Fanfic: Um Visconde Sedutor - Adaptada - Vondy - TERMINADA

Maby, Isatkm27 e Thaila: Gracias pelos coments :D

Christopher movia-se com graça. Dulce colocou-se junto a uma coluna, perto da pista, para observá-lo sem que a notassem. Vestira-se com elegância. Na verdade, ele escolhera um dos trajes de que ela mais gostava e que lhe caía com perfeição.

Dulce mordeu o lábio ao ver um homem estender a mão para cumprimentar Christopher e bater em seu ombro. Mas Christopher o saudou com um sorriso, sem demonstrar nenhum sinal de dor. E os apertos de mão se sucederam sem que Christopher perdesse a classe. Sua expressão era amigável, serena. Perfeita. Ele parecia outro. Não mais lembrava o bárbaro alcoolizado que ela conhecera.

Lady Bledsoe se aproximou dele com um sorriso e lhe sussurrou algo. Sem perceber, Dulce sorriu diante da gargalhada espontânea que se seguiu à observação da mãe. A impressão que dava era que Christopher estava se divertindo sinceramente.

O entusiasmo de Dulce desapareceu ao notar que lady Bledsoe esperava apresentar ao filho um grupo de moças. Como um cavalheiro, ele saudou cada uma com um brilhante sorriso.

Algumas ele chegou a beijar a mão.

Um aperto no peito a fez deixar o local. Não podia ter ciúmes. Nem raiva. Mas o que ela estava sentindo não eram emoções desse tipo, e sim uma profunda tristeza.

Deveria estar feliz. Afinal aprendera as lições que lhe ensinara. Ela não tinha dúvida de que ele continuaria empreendendo esforços para se tornar um homem fino e respeitável, mesmo que fosse apenas para honrar a memória do irmão.

A realidade da situação ficou clara para Dulce diante daquela cena. Não havia mais lugar, definitivamente, na vida de Christopher para ela. Em breve ele escolheria uma daquelas moças para ser sua esposa. Dulce se tornaria uma lembrança perdida em seu passado. Ou nem isso. Ela seria mais uma apenas das muitas mulheres com quem Christopher partilhara sua cama.

— Posso cumprimentá-la?

Dulce ergueu os olhos para o homem a sua frente e se desculpou pela distração.

— Você é Dulce Saviñon, não é? — ele indagou com um olhar franco e amigável. — Estive procurando sua dama de companhia para que ela nos apresentasse formalmente, mas não a encontrei em parte alguma e resolvi não esperar mais. Sou Bertram Eggertan e gostaria de dançar a próxima música com você, se for de sua vontade.

Dulce hesitou. Não estava com vontade de dançar. Seu coração pesava de tristeza com Christopher às voltas com outras mulheres. Mas se era assim que teria de ser, ela deveria começar a trilhar seu novo caminho.

— Sim, sr. Eggertan. Eu terei muito prazer em dançar a próxima música com o senhor.

— Sua festa está esplêndida — Christopher elogiou a iniciativa da mãe.

— Como você, meu querido — ela disse com um sorriso. Christopher não conseguiu responder de imediato. Sua atenção estava voltada para Dulce, no meio da pista, nos braços de mais outro cavalheiro.

— Obrigado, mas eu estou longe de alcançar a perfeição. Cometi alguns deslizes, por mais que me vigiasse.

A mãe encolheu um dos ombros.

— Não esperava mudar por completo da noite para o dia, esperava? Essas coisas levam tempo.

— Ainda bem que você concorda comigo. Dulce me contou que você estava ciente da decisão que tomei de melhorar meu comportamento.

— Ah, Dulce! — lady Bledsoe desviou o olhar para a pista no que foi imitada pelo filho.

— Ela é uma boa moça. Espero que minha influência seja suficiente para garantir sua permanência na sociedade. Qual sua opinião a respeito dela? Você esteve constantemente em sua companhia nas últimas semanas, não é verdade?

Imagens de Dulce vinham ocupando sua mente em vigília e durante o sono. A doçura com que entregara seu corpo a ele no último encontro, jamais poderia esquecer.

— Eu nunca conheci ninguém como ela — Christopher confessou.

— Dulce é uma dama em todos os sentidos da palavra e a melhor amiga que se pode desejar.

— Você teve sorte em encontrá-la. O acolhimento foi o que eu esperava. Com sua beleza e elegância, Dulce está atraindo atenção, em especial dos homens de baixa nobreza.

— Isso é bom. — Christopher quase engasgou a essas palavras.

— Ela merece ser feliz.

Lady Bledsoe concordou com um movimento de cabeça, os olhos ainda voltados para Dulce.

Quando se virou para o filho, colocou um sorriso em seu semblante. — Você ainda não dançou. As pessoas devem estar comentando. Aproveite que Dulce está livre neste momento para dançar a valsa, o ponto culminante do baile.

Christopher franziu o rosto. Sua mãe não estava sendo nada sutil sobre ele e Dulce. Não lhe ocorrera que Dulce precisaria de um homem que merecesse o respeito absoluto da sociedade e ele de uma esposa nos mesmos moldes, pelas mesmas razões?

— Ela está cercada de admiradores — disse Christopher.

— Sim, mas eu tenho certeza de que ela escolherá você, se lhe pedir.

Christopher hesitou, mas apenas por um instante. Sua mãe adivinhara sua intenção. Ele só queria dançar com Dulce, com mais ninguém. Olhou para Dulce e ela sorriu. Os outros deixaram de existir ao seu redor.

— Desculpem, cavalheiros, mas esta dança é minha.

— Christopher curvou-se em uma mesura e ao estender os braços para Dulce viu seu próprio desejo refletido naqueles olhos.

— Sua popularidade é evidente — Christopher murmurou ao conduzir Dulce para o centro da pista aos primeiros acordes da valsa.

— Você está exagerando. Não dancei todas as músicas. Só recebi três convites.

— Quatro — Christopher a corrigiu. — E cinco homens diferentes lhe ofereceram ponche.

— Sua popularidade também é inegável — Dulce declarou.

— Suas admiradoras não lhe deram trégua.

— Não recordo o nome de nenhuma das moças que cumprimentei — Christopher informou-a e executou um movimento complicado próprio de quem dominava a arte da dança.

— Você é um excelente dançarino e sabe perfeitamente como se comportar em sociedade.

Um galante cavalheiro! Eu não deveria ter me preocupado tanto com a interrupção das aulas!

Christopher sorriu com malícia. Dulce corou ao notar que as pessoas estavam acompanhando seus passos e volteios com meneios de aprovação.

— É aí que você se engana. Os pensamentos que estão me ocorrendo não são próprios de um cavalheiro.

Dulce precisou umedecer os lábios subitamente ressequidos. Os batimentos de seu coraçãoaceleraram e provocaram reações inadequadas ao longo de seu corpo. O mesmo deveria estar acontecendo com Christopher porque ele se despediu ao término da dança, dizendo que acabaria beijando-a diante de todos os presentes se não saísse para o jardim por alguns minutos e respirasse ar fresco.

— Dançaremos juntos mais uma vez pelo menos? Christopher, para surpresa de Dulce, se afastou dizendo que ficaria a sua espera, na sala ao final do corredor, em trinta minutos.

Dulce tentou argumentar, mas ele não escutou. O que ela deveria fazer? Seria um escândalo se alguém os encontrasse juntos. Por outro lado, de quanto tempo eles precisariam para trocar umbeijo de despedida?

De braços cruzados, Christopher olhava para o pai que andava de um lado para outro da sala.

Como de costume, Hugh Von Uckermann, o marquês Bledsoe, estava decepcionado com o filho.

Christopher, ao contrário, não estava indiferente às críticas como no passado. Por mais que se esforçasse, nunca correspondera às expectativas paternas. Provavelmente jamais corresponderia.

Sua mãe e Maite observavam a cena em silêncio. Deveriam ter visto Christopher se dirigir sorrateiramente à sala de estar e ser seguido pelo marquês. Prevendo uma discussão, talvez tivessem decidido intervir de modo que o abismo entre pai e filho e não se aprofundasse ainda mais.

— É inútil, Marianne — o pai se queixou com a esposa, furioso com Christopher.

— Uma vez zebra, sempre zebra. Por mais que se lava e escove, as listras sempre permanecerão.

As críticas do pai antes o deixavam indiferente. Naquela noite causaram mágoa. Não adiantavam os esforços. O pai sempre tivera Christian como um modelo. Christopher jamais se igualaria ao irmão falecido.

— Você está certo. Eu sou uma zebra. Nunca chegarei a ser um puro-sangue como seu filho preferido.

— Exatamente. Hoje você está bem-vestido e fingiu ser um cavalheiro, mas a quem pensou enganar? Eu ouvi relatos suficientes sobre seu comportamento esta noite para saber que você não mudou. Você ainda...

— Christopher! Hugh! — lady Bledsoe implorou entre lágrimas. — Vocês estão piorando a situação. Parem com isso!

— Eu ainda não sou Christian? — Christopher ignorou o pedido da mãe.

— Nunca fui seu filho preferido. Por mais que eu me esforçasse, você nunca olhou para mim como para Christian. Nunca me tratou como o tratava. Foi por essa razão, meu pai, que eu decidi parar de tentar agradá-lo e seguir meu próprio caminho. O caminho da sobrevivência.

— Se o caminho do submundo lhe deu a satisfação que buscava, então por que se deu o trabalho de voltar para nós?

— Parem imediatamente!

Tão envolvido Christopher estava na batalha com o pai que não percebeu, de início, que a voz feminina não pertencia a sua mãe.

— Dulce!

Christopher quase caiu para trás. Seria de supor que Dulce fosse recuar e proteger sua reputação quando descobrisse que ele não estava sozinho. Em vez disso, Dulce impôs sua presença ao grupo como se tivesse o direito de estar ali. O vestido escuro acentuava sua palidez. As mãos e os lábios tremiam.

Comentem muuito plixxx *-*

Bjix da Naty