Fanfic: Um Visconde Sedutor - Adaptada - Vondy - TERMINADA

Fabiana, Maby, Eneida e Thaila: Obrigada pela ´´companhia``!!! *-*

Esse capítulo I é grande, neh??? :O

O chá esfriava sem que Dulce percebesse. Seus pensamentos estavam distantes. Lady

Ridgefield conversava animada, sem perceber que Dulce estava perdida em seu próprio mundo.

O que era um engano. Porque não era ao redor de seu mundo que Dulce gravitava, mas dentro

do mundo sombrio de Christopher Von Uckermann.

Ela não conseguia apagar a imagem daquele corpo musculoso e bronzeado quando deveria

estar se concentrando em estratégias para cumprir o acordo entre eles. A voz grave e máscula

ainda reverberava em seus ouvidos. Impossível negar que aquele homem tinha magnetismo. Um

magnetismo tão potente que lhe garantira um séquito de mulheres. Restava descobrir se ele teria o

carisma necessário para conseguir apagar os rastros que seu mau comportamento deixara no

passado.

Informações sobre Christopher Von Uckermann. Colher mais dados sobre seu pupilo seria sua

primeira tarefa.

- Rumores sobre o novo visconde de Von Uckermann devem estar fervilhando pelos círculos

sociais - Dulce observou, aproveitando o intervalo da conversa.

Lady Ridgefield largou a torrada e a faca, sem terminar de espalhar a manteiga. Seus olhos

brilhavam de excitação. Dulce aprendera a conhecê-la naqueles seis meses de convivência. Lady

Ridgefield gostava de estar bem informada, mas não era maldosa como a maioria de suas amigas.

Alegrava-se com a alegria dos outros e sofria com seus problemas.

- Certamente que sim. Lamento apenas que pouco do que dizem a seu respeito lhe seja

favorável.

Dulce desejaria fazer uma porção de perguntas sobre Christopher Von Uckermann, mas se conteve.

Demonstrar demasiado interesse despertaria suspeitas, mesmo em alguém como lady Ridgefield.

Completo sigilo seria essencial para o êxito de sua missão.

- Eu não me lembro dele, mas acho que encontrei o antigo visconde uma ou duas vezes

antes de meu pai morrer. O que Christopher Uckermannfez para ser repudiado por todos? Muitos

deixam o país para percorrer o mundo e são bem recebidos em seu retorno.

- A diferença, minha querida, é que Von Uckermann não percorreu o continente, mas desceu

para o submundo. Você sabe tão bem quanto eu que nossa sociedade se distribui em camadas.

Aquele que muda de uma camada para outra não é facilmente perdoado por sua própria classe.

Dulce sentiu um aperto no peito. Ela era a prova viva dessa verdade. Amigos com quem ela

convivera desde a infância agora a ignoravam, ou, o que era pior, tratavam com desprezo por ela

ter sido obrigada a trabalhar para sobreviver. Suas ilusões se perderam ao longo dos últimos

meses. Por outro lado, talvez fosse preferível ter a chance de conhecer o amor a se casar com um

homem da escolha de seu pai. Nenhum dos pretendentes que a cortejaram durante o pouco tempo

que se seguiu ao seu debut conseguiu capturar seu interesse, quanto mais seu coração.

Enfim, não havia tempo para o amor enquanto Alfonso não fosse encontrado. Só depois de

salvá-lo, ela se permitiria pensar em seu próprio futuro.

- Como será que o filho de um respeitável marquês foi parar em lugares tão sórdidos? -

Dulce prosseguiu.

- Ninguém sabe o que causou a separação entre pai e filho. Ao menos em meu círculo de

amizades. Enquanto Christian apresentava todas as qualidades que um pai poderia desejar em um

filho, Christopher se especializou em causar problemas.

Mesmo quando era mais jovem, Christopher nunca foi tão bem aceito quanto Christian. Eu

ouso dizer que as pessoas ficaram aliviadas com a notícia de que Christopher estava envolvido com

gente perigosa porque isso significaria seu afastamento de nosso convívio.

Dulce procurou se colocar no lugar de Christopher. Ele não era um rebelde sem causa, afinal.

Deveria ter sido extremamente difícil ser comparado com o irmão em todos os momentos.

- O rapaz nunca se deixou controlar - contou lady

Ridgefield. - A briga que culminou com o rompimento aconteceu quando o marquês

descobriu que o filho estava participando de lutas de boxe em clubes noturnos de baixa categoria.

Dizem que Christopher manteve contato com o irmão e com a mãe, mas ele e o pai só tornaram a

falar após a morte de Christian.

- Que triste! - Dulce exclamou e tornou a se perder em pensamentos. Ela fora separada da

família por circunstâncias de morte. Não conseguia entender como Christopher preferira romper seus

laços familiares a contornar seu problema com o pai. Um homem assim poderia ser redimido? De

qualquer modo, a ela só restava fazer o melhor que pudesse, e não ter pretensões de transformar

um dissoluto em um santo.

Christopher consultou o relógio pela décima vez e praguejou consigo mesmo pelo mesmo

número de vezes. Não parava de olhar para os ponteiros do relógio que pareciam se recusar a se

mover. O motivo dessa obsessão, ele se recusava a considerar. Dulce não especificara um horário.

Suas saídas estavam vinculadas à conveniência de lady Ridgefield.

Suas mãos estavam crispadas, seu corpo todo estava tenso, como se ele fosse subir ao

ringue. A luta daquela noite seria diferente, contudo. Uma luta compulsória, não uma disputa de

sua escolha que normalmente terminava em triunfo. Era angustiante pensar que ele tivesse de

renunciar ao boxe.

Não se iniciara nessa carreira para ganhar a vida. Dinheiro não lhe faltava quando começara

a freqüentar os bares e casas de má fama. Seu prazer pela luta fora despertado por ocasião de um

assalto em que três sujeitos tentaram roubá-lo em um beco. Suas perspectivas mudaram a partir

daquele momento. Quanto mais ele aprendia sobre as técnicas de lutas, mais crescia sua paixão

pelo esporte.

- Milorde?

A voz do mordomo trouxe Christopher de volta ao presente.

- Eu já lhe disse que não quero ser chamado assim, Gladwell.

- Desculpe senhor. A Srta. Saviñon chegou. Posso trazê-la?

- Sim, traga-a aqui.

Dulce estava usando um vestido simples de musselina que não fazia justiça a seu corpo

esguio. Christopher se viu cogitando como ela deveria ficar linda com vestidos de seda confeccionados

de acordo com suas medidas.

- Alguma ordem antes de eu me retirar, senhor? Christopher havia se esquecido do

mordomo. Dispensou-o.

O cenho franzido de Gladwell mostrava sua desaprovação às visitas noturnas. Ao sair,

deixou a porta propositadamente aberta. Com um suspiro, Christopher atravessou a sala e fechou-a.

- Ele acha inadmissível que fiquemos sozinhos. Deve estar pensando que eu a seduzirei na

primeira oportunidade.

Dulce engoliu em seco.

- O que ele pensa não importa, desde que não partilhe sua opinião com outros, fora desta

casa.

Christopher esperava que Dulce fosse enrubescer ao ouvir aquelas palavras. Ela inclinou a

cabeça para o lado e segurou o queixo como se não tivesse escutado.

- Há muito a ser feito. Por agora, esta sala nos basta. Mais tarde precisaremos fazer uso de

sua sala de jantar e do salão de festas.

- Eu e meus criados estamos as suas ordens, milady - Christopher respondeu com um

meneio galante e uma piscada audaciosa, que foram igualmente ignoradas.

- Posso perguntar o que é isso?

- Christopher indagou ao vê-la tirar uma caderneta e um lápis de um bolso do vestido.

- É uma lista de alguns dos itens que precisaremos verificar sobre sua educação.

Christopher fitou-a surpreso. Franziu o cenho ao ver Dulce virar no mínimo vinte páginas até

acrescentar um novo item.

- Modos de tratamento. Milady, por exemplo. Não é correto você me tratar assim.

Christopher sentiu uma necessidade súbita de beber alguma coisa. Dulce estava examinando-o da

cabeça aos pés. Normalmente, uma atitude como essa seria inconcebível, da parte de uma jovem e

adorável mulher. Christopher se sentiu constrangido. Sentia-se como um cavalo durante um leilão ou

um pedaço de carne exposto na vitrine de um açougue. Mas também estava fascinado. Dulce Saviñon

era uma mulher formidável. Um desafio.

- Você ficará bem com roupas adequadas. A elegância de um homem, porém, não está

apenas na qualidade e no bom gosto de seu traje. Ande pela sala como de costume. Faça de conta

que eu não estou aqui. Christopher quase engasgou.

- O que disse?

- Por favor, caminhe de um lado para outro e tente não pensar que está sendo observado.

Aquilo já era demais. Ao contratar Dulce Saviñon, Christopher não antecipara que ela fosse levar

sua função tão a sério, que não fosse se permitir demonstrar um mínimo de atração por ele, como

homem. Talvez ele devesse lembrá-la disso, mesmo que fosse apenas pelo prazer de vê-la corar.

- Como você espera que eu me movimente?

- Como faz normalmente, eu já disse.

- Existem situações e situações. Se eu estiver andando por um lugar desconhecido, vigio

cada um de meus passos. - Antes que Dulce respondesse, Christopher endireitou os ombros, fechou

os punhos e se pôs a andar, olhando ao seu redor como para analisá-lo. - Agora, se eu estiver

entre amigos, minha postura é mais relaxada. - Christopher soltou os ombros e os punhos, e sua

movimentação se tornou mais lenta.

- Ou você prefere que eu ande do jeito que faço quando estou interessado em conquistar

uma mulher?

Com passos longos e firmes, Christopher se acercou de Dulce. Seu olhar não era clínico, mas

apreciativo. Aproximou-se dela até ficar a poucos centímetros de distância, como se fosse tocá-la.

Em seguida, andou ao redor dela, bem devagar, insinuando que poderia tomá-la em seus braços no

momento que quisesse.

Comentem plixxx *-*

Bjix da Naty