Fanfic: Um Visconde Sedutor - Adaptada - Vondy - TERMINADA

Christopher retornou para sua posição detrás da escrivaninha. Aquele homem não era

exatamente como Dulce o descrevera. Christopher não costumava se enganar em seu julgamento.

Patrick Saviñon não parecia ser um déspota, nem um covarde.

— O que o trouxe aqui, Saviñon?

— A reputação de minha prima. Como o único parente que lhe resta, eu vim lhe dizer que

não permitirei que comprometa sua honra.

— Eu pretendo me casar com ela.

A expressão que passou fugazmente pelos olhos do visconde fez Christopher reconhecer a

verdade. O primo estava apaixonado por Dulce. Em poucos segundos, contudo, as emoções

desapareceram como se nunca tivessem existido.

— Nesse caso, é ainda mais importante que ouça o que eu tenho a dizer.

— De que se trata? — Christopher cruzou os braços.

O primo de Dulce introduziu a mão no bolso interno do casaco e retirou alguns papéis atados

com uma fita vermelha. O nome de Christopher estava escrito por cima.

— Esta é a prova pelo qual Dulce tem procurado tão desesperadamente.

Christopher hesitou. Patrick insistiu que ele os pegasse.

— Por mais que eu lamente dizer, Alfonso Saviñon morreu há mais de um ano, provavelmente

por uma dose excessiva de ópio. O pai de Dulce não suportou o desgosto. Depois que recebeu essa

informação, ele caiu em profunda apatia e adoeceu. Antes de morrer, fez com que eu prometesse

nunca contar a verdade a Dulce. Ele temia que ela não resistisse a mais esse sofrimento em sua vida.

— Então você e o pai dela se enganaram sobre Dulce. Ela é muito mais forte do que você

imagina.

— Eu tentei argumentar com meu tio a esse respeito. Disse a ele que não poderia ocultar a

verdade para sempre. Mas Samuel era um homem obstinado e insistiu que eu esperasse pelo

momento oportuno. — Patrick Saviñon deu um pequeno sorriso. — Esse momento nunca chegou.

Dulce está convencida de que eu usei de má-fé para conseguir que Alfonso fosse declarado morto,

quando, em realidade, o juiz recebeu todas as provas de que precisava de meu próprio tio.

Christopher desdobrou a segunda folha de papel.

— Samuel Saviñon a escreveu de próprio punho — Christopher murmurou, perplexo. — É uma

declaração do óbito do filho, e uma confirmação de que o sobrinho, Patrick Saviñon, é seu legítimo

herdeiro. No final, o documento menciona a existência de um anel de sinete.

Patrick concordou com a cabeça e imediatamente retirou a jóia do mesmo bolso que

continha os papéis. Christopher examinou-a, constatando a letra "S" gravada na peça de ouro.

— Este anel pertenceu ao meu primo. Mesmo nas horas mais difíceis, Alfonso não se

separou dele, vendendo-o em troca de dinheiro vivo a qualquer loja de penhores. Dulce não sabe,

mas o pai esteve em contato com Alfonso um mês antes de ele desaparecer para nunca mais dar

notícias. O investigador contratado por meu tio encontrou-o à venda e o recuperou. A mancha de

sangue seco encontrada na reentrância do desenho convenceu-o de sua autenticidade. Quem matou

Alfonso, além de livrar-se da prova do crime, beneficiou-se de seu alto valor.

Christopher fechou os olhos. Aquelas cartas e o anel mais as informações obtidas

anteriormente através do homem dementado deveriam ser suficientes para convencer Dulce de

que seria inútil continuar alimentando esperanças.

— Por que você decidiu apresentar essas provas a mim?

— Eu fiz tudo ao meu alcance para tentar demonstrar minha preocupação, minha amizade e

minha estima. Sem permissão para lhe contar a verdade, meus argumentos eram frágeis demais e

ela nunca acreditou em minha inocência. Quando se recusou definitivamente a aceitar minha

proteção, eu procurei ampará-la por outros meios. — O olhar desconfiado de Christopher fez Patrick

interromper a explicação por um instante. — Se você não acredita em minha palavra, converse

com lady Ridgefield. Ela não estava precisando dos serviços de uma dama de companhia.

Inicialmente, lady Ridgefield acolheu Dulce como um favor a mim, mas logo se afeiçoou a minha

prima.

— Se você se importa tanto com Dulce, por que não deu um jeito para que ela encontrasse

estas cartas, como ao acaso? Dulce me contou que vasculhou os arquivos uma infinidade de vezes.

— Pensei inúmeras vezes em recorrer a essa tática, mas continuei incentivando-a a voltar e a

vasculhar os arquivos porque essa foi a única maneira que encontrei para que não deixasse de

freqüentar a casa de sua família, onde nasceu e foi criada, e também para que eu pudesse verificar

por mim mesmo se ela estava bem. Se você se casar com ela, eu terei prazer em lhe entregar estes

documentos e todo o legado de Dulce que inclui uma quantia considerável de dinheiro, que o pai

destinou para o dote.

— Patrick fez uma pausa e passou uma das mãos pelos cabelos. — Você me perguntou o

motivo de eu ter vindo aqui. Pois bem. A julgar pelo que eu vi esta noite, Dulce confia em você.

Seus olhos me disseram, na verdade, que ela sente por você mais do que uma simples

confiança.

800 ?  *-*

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Bjix da Naty