passo. Aqueles
sujeitos estavam

bêbados e armados. Não dá para andar por aqui com a cabeça na
lua. Você sabe disso.

- Sinto muito. Eu me distraí,

- Você nunca facilitou antes. Quer me contar o que está
acontecendo? Não pensei que

fôssemos sair esta noite.

Christopher suspirou. Não adiantaria tentar mentir.

- A resposta é Dulce Saviñon.

Eles estavam chegando ao Ruby`s, o local de encontro de seus
amigos. Jack abriu a porta.

- Lá dentro poderemos conversar sem nos preocuparmos. O ambiente
enfumaçado e

fortemente recendido a uísque,

perfume e suor aconchegou os recém-chegados. O que para outros
incomodava, para

Christopher significava descontração. Ou significara...

Um pequeno silêncio se fez ao passarem pela multidão e se
dirigirem a um compartimento

nos fundos. Christopher e Jack eram conhecidos por todos ali.
Também eram responsáveis por seus

ganhos ou perdas nas apostas que faziam para aclamá-los como
vencedores em suas disputas no

boxe. Muitas daquelas mulheres tinham tomado parte nas
comemorações ou demonstrações de

conforto.

- Christopher, Jack. Não os tenho visto por estes lados. O que
vão tomar? - perguntou o

barman.

- Dois uísques. Ruby está?

O homem fez um gesto com a cabeça em direção aos fundos onde os
maiores apostadores se

reuniam.

- A notícia de sua chegada não tardará a se espalhar - o homem
respondeu com um meio

sorriso e voltou para seus afazeres. Naquele mundo, todos sabiam
que era mais prudente não ouvir

nem ver nada quando não se era chamado.

- Estou curioso - Jack admitiu. - O que a srta. Saviñon fez para
assustá-lo a ponto de

buscar guarida no inferno?

- Ela mandou que eu andasse pela sala.

- E você? - o amigo perguntou com um sorriso de malícia.

- Eu nada. Ela ficou completamente imune ao meu charme. Então,
eu não sei o que houve

que me fez beijá-la.

Jack largou o copo e ergueu as sobrancelhas.

- Você já beijou centenas de mulheres. Nenhuma delas o fez sair
correndo de sua própria

casa!

- Dulce não é igual às outras que eu beijei - Christopher
respondeu, tentando justificar o fato a

si mesmo, mais do que ao amigo. - Ela é uma lady, embora não se
vista mais e não seja mais

tratada como uma. E se eu tenho planos de me tornar um
cavalheiro, preciso começar a assumir

responsabilidades sobre meus atos.

Jack arregalou os olhos. Responsabilidades nesse sentido só
podiam significar uma coisa:

casamento.

- Você acha que ela tentará se aproveitar da situação para
recuperar seu status anterior?

Christopher engoliu em seco. Ele não havia cogitado sobre essa
possibilidade. Como um

cavalheiro, certamente teria se casar mais cedo ou mais tarde.
Não estava preparado para isso ainda.

No momento oportuno, procuraria uma esposa que lhe conviesse. De
qualquer modo, ele não

acreditava que Dulce Saviñon fosse capaz de tirar vantagem de
alguém por meio de chantagens. O

primo lhe fizera uma proposta de casamento e ela recusara. Sem
perceber, Christopher sorriu consigo

mesmo à lembrança do beijo e da explosão de Dulce.

- Não. Foi ela quem insistiu em mantermos sigilo sobre nosso
acordo.

- Olá, rapazes!

Christopher se levantou para cumprimentar a dona do
estabelecimento. Ruby Hathaway era

uma linda mulher, embora já tivesse deixado para trás os anos de
juventude. Viúva do homem que

levara Christopher para o ringue, Ruby administrava seus
negócios com punho de ferro.

- Não pensei que fosse tornai a vê-lo depois da morte de seu
irmão.

- Ela se inclinou e beijou Christopher no rosto. - Eu sinto
muito.

Christopher agradeceu pelas condolências enquanto Ruby
cumprimentava Jack. Sentaram-se

e conversaram por alguns minutos sobre as novidades. A um olhar
de esguelha de Jack,

Christopher fez a pergunta que o trouxera ao local naquela,
noite.

- Estou à procura de alguém que desapareceu há alguns meses,
Ruby. Preciso de sua ajuda.

Parece que o sujeito se envolveu com o pessoal ligado ao tráfico
de drogas. A mulher franziu o

cenho.

- Você nunca se meteu com a ralé. Nunca deveria se meter.

- É verdade, mas esse sujeito é irmão de uma amiga e eu prometi
investigar. - Christopher

tirou o pendente do bolso e mostrou o retrato do irmão de Dulce.
- O nome dele é Alfonso Saviñon.

Talvez tenha adotado outro.

Ruby apanhou a jóia de prata e examinou os retratos.

- Não o conheço. Sua aparência pode ter mudado, contudo, se ele
realmente se entregou ao

ópio.

A mulher é bonita. Parece ser uma dama. - Ruby deu uma piscada.
- Você nunca tem

problemas com as mulheres, não é? Percebo que já fez amizades na
alta-roda.

Christopher respondeu com outra piscada, e a mulher o enlaçou
pelo ombro.

- Volte daqui algumas noites. Verei o que consigo descobrir para
você.

Jack aguardou que a mulher se afastasse para os fundos do bar
antes de quebrar o silêncio.

- O que você dirá a Dulce quando voltarmos aqui e Ruby nos dizer
que não obteve nenhuma

pista sobre o paradeiro do rapaz? Você sabe que não há
esperança.

Christopher tomou um gole do uísque, incapaz de pensar em uma
resposta. Foi salvo pela

chegada de dois jovens.

- Christopher Uckermanne Jack Raivoso Riley?
Os dois homens assentiram.

- Vocês subirão no ringue esta noite?

Christopher mirou a porta fechada atrás do balcão, ao lado da
outra que dava para a sala de

carteado. Suas mãos pulsaram no afã de movimentá-las em golpes
que o ajudariam a aliviar a

frustração mental de uma forma física.

- Esta noite não, rapazes.

Os jovens se afastaram decepcionados. Christopher e Jack se
entreolharam. Christopher não

pertencia mais àquele mundo. Tampouco pertencia ao mundo de Dulce.
Atualmente, ele era um

homem sem pátria.

Comentem plixxx *-*

Bjix da Naty