Fanfic: §§O irmão do noivo§§[Cancelada]

- O trato que temos tu e eu é. Só para lavar-lhe a cara tudo isto.
- Exato –contestou ele, com uma calma quase insultante. Esta é a melhor suite com cama de casal do hotel, a que eu usei sempre que vinha aqui. As pessoas me conhece neste hotel, Anahi. Que crês que pensariam se de repente pedisse duas camas, precisamente quando venho acompanhado de minha flamejante esposa?
Anahi engoliu saliva. Era consciente de que não podia esgrimir nem um só argumento na contramão. E Alfonso o sabia também.
Então o telefone da outra habitação soou.

- Seja boa e começa a vestir-te lhe disse quando se voltou já para ir contestar. - Fez-se tarde, assim vou pedir que nos subam a comida à habitação. - Dez minutos, Anahi, concluiu.

Não era de estranhar que fosse um brilhante homem de negócios, pensou ao ficar olhando o espaço vazio que tinha ficado no lugar que antes ocupasse Alfonso. Era capaz de ganhar qualquer discussão sem ter que se esforçar.
E o melhor seria de que não o esquecesse nunca, disse-se deixando-se cair sobre a cama. Trabalhando para a Corporação Danvers, teria tido que ser surda e cega para não saber tudo do homem que lhe pagava o salário. E não é que tivesse tido oportunidade de vê-lo no gigantesco arranha-céu que albergava os escritórios de sua companhia. Exceto uma vez, antes de que tivesse conhecido a Dereck.

Um dia no que se encontrou acidentalmente misturada numa coluna de homens que saíam de uma das plantas executivas do edifício. Caminhava ela pelo corredor carregada com um monte de papeis que havia recolhido no  departamento de arquivo; e não tinha tido oportunidade de por-se um lado diante a manada de trajes com gravata que se lhe tinham vindo em cima.

Um daqueles homens com aspecto quase de touro e um cenho de  poucos amigos lhe tinha golpeado com tanta violência no braço ao passar que os papeis tinham saído disparados para um lado e ela para outro. Aquele pedaço de  bruto nem sequer se voltou para desculpar-se, senão que foi Alfonso, o mesmíssimo Alfonso, quem se deu a volta para ver de onde provia o estrondo, quem tinha retrocedido para desculpar-se pelo acidente e quem lhe tinha perguntado se encontrava-se bem.
O golpe a tinha deixado quase sem respiração e o fato de que reconhecesse imediatamente ao grande chefe branco a tinha feito enrijecer.

Esperou que saísse depois de contestar-lhe num murmúrio quase ininteligível que se encontrava bem; de fato tivesse desejado que fosse assim, mas não, senão que ele também se pôs de cócoras, de maneira que as calças escuras se esticaram sobre suas coxas de atleta para ajudá-la a recolher os documentos e metê-los de novo em suas pastas correspondentes.

E isso tinha sido tudo, aparte de sussurrar-lhe um agradecimento justo antes de  que ele voltasse a pôr-se em  pé. Tinha sido então quando seus olhares se tinham cruzado. Só uma breve fração de tempo na que o mundo pareceu deter-se ao mesmo tempo em que ele fincou seus olhos cinzas nela. Depois, e depois de uma leve inclinação de cabeça, Alfonso deu meia volta e se uniu à horda de  impacientes homens de ternos.

Anahí se tinha imaginado que aquele seria o final do incidente, mas para surpresa sua, várias horas mas tarde, o mesmo homem que a tinha atropelado no corredor se acercou a sua mesa a desculpar-se, algo que a tinha deixado atônita perguntando-se quem o teria enviado e, sobretudo, como a teria encontrado, já que ela era só uma secretária mais entre o exército de  secretárias que enchiam todas as mesas daquele andar.
Foi umas semanas mais tarde, quando a enviaram a realizar um trabalho urgente para Dereck, e precisamente durante o encontro em que ambos descobriram a atração que sentiam o um pelo outro, quando ele se referiu ao incidente e lhe contou que Alfonso tinha subido pelas paredes com aquele tal Lack Mellor, falando diante de todos os demais que se não era capaz de ter uns mínimos modos, não sabia que demônios fazia trabalhando para ele.

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