Fanfic: Um Visconde Sedutor - Adaptada - Vondy - TERMINADA

Embora inexperiente em questões do amor, Dulce
não parecia se importar com as maneiras

um tanto bruscas de Christopher. Sem saber, Dulce
o estava submetendo a um verdadeiro teste de

fogo. Ele conseguira sair vencedor no
primeiro. Não apostaria em si mesmo quanto ao segundo.

Eles, provavelmente, teriam se deitado no
banco da varanda se uma batida à porta não os

interrompesse.

Para surpresa de Christopher, a sempre
carrancuda Sra. Fieldframe veio avisá-lo, com um largo

sorriso, que o almoço estava pronto.

Nesse momento, somente, Dulce se virou da Dulcela
para onde correra ao ouvir as batidas. Suas

feições estavam serenas. Apenas os lábios
vermelhos e inchados a denunciavam.

- Obrigada, sra. Fieldframe. Eu mesma servirei
lorde Von Uckermann em sua primeira aula.

O aroma da sopa estava divino, mas Dulce não
conseguia pensar em comer. Lembranças dos

momentos partilhados em intimidade teimavam em
povoar seus pensamentos.

- Você não deveria estar almoçando? - Christopher
estranhou.

- Eu deveria estar
ensinando-o - Dulce o corrigiu.

- Peço desculpas por minha falha.

- Não é preciso. A falha também foi minha.

O modo como Christopher disse aquelas palavras
provocaram um arrepio ao longo das costas

de Dulce.

- Você está muito bonito. As roupas tiveram um
caimento perfeito.

- Obrigado. Fico contente com sua aprovação.
Compensa-me das agulhadas e do incômodo

de visitar a alfaiataria.

- Valerá a pena, você verá. As pessoas aceitam
com mais facilidade aqueles que se vestem

bem.

- Se a roupa faz o homem, talvez eu não
precise me empenhar tanto em mudar meus

hábitos.

- A elegância no trajar é apenas o primeiro
passo. Não adianta você se apresentar bemvestido

em uma reunião e depois se comportar mal. Por
todos os lugares, as pessoas o estarão

observando.

- Porque sou bonito e charmoso?

Dulce teve de sorrir da expressão que ele
usou.

- Não. Porque você é um sujeito infame, que
não leva nada a sério!

Christopher recostou na cadeira e deu um longo
suspiro. Para surpresa de Dulce, ele mudou de

posição após um minuto e apanhou a colher.

- Mais devagar - Dulce instruiu acompanhando
os movimentos que ele fazia para levar as

colheradas de sopa à boca.

- Lembre-se de que não estará comendo sozinho.
Haverá pessoas ao seu redor às quais

você deverá dar atenção. Principalmente às
jovens casadoiras.

Dulce precisou pigarrear à súbita falha em sua
voz. Imagens de Christopher fazendo com outras

mulheres o que fizera com ela atravessaram sua
mente de uma maneira insuportável. Afastou-as

para poder continuar desempenhando sua função.

- Hoje serei eu a lhe servir os pratos - Dulce
explicou.

- Normalmente, um criado entraria no recinto,
se aproximaria de você pelo lado esquerdo,

colocaria o prato a sua frente e se retiraria
para retornar apenas no momento de lhe trazer o prato

seguinte.

- E se eu quiser repetir algum item da entrada
ou do prato principal?

- Às vezes é possível chamar o encarregado de
servir as bebidas. Mas não conte com isso.

Em jantares formais, você aceita o que lhe é
oferecido e apenas agradece.

Christopher franziu o cenho.

- Não é de admirar que as reuniões formais
sejam tão tediosas e que os homens precisem

recorrer aos clubes e bares do submundo. Não
há espontaneidade, nem permissão para o prazer.

Dulce balançou a cabeça.

- Esse não é o tipo de conversa que ocorre em
banquetes.

- De que eu deverei falar, então, se estarei
cercado por pessoas arrogantes, tolas, e

monótonas?

O sarcasmo de Christopher fez Dulce largar a
colher e encará-lo.

- Você está me parecendo mais arrogante do que
eles. Não julgue todos por alguns.

Também há pessoas interessantes na alta
classe.

- É mesmo? - Christopher desafiou-a,
insistindo na ironia.

- Cite um.

- Seu irmão - Dulce declarou sem hesitar,

Dulce terminou de comer a maçã assada com
sorvete que a sra. Fieldframe preparara para a

sobremesa e suspirou de prazer. Christopher
parou de respirar. Seu comportamento mudara da água

para o vinho após a observação sobre Christian,
mas seu desejo por Dulce só fazia aumentar a cada

segundo. E também seu respeito e sua
admiração. Ela era uma excelente professora, capaz de

orientá-lo sem enfadá-lo e de sorrir quando
ele tecia algum comentário que a divertisse. Seus pais

poderiam ter perdido seus bens, mas Dulce não
perdera a classe. Embora tivesse de trabalhar para

sobreviver, ninguém poderia dizer que ela não
era uma lady. Uma mulher brilhante. Com duas palavras

ela o derrotara e o fizera refletir pela
primeira vez com seriedade sobre a palavra que

empenhara no sentido de tornar-se digno de
assumir o título deixado por seu irmão.

- Concordo que seja difícil, mas você se saiu
bem - Dulce o trouxe de volta ao presente.

- Repetiremos a experiência quantas vezes
forem necessárias.

- Você é uma boa professora - Christopher
declarou, agradecido e disposto a fazer mais por

Dulce do que até aquele momento. Se a conduta
de Patrick Saviñon era tão odiosa, a probabilidade

de ele estar envolvido no desaparecimento de Alfonso
era grande. - Fale-me sobre seu primo.

O prazer demonstrado até aquele instante
desapareceu do rosto de Dulce.

- O que mais você quer saber além de ele ser
um mentiroso e um usurpador?

- Conte-me tudo de que se lembrar sobre ele.
Talvez isso possa me ajudar de alguma

forma.Dulce encarou-o com assombro.

- Você acredita realmente que Patrick seja
culpado?

- Não posso fazer acusações sem provas, mas
estou determinado a aprofundar a

investigação.

- Não há muito a contar - Dulce murmurou após
um prolongado silêncio.

- Patrick é filho do irmão favorito de meu pai
e de uma mulher irlandesa linda e

inconseqüente que abandonou o marido e o filho
pequeno para se aventurar pelo mundo. Com a

morte do pai, alguns anos depois, Patrick
cresceu entre internatos e casas de parentes. Alfonso e eu

gostávamos dele. Nós brincávamos juntos.

- Seu pai e ele eram próximos?

- Bastante. O relacionamento foi se
fortalecendo no decorrer dos anos. Quando Alfonso

desapareceu, as visitas de Patrick se tornaram
mais freqüentes.

Christopher aquiesceu. A intenção do primo
poderia ser simplesmente confortar um tio

querido, ou ele, talvez, estivesse empenhado
em plantar as sementes de um projeto mais sinistro.

- Seu irmão e ele eram íntimos?

- Sim. Como todos os meninos faziam suas
travessuras, mas nunca se largavam até um ano

antes de Alfonso desaparecer. Nessa época,
eles pararam, inclusive, de falar um com outro.

Essa era a informação mais importante até o
momento.

- A que horas lady Ridgefield a espera? -
perguntou abruptamente.

- Ela só retornará no final da tarde. Por quê?

- Acho que você deve fazer uma visita ao seu
primo. A repulsa diante dessa proposta foi

evidente.

- Por quê? - Dulce tornou a dizer.

- Porque enquanto você o distrai, eu
vasculharei o escritório onde ele guarda as cartas de

seu pai.

- Está falando a sério? - Dulce perguntou,
aturdida.

- Está pensando em arrombar a casa como urn
ladrão?

- Não - Christopher respondeu com um sorriso
malicioso.

- Você me deixará entrar em segredo!

Não deixem de comentar plixxx *-*

bjix da Naty