Fanfic: Destinados Ao Amor - Vondy

- Me passe o
patê de alho por favor Mai. - Dul pediu assim que sentou na mesa do café.

- Sua
viciada! - A amiga respondeu, entregando o pequeno pote com a pasta branca.

- Eu gosto,
da licença!

- Gostam do
que? - Perguntou Marisa, se aproximando e dando um beijo na filha.

- Bom dia
mãe. - falou Mai, bebendo seu suco de laranja.

- Bom dia
garotas, Dulce seu pai ligou, ele só chega sexta-feira, você pode ficar conosco
se quiser. - ela falou, olhando preocupada para a garota.

- Não precisa
tia, eu preciso voltar para casa hoje, to esperando uma encomenda.

- Já que
você diz. Mas não pegue o ônibus. Eu busco você e Mai na escola e a deixo em
casa.

- Tudo bem.

[...]

- Odeio
matemática.

- 2.

- Aquele
professor parece um zumbi.

- 2.

- Ele parece
que não toma banho desde...nunca!

- 2.

- Quer parar
de repetir 2 o tempo todo Mai? - Dul falou irritada e Maite riu.

- É
engraçado te irritar. O que eu posso fazer?

- Não
irritar! Tem muitas coisas engraçadas...tipo decidir se vai aceitar ou não ir ao
baile com o Christian.

- Ah, la vem
você com isso.

- Venho sim,
porque não é justo você ficar deixando ele chupando dedo.

- Eu não
deixo ele chupando dedo.

- Deixa sim.
- acusou Dul, apontando para Christian sentado junto com o pessoal do clube do
coral, que não parava de olhar para Maite.

- Ah
mas...ele é muito grudendo. Eu quero espaço!

-
Bom...quando ele se cansar de você e te deixar, você vai ter todo o espaço do
mundo.

- Ele me ama
Dul, é completamente apaixonado por mim, jamais me deixaria. - acusou a morena
enrolando uma ponta de seu cabelo.

- Você está
errada Mai, e um dia vai ver o quão isso foi errado.

Dulce olhou
mais um pouco para Maite, as duas tinham a mesma faixa etária, 16 anos, mas as
diferenças entre ambas eram gritantes.

Maite era
muito inteligente, mas usava tudo isso para conseguir as coisas que queria.
Conquistou fácil Christian ainda no ensino fundamental e até hoje o enrolava,
ainda em dúvida se de fato o amava ou não. Ela utilizava de sua carinha de
santa para conseguir estender prazos de entregas e melhores notas com os
professores e quase nunca era culpada de nada.

Já Dulce
também era inteligente, tinha as típicas dificuldades com matemática e física,
mas nada que um esforço maior não resolvesse, sempre tirava notas boas em
história e geografia, enquanto sempre passava raspando nas outras. Tinha
problemas para enfrentar com os pais, e na maioria das vezes, procurava ignorar
ao invés de resolver.

As vezes
tudo que ela queria, era ter alguém com quem pudesse contar e ter o apoio. Dul
amava sua amiga, mas Maite não era a melhor pessoa do mundo pra se pedir ajuda.
E desde o jardim da infância, ela era sua única amiga.

- E aí
garotas? - disse Aaron sentando-se com elas, Mai sorriu para ele e Dul apenas
murmurou um "olá".

- Já sabe da
novidade Aaron? O tema do baile vai ser anos 60. A Origem do Rock. - Mai falou
entusiasmada.

- Gostei
disso, vou poder usar a jaqueta de couro preta socada dentro do meu
guarda-roupa. E você Dul? Vai usar o que?

- Eu não vou
ao baile. - ela respondeu. - Além de ninguém ter me convidado, eu tenho que
estar em casa para cuidar do meu pai.

- Ta
brincando...fala sério Dul, aquele velho sabe se cuidar...E sem problemas, você
vem comigo. Kate não vai se importar.

- Que isso
Aaron, ela é sua namorada, você tem que ir com ela, e é sério, eu preciso ficar
com meu pai.

Aaron já ia
abrir a boca para contestar, mas Mai chutou a perna dele por debaixo da mesa e
ele se calou. Dulce não era a pessoa mais simpática do planeta, ela tinha os
problemas dela, e tanto ele quanto Maite já deviam saber que ela não iria e
pronto. Ela nunca ia.

As aulas
haviam terminado e logo Marisa chegou para buscar as meninas. Deixou Dulce em
sua casa e foi embora com Maite.

Dul pensou
em gritar para o pai avisando que ela tinha chegado, como sempre fazia. Mas
não. Ele estava viajando como Marisa disse, isso só iria fazer com que ela
tivesse papel de boba. Mas para quem? Só estava ela em casa.

Jogou a
mochila no sofá da sala e tirou os tênis, os deixando perto da porta de
entrada. Subiu as escadas para o segundo andar e ouviu um barulho vindo do
quarto de seu pai. Com muito cuidado para não fazer nenhum barulho, ela foi até
lá e teve a visão de seu pai jogado ao lado da cama, adormecido com uma garrafa
de vodca ao seu lado e outras sete - já vazias - espalhadas ao seu redor.

Com lágrimas
nos olhos, ela poderia ter corrido até ele e o levantado. Poderia ter
acordado-o, visto se ele estava bem, mas não. Tudo que ela fez foi correr para
o seu quarto e se trancar. Como sempre, era tudo o que ela fazia.

Aeroporto da Filadélfia.

- Não mãe,
eu já cheguei, está tudo bem comigo. To indo pro hotel agora mesmo. -
Christopher respondia ao seu celular, com sua outra mão, guiava o carrinho com
a mala de sua viagem.

Com uma
rápida despedida, ele desligou o aparelho e colocou no bolso de seu paletó,
indo para área onde havia vários taxis.

- Hotel
NorthCampton por favor. - ele falou ao taxista, assim que entrou no carro com
sua mala.

- Sim
senhor.

Ele
aproveitou que o transito estava congestionado e pegou de novo seu celular,
dessa vez mandando um torpedo para sua irmã Anahí.

"Já cheguei,
avisa a dona Alexandra pra parar de segurar o terço rsrsrs.

Se cuida
loirinha, não me esqueci de seu presente.

Beijos,
Ucker."