Fanfic: Não se apaga o amor. (Vondy)

Christopher estava
amargamente arrependido de ter entrado naquele carro. Dulce parecia uma louca
atrás do volante, sequer reparava nas placas, quiçá no sinal. Suas mãos
agarravam o assento com tanta força que seus dedos estavam brancos.

- Onde você mora? –
Perguntou nervosa. Não suportava a presença dele.

- Dá pra ir mais
devagar? – Perguntou nervoso olhando a velocidade. Deu o nome da rua aliviado
ao vê-la diminuir um pouco,

- Desculpe, eu gosto
de acelerar – respondeu sem graça. Não era o primeiro que reclamava quando ela
dirigia. Normalmente, nunca a deixavam como motorista.

- Pensei que queria
me matar – disse tentando descontrair. – Quer dizer que teve uma decepção
amorosa – comentou com seu sorriso torto a brincar nos lábios enquanto avaliava
o perfil da ruiva.

- O quê? – Perguntou
nervosa em olhá-lo, o pé pisando novamente com força no acelerador.

- Calma, devagar –
respondeu branco ao olhar os vultos pela janela. – Deduzi pelo seu comentário
no restaurante. Fiquei curioso.

- Tive. Várias.
Todos os homens que conheci não prestavam – respondeu calmamente. Não era
segredo e não precisava que sentissem pena dela.

- Não pode julgar a
todos como um só – Christopher estava espantado com a frieza que Dulce falava.
Mulheres geralmente não gostavam de tocar nesses assuntos quando eram magoadas.

- Não foi apenas um.
E é por isso que agora quero distância.

- Então é lésbica? –
Perguntou assustado. Assim seria tudo mais difícil.

- Não sou lésbica,
idiota. Apenas não envolvo sentimentos – Christopher não podia estar mais
feliz. Finalmente encontrara alguém que não o ligaria no dia seguinte, alguém
que o deixaria em paz!

- Mas isso é ótimo! –
Exclamou sem perceber que o fizera.

Dulce franziu a
testa e o mirou de canto de olho.

- O quê?

- Facilita muito as
coisas! – Disse pondo a mão em sua perna de um jeito sensual.

- Tire essa mão de
mim agora – Dulce virara o rosto pra ele, deixando de prestar qualquer atenção
na pista.

- Pelo amor de Deus,
mulher! Olhe a rua – rebateu indignado com a falta de atenção dela. Era a última
vez que a deixava dirigir. Suspirou enquanto mantinha os olhos na face da
ruiva. Ela até podia ter sexo casual, mas sentia que com ele seria um pouco
mais complicado. Talvez por causa do trabalho, ela não queria misturar as
coisas. Sorriu malicioso, não aguentava mais o emprego que tinha, se tudo desse
certo, no próximo ano já estaria assumindo a companhia de seu pai. Seu velho
queria que Christopher tivesse alguma experiência antes de deixá-lo trabalhar
na companhia da família. Queria que Christopher crescesse e deixasse de ser a “criança
imatura” que sempre fora.

- Por que está na
Devon? – Perguntou interessado.

- É uma das maiores
no México. Quero ser estilista.

- Mas agora você
trabalha como assistente! – Exclamou.

- Eu sei, contudo
preciso de experiência antes de começar. Não conheço ninguém que poderia me
ajudar. Any disse que Maite poderia conseguir uma vaga pra mim já que ela
estava saindo de lá, e conseguiu! Acho que se eu ficar um tempo na Devon, posso
conseguir alguns contatos e então fazer meu sonho real – Dulce contara-lhe com
os olhos brilhando e um sorriso ingênuo nos lábios. Christopher sequer pensou
antes de segredar-lhe:

- Posso conseguir
isso pra você.