Fanfic: amante e esposa aya adaptação finalizada

- Sei que dar banho no menino é algo cotidiano - comentou ele tratando de desfazer-se da recente excitação-, mas para mim é tão estranho estar aqui com vocês dois.

- Tente fazê-lo sete dias por semana e vai ver como deixa dar saudades - recomendou-lhe  Anahí com uma tímida risada.

- Quantas vezes por semana posso esperar que me deixe vir?

Anahí percebeu a ironia de suas palavras.

- Tantas vezes quanto quiser - respondeu fingindo que não lhe tinha feito mal-. Não vou separá-lo mais de Miguel... Sei que já perdeu muitas coisas de sua vida e quero compensá-lo por isso.

- É muito generoso de sua parte - reconheceu enquanto se perguntava se não seria uma mentira para persuadi-lo de que voltasse com ela.

 - Quero que saiba que quando punha desculpas para que não o visse, não o fazia de maneira deliberada. Prometo-lhe isso... É que me resultava muito difícil me separar de Miguel, embora só fosse por umas horas - confessou a toda pressa-. Mas de verdade não me dava conta de quão injusta estava sendo com você até que você me fez pensar nisso no outro dia.

- E o que se supõe que devo fazer eu em troca disto?

- Nada... Nada, de verdade - repetiu ofendida pelo cínico olhar de desconfiança que adivinhou em seus olhos.

- Deixe que eu o faça - pediu-lhe quando ela terminou de despir Miguel.

- Mas vai empapá-lo - avisou Anahí surpresa de que queria implicar-se tanto.

- Não importa.

Ao ver a desenvoltura com que Anahí comprovava a temperatura da água antes de colocar o menino, Anahí pensou que não era necessário lhe avisar de que Miguel era escorregadio como uma enguia.

- Parece que já tem feito isto alguma vez.

- Sim. Com os filhos de minha prima Paola - admitiu com um acanhamento incrível nele.

- Jamais teria imaginado que lhe interessassem tanto os meninos.

- E não me interessavam até que Miguel nasceu - lançou-lhe um olhar através daquelas exuberantes pestanas negras que lhe estremeceu o coração-. Às vezes quando não podia vê-lo, ia ver a família de minha prima.

Fez-lhe um nó na garganta. Felizmente, Miguel escolheu esse preciso instante para começar a chapinhar e brincar com os barquinhos e peixes de borracha. -Quer que vá? - perguntou Anahí incômoda ao pensar que sua presença não era necessária.

- Perché? Por que? - disse ele tranqüilamente-. Agora mesmo, Miguel está encantado de que o compartilhemos em lugar de brigar por ele. Será melhor que não lhe façamos confrontar muitas mudanças ao mesmo tempo.

A diferença de Anahí, Alfonso parecia encontrar a diversão de abordar os navios de brinquedo com os peixinhos e Miguel agradecia enormemente aquela participação que não estava acostumado com sua mãe. Por sua parte  Anahí estava fascinada de ver Alfonso nessa nova faceta que o fazia rir às gargalhadas com uma espontaneidade que ela nunca tinha presenciado.

- É fantástico... - comentou Alfonso emocionado ao ver como seu filho lhe estendia os braços para tirá-lo da água.

- Isso eu também acredito - assentiu Anahí com o coração na mão ante tão sincera emoção.

- Se soubesse quão divertido era ser pai, teria chegado grávida ao altar.

- Sério? - perguntou ela ruborizada ao tempo que pensava que se ele houvesse dito algo assim quando estava esperando Miguel, possivelmente jamais o teria abandonado. Mas não o disse porque nesse momento lhe parecia mais importante que Alfonso demonstrasse o amor que sentia por seu filho sem envergonhar-se. Estava descobrindo uma ternura em Alfonso que nunca lhe tinha permitido ver.

- Fez um trabalho estupendo com ele.

Anahí não estava preparada para tal louvor, sobre tudo procedente de um homem que sempre estava mais disposto a criticar, por isso se ruborizou como uma menina. Ficou olhando-o em tal estado de letargia que demorou vários segundos em dar-se conta de que o incômodo ruído que se ouvia ao fundo era o timbre da porta.

- Vá... Deveria ir ver quem é - disse por fim saindo do banho e tropeçando-se com um tamborete.

Desceu as escadas sem afastar Alfonso de seus pensamentos. Parecia que o rancor tinha remetido ligeiramente. Não demonstrava isso que tinha acertado voltando para São Paulo? Estava recompensando-a por sua generosidade e parecia que já não havia motivos para brigar. Com um radiante sorriso nos lábios abriu a porta da rua.

-Carlos... Meu Deus, não o esperava