Fanfic: × Ilusão d&u

- Tem alguém ai?

Ela se levantou, tomando cuidado para marcar a pagina, do livro, em que parou. Deu a volta na árvore.

- Brincadeira de mau... Ou melhor péssimo gosto.

Olhou mais uma vez.

- Parem de tentar me assustar.

E então, muito chateada e nervosa, voltou para a escola e foi direto para a mesa das amigas.

- Quem foi?

- O que?

Perguntaram juntas.

- Quem foi que tentou e conseguiu me assustar agora lá no jardim?

- A gente não fez nada.

- Não saímos daqui um minuto.

- Verdade?

- Dulce, para com isso, você sabe que a gente não faria isso, você é medrosa ia acabar enfartando.

Maite disse, mal humorada, e Anahí confirmou com a cabeça.

- Ok, desculpem, mas eu não gostei da brincadeira e queria saber quem foi.

- Pra que?

- Pra da um soco no estomago dessa pessoa.

- Esquece isso, Dul.

Dulce ia responder mas ouviu uma voz aguda chamando seu nome, se virou e viu uma menina de cabelos loiros, bonita, vindo em sua direção, sorrindo.

- Diga Belinda.

- Você já marcou alguém reunião do grupo estudantil?

- Droga – Dulce bateu na própria testa- Esqueci, mas não se preocupe, marco hoje e mando um aviso a todos.

- Obrigada. Tchau meninas.

- Tchau.

Disseram Anahí, Dulce e Maite juntas.

- Ainda tem mais isso.

Dulce sentou-se, exausta.

- Você deveria sair do grupo.

- Eu sou a líder.

- Eles elegem outra, Dulce você faz muita coisa ao mesmo tempo, isso um dia vai deixar você louca.

- Eu estou bem assim?

- Serio? Não parece.

- Chega. Não vamos discutir minha vida pessoa ok? Falaremos de outra coisa.

Anahí e Maite se olharam e então assentiram. E Anahí perguntou.

- Ok, como foi à prova?

- Ótima.

Maite respondeu logo.

- Não sei, acho que eu não fui muito bem.

- A gente percebeu que você demorou, mas nada de falar da vida pessoal da Dulce.

Dulce riu e olhou para o lado, a galera de sua escola era estranha, ela observou, alias sua escola era estranha, quando fundada era somente para meninas, dois anos depois meninos puderam entrar nela também, mas aconteceu algo, e depois de seis anos, a escola voltou a ser somente feminina, e depois, ano passado, a escola voltou a ser para meninos e meninas, e Dulce realmente não entendia por que tanto drama.

- Já bateu, vamos, não podemos nos atrasar.

Dulce não falou nada, só seguiu as amigas, olhando em volta ainda, ela viu algo diferente, parou no meio do caminho enquanto todos iam entrando em suas salas. Ela olhou em frente e lá, no fundo do corredor, não muito longe, mas também não muito perto, ela viu um garoto, encostado na parede, fitando-a. Ele não usava farda. Era lindo de tirar o fôlego. Seu olhar era penetrante e despia a alma de Dulce. Ele sorriu. Um sorriso avassalador. Dulce deu um passo para a frente e piscou. Ele não estava mais lá. Olhou em volta, de novo e de novo, e então desistiu, foi direto para a sala.

- Que bom que resolveu se juntar a nós, senhoria Saviñón, vai se sentar ou prefere ficar em pé na sala da diretora?
Dulce não respondeu, somente abaixou a cabeça e sentou-se em seu lugar.

- Obrigada. Peguem os cadernos.

Dulce pegou o dela, mas na metade da aula, sua cabeça já estava em outro lugar completamente diferente, ela estava de volta ao corredor, vendo novamente aquele garoto diferente fitando-a, sorrindo para ela. Antes  que pudesse se dar conta, começou a desenhar de lápis no caderno o rosto dele, sempre desenhou muito bem, nasceu com o dom e fizera curso de desenho para se aperfeiçoar, hoje, poderia até pintar um quadro e vende-lo se quisesse. Os traços foram ganhando forma enquanto a aula de química ganhava espaço no quadro. Enquanto a professora falava do pai da química, Lavoisier, os olhos dele, profundos e escuros, ganhavam vida no papel. Distraída, nem percebeu quando o sinal tocou, fazia muito tempo que não se distraia assim.

- Dulce?

Ela levantou os olhos, a contragosto, para Anahí.

- Não vai embora?

- Já?
Maite suspirou, impaciente.

- Dulce, já bateu.

- Nossa, nem ouvi.

- Percebemos.

- Podem ir, vou arrumar minhas coisas e vou embora, até amanha.

- Até.