Fanfic: × Ilusão d&u

- Droga.

Dulce murmurou, arrancando a pagina do caderno. Estava na biblioteca da escola, na verdade, deveria está em casa, mas não agüentaria outra briga, então, está ajudando na biblioteca, como fazia todas as quintas, só que era terça feira. Parou de desenha quando uma garota parou a sua frente.

- Oi.

A garota sorriu.

- Oi, será que você poderia ver um livro pra mim?

- Sim, quer livro de quê?

- Romance.

Ela disse meio constrangida.

- Espera um pouquinho, okay?

- Okay.

Dulce largou o bloco de desenho no balcão e se dirigiu as prateleiras de romance, olhou alguns títulos e buscou um que ela já houvesse lido, sorriu ao ler Crepúsculo, ia pegar o livro, mas seu olhar foi atraído para o livro ao lado, um anuário da escola. Dulce voltou os olhos, aquilo estava no lugar errado, pego os dois livros e foi de encontro a menina, que lhe sorriu.

- Você desenha bem.

- Obrigada.

Disse simpática, depois de fazer a ficha do livro, o entregou para a menina e esta foi embora com um sorriso nos lábios. Sorriu também, ia continuar o desenho, porém se lembrou do anuário, ela o pegou e viu o ano, 1988, curiosa ela abriu e começou a olhar, rindo de algumas fotos estranhas.

- Esse é até bonitinho.

Ela disse virando a folha e então seu coração parou. Era ele. O garoto do corredor. Na verdade, ela não tinha certeza, pois estava de cabeça baixa e com chapéu, mas parecia muito ele, rodou o anuário em busca de outra foto mais não achou, voltou para aquela para ver se tinha o nome na legenda, mas em baixo só tinha escrito “grupo de teatro”. Ela guardou o anuário, rindo da própria idiotice e voltou aos desenhos.

Dulce chegou em casa tarde, seu pai estava deitado no sofá, dormindo, deveria ter acontecido outra briga, Dulce deduziu, agradecendo a Deus a idéia que teve de da uma volta pela cidade depois que saísse da escola. Tomou um banho rápido, trocou de roupa, comeu alguma coisa e subiu direto para o seu quarto, nesse meio tempo, ela percebeu, não encontrara a sua mãe, onde será que ela estava? Ficou um tempo no quarto, estudando, depois que acabou, decidiu ir ao computador. O seu estava quebrado por isso resolveu usar do de seus pais, foi para o quarto deles e sua mãe também não estava lá, balançou a cabeça negativamente, e sentou-se na cadeira da mesa do computador, surpreendeu-se ao perceber que este se encontrava ligado, mexeu no mouse e a tela “acendeu”, o “MSN” de sua mãe estava aberto, em “aparecer offline”, e também havia uma conversa aberta, com um tal de “Eduardo”. Dulce fechou os olhos e respirou fundo, olhou a conversa onde eles marcavam um encontro. Desesperada, Dulce abriu o histórico da conversa, e leu tudo. Eles conversavam a muito tempo. Ele era divorciado, tinha 35 anos de idade, e uma filha de 10, Katy e um filho de 18, Sean. Dulce respirou fundo. Sua mãe reclamava, na conversa, de tudo, de seu pai, marido dela, do trabalho e até dela, Dulce, sua filha. Dulce sentiu-se perto das lágrimas. "Ela nem parece que é minha filha. Se não tivesse feito um teste, sinceramente, poderia acreditar que trocaram ela na maternidade. Ela é toda o pai e isso me irrita.” Essa declaração foi a gota que fez o copo transbordar, as lágrimas caíram impiedosamente por sua face, enquanto ela soluçada e sentia uma terrível falta de ar, estava tudo errado e sua mãe a odiava. Ela saiu do quarto, esquecendo de fechar todos os programas que tinha aberto no computador, pegou o casaco, se calçou e saiu de casa, correndo, não queria encarar nem a mãe nem o pai tão cedo. As ruas nunca pareceram tão vazias. Ela andou, correu, caiu uma três vezes, se machucou mais não sentiu, e logo, estava em uma praia. Olhando para as ondas que quebravam calmas na beira do mar, ela desejou uma tempestade.