Fanfic: §§O irmão do noivo§§[Cancelada]

Queria dedicar este capítulo a quem comentou.Bjs.

Casada com um estranho. Que pensaria ele? Que pensaria para valer sobre aquela des-grenhada relação na que tinham embarcado? Seu rosto não revelava nada, como era habitual nele. Ainda estando em repouso, seguia mantendo seus pensamentos a bom arrecado. No entanto, com seus olhos cinzas como o inverno ocultos depois das longas pálpebras, seu aspecto era diferente, mais amável, com as linhas que o sonho apagava ao redor de seus olhos. Inclusive sua boca parecia mais suave, mais amável, e a linha de seus lábios lhe pareceu surpreendentemente sensual. Surpreendente porque nunca tinha pensado nele desse modo. Mas estava começando a sentir que algo se acordava dentro dela, algo como o atrito das gemas de uns dedos na cintura, e seu coração deu um doloroso salto. - Não. Fechou os olhos para bloqueá-lo... para bloqueá-lo a ele. Alfonso podia ter-se convertido num ser indispensável para ela naquele momento, mas não queria sentir nada por ele. Já tinha bastante traumatizadas suas sensações. - Dereck. Um sussurro se escapou de seus lábios, triste e dolorido. - Estás acordada? Abriu os olhos para encontrar-se com aquela mirada cinza e menos inquisitiva na escuridão. Para valer era capaz de saber em que momento repensava em seu irmão? Era incrível a forma em que se as arrumava para inter-romper seus pensamentos cada vez que chegava a conjurar o rosto de Piers ante seus olhos. - Sim contestou. Que horas são? - Umas oito horas contestou, depois de conferir o relógio. Não está mau. E com um gesto da mão, afastou uma mecha de cabelo perdido de sua bochecha. Aquilo a sobressaltou, e não porque a tivesse tocado, senão porque havia voltado a sentir essa sensação no estômago. Não poderia ter-lhe ofendido mais se de repente se tivesse lançado sobre ele para atacá-lo fisicamente, porque toda a gentileza desaparecia de seu rosto e num abrir e fechar de olhos, levantou o respaldo de seu assento e acendeu a luz.

Anahi ficou tal e como estava um instante com a culpa batendo-lhe no peito. Depois se incorporou devagar. - Sinto muito, disse baixinho. Eu não... - Suponho que estás preparada para tomar um copo. Interrompeu sua desculpa e apertou o botão para chamar à aeromoça. Talvez o merecia. Alfonso tinha sido seu apoio incondicional durante aqueles dias, e era natural que pensasse que podia tocá-la sem que ela reagisse de forma tão violenta. O resto da viagem foi uma odisséia, principalmente porque não pôde voltar a dormir-se e teve que ficar junto a Alfonso enquanto ele estava imerso em documentos de seu trabalho. Tinha tirado uma valise que ela não tinha consertado antes debaixo do assento, e a ignorou durante o resto do tempo. Ele se arrumou para conter outro respingo quando ele de repente se inclinou por adiante dela e seus corpos se roçaram ao levantar a cortininha da janela. - Se queres desfrutar de uma das vistas mais espetaculares que existem, dê uma olhada sugeriu. Ela piscou várias vezes; não podia compreender as cócegas que seu atrito inocente tinham ativado nela.

 Não tinha que ser a surpresa o que tinha causado aquela sensação, e não... - Anahi? Por fim olhou a sua direita... e o que viu lhe cortou a respiração. Brilhava o sol e a seus pés as águas do famoso porto Victoria refulgiam à luz do sol. E estendendo-se até onde a vista podia atingir, estavam os edifícios. Altos, individuais, de todas as formas e tamanhos, apertados uns contra os outros, resultando uma es-tranha forma de beleza que acordava os sentidos. - Isto é Hong Kong disse Alfonso. A jóia dos mares do sul de China. - Aqui se compra e se vende qualquer classe de coisa. Para ser um pequeno afloramento na rocha, contém mais poder corporativo do que a maioria dos governos do mundo estão dispostos a admitir. Desde depois não era de estranhar, disse-se Anahi ao contemplar assombrada aquele lugar que podia deixar a Manhattan em panos menores. - Mais de seis milhões de pessoas vivem e trabalham nesse pequeno bocado de terra continuou ele . E há dias em que to crês de olhos fechados adicionou. - Mas, por outro lado, eu tenho vindo aqui durante muito tempo já, e posso dizer-te que jamais vi um pedaço de papel no solo, ou um rasto de vandalismo de algum tipo. - Hong Kong é uma cidade orgulhosa de si mesma e de seus lucros, e as pessoas refletem esse orgulho na forma em que cuidam sua cidade. Ainda que, na realidade, não me referia a tudo isso quando te dizia que olhasses disse, e quase como para corroborá-lo, o avião deu um bote.

Referia-me bem mais que isto... Anahi alongou inconscientemente a mão para agarrar-se a algo, o que fosse, o mais próximo era o braço de Alfonso. - Deus meu! exclamou. - Não devemos estar a mais de dez metros do terraço desses edifícios! - Põe os cabelos de ponta, não é? sorriu.

Kowloon está considerado como o aeroporto com a manobra de aproximação mais perigosa de todo mundo, e no entanto seu recorde em segurança é intaxável. Conseguiremos, não te preocupes lhe assegurou. Foi então quando se deu conta da força com que estava fincando as unhas em seu braço, e embaraçada, soltou-o. Sento muito, disse. Não pretendia... Mas a resposta de Alfonso foi tomar sua mão, pô-la de novo sobre seu braço e retê-la ali. - Creio que já o sabias, Anahi murmurou. Podes agarrar-te a mim tão forte como queiras. Para isso estou aqui. E isso é o que quero.

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