Fanfic: × Ilusão d&u

- Você é poeta?

- Não.

- Filosofo?

- Não.

- Então o que você é?

- Um ser apaixonado.

- Por mim?

- Não sei.

- Como não sabe?

- Não sei se alguém bruto com eu seria capaz de amar algo delicado como você.

- Não sou delicada.

- É mais frágil que uma flor. Uma bela flor, com o mais doce e tentador dos perfumes.

- Tentador?

- Sabe o quanto eu daria para te ter em meus braços? Mas esses não te podem tocar.

- Por quê?

- Você não entenderia.

- Por que você sempre acha que eu nunca irei te entender?

- Pelo mesmo motivo que você acha que suas amigas não lhe entenderiam. Você nunca passou pelo o que eu passo agora.

Dulce respirou fundo.

- Gostaria que compartilhasse comigo.

- Um dia, Mon amour, juro-te que te conto tudo. Palavra por palavra. 

- Esse dia vai demorar?

- Depende.

- Depende?

- Sim, depende da sua capacidade de entender. Mas chega de falar de mim, vamos falar de você, ma belle fleur.

- Ma o quê?

- Ma belle fleur.

- O que significa?

- Minha bela flor.

Dulce sorriu e eles continuaram andando, enquanto ela contava tudo o que sentia e o que sentiu, narrou os fatos do seu ponto de vista, e ele, apesar de aparentar já saber tudo, ouvia atentamente cada palavra, como se tudo fosse uma descoberta. Quase duas horas depois, Dulce calou a boca  e olhou para ele, que se mantinha calado.

- Estou sendo insuportável?

- Não.

Ele respondeu sorrindo.

- Eu queria que tudo voltasse ao normal.

- E o que era normal? Seus pais brigarem escondidos?

Dulce o fitou assustada.

- Você tem que entender sozinha.

- Não pode me ajudar?

- Eu amaria ajudá-la. Mas nisso não posso, você tem que entender sozinha, vai ajudar na construção das suas teorias.

- Teorias?

- Sim.

- Sobre o que?

- Sobre tudo. Casamento, amor, amizade e todo o resto.

- Quais são as suas teorias?

- Minha teoria é única: Nenhum sentimento sincero tem fim, ele pode mudar, mas nunca acaba.

Dulce sorriu.

- Eu tenho uma teoria sobre momentos como esse.

Ele disse.

- Qual é?

- Podem durar uma vida inteira, mas quando acabam sempre vai parecer pouco.Dulce olhou o mar. E sentiu uma brisa suave pelo rosto, que fez seus cabelos voarem, olhou para o lado e o garoto do corredor havia sumido novamente. Sabia que ele havia lha dado algo para pensar, o problema é que não sabia sobre o que exatamente deveria pensar.