Coloquei-a à prova como uma criança. Queria que me demonstrasse que me amava...

- Eu queria exatamente o mesmo.

- Eu não sei como demonstrar que a amo - admitiu confuso.

Anahí recordou a briga da noite anterior, ou o medo que tinha visto em seus olhos só uns minutos antes. Mas sobretudo pensou na maneira em que estava superando sua frieza e estava se obrigando a falar porque tinha medo de perdê-la. Voltou-se em seus braços e o estreitou com força.

- Diga-me isso e acreditarei.

- Amo você, mia amata.

- Eu também o amo. Quer se casar comigo?

- Pensei que isso tinha que dizê-lo eu - disse ele tenso.

- É que a você não se dá muito bem, assim pensei que seria mais fácil se me encarregasse eu. Quer ou não?

- Sim, quero.

- Muito bem... Mas há duas ou três condições - acrescentou maliciosamente -. Não é nada complicado. Só menos trabalho, alguma viajem ao estrangeiro de vez em quando e dois ou três filhos...

- E muito, muito sexo - participou  Alfonso com uma encantadora gargalhada -. Então já não voltará a tirar o anel nunca mais. Quando nos casamos?

- Assim que quiser - respondeu emocionada sabendo que dessa vez o fariam bem.

Um ano depois, Anahí deu à luz uma menina a qual chamaram Vitoria. Onze meses antes disso, Alfonso e Anahí se casaram em uma tranqüila cerimônia que teve lugar em São Paulo com Dulce e Christopher de testemunhas. E depois a vida tinha sido uma longa e maravilhosa lua de mel durante a qual tinham viajado pela Itália e Inglaterra acompanhados de Miguel.

Alfonso tinha estabelecido seu escritório em Florência e tinha mandado construir uma enorme estufa em II Palazzetto para as samambaias de Anahí. Durante a gravidez, ela tinha escrito um entretido livro sobre o estudo das samambaias que estava vendendo muito bem entre os botânicos. Maite tinha se casado com um rico banqueiro e de vez em quando almoçava com Anahí em São Paulo. Anahí pensava que o amor tinha curado a extravagância de sua irmã, Alfonso acreditava que tinha sido o banqueiro com seu dinheiro.

Jack tinha se convertido em um cão de classe alta com colar de diamantes de imitação incluído e teria se tornado de tudo insuportável se tivesse podido se dar conta de que saía nas revistas. Alfonso e ele se tinham muito carinho, mas nenhum dos dois estava disposto a admiti-lo.

Três meses depois do nascimento de Vitoria, Anahí estava mais apaixonada por Alfonso do que nunca. Um dia, ela estava deitando a pequena no berço enquanto Miguel já dormia placidamente em seu quarto, quando Alfonso chegou.

— Estão tão tranqüilos a esta hora do dia - sussurrou  Alfonso encantado.

- Este lugar é mágico - disse Anahí agradecendo a paz que sempre encontravam em II Palazzetto.

Alfonso afundou os dedos em sua juba loira e depois continuou lhe acariciando o rosto com os olhos cheios de amor.

- Você é o que há de realmente mágico em nossas vidas, mia amata.

Apoiando-se sobre seu forte e acolhedor peito, Anahí lhe ofereceu os lábios entreabertos e ele tomou com a sensualidade que sempre a fazia estremecer. Sentia-se feliz, amada e segura entre seus braços.

Fim