Fanfic: §§O irmão do noivo§§[Cancelada]
Dedico este capítulo a vitoria10. Bjos.
A habitação havia ficado sumida num terrível silêncio. Ninguém se movia. Ninguém falou. O horror que era o pesadelo de toda jovem envenenava o ar.
Anahi se tinha deixado cair sobre a cadeira mas próxima, seu rosto branco como a cera. Entre os joelhos, meio ocultas entre os vincos de delicada seda e encaixe estava suas mãos, frias como o gelo e apertando o papel que Alfonso acabava de entregar-lhe.
Querida Anahi, dizia. Querida Anahi...
Como pôde fazê-lo?
As palavras de seu tio romperam o silêncio com um som afogado, áspero e desolado.
Ninguém lhe contestou. Anahi não podia e Alfonso não estava consertado para fazê-lo. Tinha-se ficado de pé junto a janela, alheia a tudo agora que seu papel naquela macabra jogada tinha concluído, enquanto perto dali uma igreja abarrotada de convidados vestidos com seus melhores trajes, aguardavam os noivos que não chegariam.
Já teriam começado a suspeitar que algo ia mau; o fato de que Dereck e Alfonso não estivessem no altar ocupando seu lugar era já bastante mau augúrio. Sua tia estaria mordendo as unhas morta de preocupação enquanto Dulce, sua única dama de honra, preciosa com sua vestido rosa, estaria esperando à porta da igreja a uma noiva com a que nenhum homem queria trocar promessas.
Deus... Escolheu o último momento, não é verdade? bramou seu tio.
Sim contestou Alfonso, ainda que aquela única sílaba soou afogada.
Anahi não fez nenhum movimento. Seus olhos, marrom muito escuro, pareciam negros e sem fundo num rosto tão completamente desprovido de cor. Não via quase nada com eles. Estava olhando para si mesma, para aquele lugar frio e escuro de sua mente no que se alojavam o horror, o sofrimento e a humilhação, aguardando a que passasse o aturdimento inicial para apoderar-se dela.
Estaria Alfonso tão aturdido como ela? Provavelmente. Apesar de seu habitual bronzeado, parecia pálido. E se tinha vestido com um traje cinza para assistir à que teria sido um casamento de manhã. Não podia ter albergado suspeita alguma de que Dereck fosse fazer algo assim.
Dereck...
Any fincou o olhar em suas próprias mãos, nos dedos que apertavas convulsivamente a folha de papel.
Sinto tanto ter que fazer isto...
Os lábios lhe tremeram mas não o resto de seu corpo, que se mantinha numa espécie de gelada imobilidade que mal lhe permitia respirar. Tinha a boca seca, tão seca que parecia ter a língua colada ao paladar, e o coração lhe batia de uma forma estranha; umas pulsações intensas, gordas, tanto que estava começando a sentir-se mareada e com vontade de vomitar...
- Deus... seu tio se moveu de repente. Tenho que ir dizer-lhe a toda essa pobre gente que espera na igreja que...
Não é necessário o interrompeu Alfonso. Já me ocupei eu. Pensei que seria... o melhor - concluiu, apesar de que a palavra lhe parecesse inadequada, dada a situação.
Naquele preciso instante, o ruído de um carro que se detinha frente à casa lhes indicou que a primeira chegada horrorizada da igreja acabava de produzir-se.
“Demasiado cedo”, disse-se Anahi. “Ainda não estou preparada. - Não posso olhar-lhes à cara e...
- Anahi!
Era a voz de Alfonso, áspera pela preocupação, e um segundo depois sentiu que alguém a segurava antes de que caísse ao solo para diante.
- Não quero ver ninguém sussurrou; não estava inconsciente, mas lhe faltava muito pouco.
- Claro que não.
Alfonso estava de joelhos diante dela, sujeitando-a contra seu peito, e o fino véu de tule cobria sua cabeleira de cabelo negro como o carvão que tinha caído cobrindo-lhe a cara. Alfonso tremia, percebeu vagamente.
- É Sheila seu tio Thomas olhava desde a janela - tua tia, Any murmurou com suavidade. Quererá...
Naquele momento a porta se abriu de par em par e Any começou a tremer violentamente. Alfonso amaldiçoou entre dentes e se moveu para poder encolhê-la melhor entre seus braços e protegê-la do ar do salão.
Any! gritou sua tia, quase histérica. Minha menina!
- Não ,gemeu ela contra o ombro de Alfonso. Não...
Não ia poder suportá-lo. Não ia ser capaz de resistir a dor de sua tia, nem o de seu tio... nem sequer o seu próprio!
Alfonso deve pressenti-lo porque se pôs em pé, levando-a colada a ele, e a tomou nos braços, de maneira que seu rosto, frio como o gelo, ficou colado a seu pescoço quente e tenso.
- Se desmaiou – mentiu. Seu quarto, senhora Lester... diga-me onde fica seu quarto.
- Any...
Sua tia Sheila, sua serena e doce tia Sheila, que raramente permitia que as calmas águas que rodeavam sua vida sealterassem, veio-se abaixo por completo, desejando-se cair numa das cadeiras para jogar-se a chorar desconsoladamente. Seu tio Thomas se acercou a ela enquanto Alfonso, murmurando algo entre dentes, saiu da habitação sem esperar a que lhe indicassem aonde devia dirigir-se.
O recebedor estava cheio de gente. Any sentiu sua horrorizada presença ainda que Alfonso manteve seu rosto oculto, ignorando a todos, subiu as escadas como um escalador, empurrado pela adrenalina.
Que alguns dos presentes continham a respiração, e também a voz de Dulce, que perguntava algo com brusquidão. Alfonso lhe contes-tou, mas Any não entendeu suas palavras.
- Que quarto?
Sua voz soou rude, o bastante como para conseguir penetrar a emaranhada que a rodeava, mas ainda que tentou concentrar-se na pergunta, não conseguiu encontrar a resposta. Não sabia onde estavam. Com outra maldição entre dentes, Alfonso abriu uma porta com o pé; e depois outra, e outra, até que encontrou uma habitação que só podia ser a da noiva por toda a parafernália nupcial que estava espalhada por toda parte. Uma vez dentro, sentou-a aos pés da cama e fechou de uma vez a porta.
O silêncio os engoliu então, o mesmo silêncio denso e duro que os tinha engolido no salão depois que Alfonso lhe entregasse a nota.
Ele ficou imóvel, contemplando sua cabeça baixa, e de repente se acercou a ela e atirou do véu de tule que ainda lhe estava posto. Sem fixar-se na quantidade de grampos que sujeitavam seu cabelo, rasgou-o e o atirou ao solo.
- Sinto muito. murmurou , mas não posso...
E se afastou dela com os punhos metidos nos bolsos.
A cabeça começou a doer-lhe pelos arranhões das forquilhas, mas não lhe importou. Quase agradeceu sentir essa dor porque assim soube que ainda estava viva. E até compreendia por que devia tê-lo fato. Tinha que resultar patética, sentada ali com seu vestido de noiva enquanto seu noivo fugia em direção contrária.
De repente a realidade lhe golpeou na cara, e um asco que brotava sem saber de onde a empurrou a por-se em pé; a carta, que ainda seguia levando no punho fechado, caiu ao solo esquecida enquanto ela tentava cega de raiva a tirar as diminutas pérolas que fechavam o corpo do vestido por diante.
- Ajuda-me! rogou-lhe desesperada, com as mãos e o corpo inteiro tremendo, a expressão que até então tinha sido de aturdimento transformada num ódio torturado.
A seda se rasgou ao tirar, mas não lhe importou... de repente, sua maior preocupação era sair daquele vestido, desfazer-se de todo to que pudesse conectá-la, ainda que fosse remotamente, com Derick ou com o dia do casamento.
-Ajuda- me, pelo amor de Deus!
- Não posso, Anahi!
Alfonso parecia surpreso, e essa surpresa lhe fez olhar-lhe.
- Por que não? perguntou-lhe sugerindo uma condenação. Fizeste tudo o que podias fazer para destroçar-me este dia. Por que não podes ajudar-me a destroçar este vestido?
Seu repentino ataque o obrigou a retroceder, e um músculo tremeu em sua mandíbula apertada. Seus olhos gases se escureceram ao querer dizer algo, e Anahi o desafiou erguendo-se, desafiando-o a que negasse o que acabava de dizer. Mas Alfonso não podia fazê-lo, e apertou os dentes.
Deixando-se levar por uma nova onda de violência interior, Anahi tirou o corpo do vestido e a rica seda se rasgou de parte a parte, lançando os diminutos botões em forma de pêra a todas partes; a cama, o solo, o tapete...
Alfonso ficou olhando um daqueles botões que foi aterrizar o seu pé enquanto Anahi se desprendia do vestido até ficar, de pé e tremendo, com o body de encaixe e as meias de seda.
Isto é pior do que uma violação murmurou entre dentes, abraçando-se.
- Deus,Anahi, não... –contestou o, e deu um passo para ela com um braço estendido que depois deixou cair, consciente de que não podia dizer nada porque nada podia apagar a dor e a degradação que estava sentindo, e girou em direção à porta.
- Vou a... dizer-lhe a alguém que...
- Não! gritou ela, e Alfonso se deteve a um passo da porta. Não repetiu em voz mais baixa. Podes ir-te se queres, mas não quero que ninguém se acerque a este quarto.
Uma coisa era permitir que Alfonso presenciasse seu desabamento, já que tinha sido o portador da notícia e outra diferente era permitir que os demais também o presenciassem. Não queria ver ninguém. A ninguém. Nem a Dulce, sua melhor amiga, nem sequer a sua tia.
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Autor(a): mariahsouza
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Dedico este capítulo a vitoria10 e a gabyzitah. Não lhe importava estar em roupa de baixo diante dele. É mais, Alfonso se tinha oposto a ela desde o momento em que Dereck se a havia apresentado como sua... - Não. Pensar em Dereck atiçava a sensação de náusea e teve que respirar profundamente v&aacut ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 15
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vitoria10 Postado em 14/11/2008 - 22:09:06
Muito lindaaa
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vitoria10 Postado em 08/11/2008 - 21:50:16
Ameiiiiiiiiii
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vitoria10 Postado em 02/11/2008 - 12:09:36
OK sem problemas!!!
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Muito lindaaaa -
mariahsouza Postado em 02/11/2008 - 11:35:44
Pessoal tenho que dizer uma coisa,com o final de ano a escola está muito puxada e eu não estou tendo tempo para postar então eu decidi que apartir de agora postarei só nos finais de semana.
Espero que não fiquem chateadas.
Bjs, Mariah. -
vitoria10 Postado em 28/10/2008 - 17:31:11
Ameiiiiiii
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vitoria10 Postado em 18/10/2008 - 00:05:19
Ameiiiiiiiii
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inalcanzable Postado em 17/10/2008 - 17:02:39
posta mais ta lindo!!
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vitoria10 Postado em 11/10/2008 - 19:05:22
Ameiiiiiiiii
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vitoria10 Postado em 09/10/2008 - 19:58:21
Ameiii
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vitoria10 Postado em 08/10/2008 - 14:46:59
Lindaaaaaaaaaaaaaa
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