Fanfic: §§O irmão do noivo§§[Cancelada]

Anahi o olhou sem respirar. Não, não podia ser. Alfonso não a queria. Não podia querê-la. Estavam casados, sim, mas o seu não era um casamento à forma tradicional. Era simplesmente uma lavagem de cara, e não devia permitir-se pensar que era outra coisa. Não naquele momento; ainda não. Talvez nunca...

Ao sair, a umidade lhe deu na cara de Anahi como se fosse um lençol quente e úmido.
- Vamos disse Alfonso, tomando-a por um braço, já que ela se tinha detido para tentar que aquele ar carregado de tanta umidade entrasse em seus pulmões. Há uma limusine esperando-nos. Subamos antes de que nos derretamos.

Uma vez dentro, o carro se pôs em movimento com um uma silenciosa suavidade, e Anahí deixou cair a cabeça sobre o respaldo de pele do assento. Sentia-se como um pano, enquanto Alfonso parecia tão desperto e fresco como quando tinham saído de sua casa aquela manhã... tinha-lhe passado já outro dia?
- Que hora são?  perguntou-lhe, completamente desorientada.
- Quase as doze, hora local. As quatro da manhã mais ou menos para nós.
- Asf se sentia ela como se estivesse caminhando dormindo! Inclusive lhe  custava focar a mirada.
O carro se foi abrindo caminho a braço partido entre o tráfico denso e entrou num túnel que supôs devia levá-los sob o água até o centro de Hong Kong. Ao sair, começaram a mover-se entre filas de altíssimos edifícios onde o esplendor das portas de cristal e alumínio se misturava com a decadente pedra colonial.
Detiveram-se frente a um elegante edifício de porta fechada com mensageiros uniformizados em branco que se apressaram a abrir-lhes as portas do carro.
- Bem-vindos, senhor e senhora Herrera.
O jovem chinês que se inclinava levemente ante eles surpreendeu a Anahí ao dirigir-se a eles por seu nome, mas não parecia surpreender a Alfonso.
- Minha mulher está esgotada, Lee -lhe disse com a informalidade de quem freqüenta o lugar- .Temos a suite de costume?
- Sim, senhor -com um estalo de seus dedos, outros dois mensageiros se apressaram a tirar sua bagagem da limusine. -Se são tão amáveis de  acompanhar-me, nos ocuparemos das formalidades.

E começou a andar para o interior, enquanto eles o seguiam em silêncio, Anahi algo extravasada por aquele trato tão especial e Alfonso guiando-a suavemente pelo braço. Sempre tinha sabido que era um homem importante; afinal de contas, estava à cabeça da enorme Corporação Herrera, mas havia imaginado que aquela classe de trato estava reservada para dignitários governamentais e estrelas de cinema.
Registrar-se lhes custou mal uns segundos e depois Lee lhes con-duziu até os elevadores, convidando-os cortesmente a precedê-lo para depois subir ele e pôr o elevador em movimento.
Anahí se sentia tão cansada que até teve medo de desmaiar, de maneira que quando Alfonso lhe passou um braço pelos ombros e a acercou para que se apoiasse nele, não resistiu.
- Agüenta um pouco mais lhe disse baixinho. Agora poderás dar-te um bom chuveiro antes de que saiamos para comer.
- Para comer?
- A única coisa que quero fazer é meter-me na cama lhe disse, contendo um bocejo.
- Pois temo que não vais poder fazê-lo. A melhor forma de combater o cansaço pela diferença horária é lutar contra ele. Se passas o resto do dia sem dormir e te deitas esta noite, amanhã se sentirás muito melhor. Confia em  mim adicionou, ao ver sua mirada de protesto. 
Confia em mim suas palavras favoritas.
- Um dia destes -contestou afogando outro bocejo,- vou impedir-te que sigas manipulando-me assim, Alfonso.
- Para valer? Alegro-me de sabê-lo.
Anahí o olhou procurando sua expressão, mas como sempre seu rosto não revelava nada.
Aquele homem era um enigma. Um completo enigma.

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