Fanfics Brasil - Capítulo IV - Parte II Muito Mais Que Uma Princesa. [Vondy] / Terminada.

Fanfic: Muito Mais Que Uma Princesa. [Vondy] / Terminada.


Capítulo: Capítulo IV - Parte II

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- Oh! - Dulce ficou olhando fixamente para a porta, ultrajada com o fato de aquele homem insuportável ter levado a melhor sobre ela e com a forma ardilosa como fizera isso.


          Ela fugira de escolas, de parentes, de palácios e conventos para agora ser comandada por Christopher Uckermann. Se aquele homem seguisse as suas pegadas o tempo todo, ela não teria nem um pouco de liberdade.


          Accidenti! Todos eles queriam que ela se casasse, não queriam? Como ela poderia encontrar o homem certo para se casar com Christopher Uckermann pairando ao redor dela o tempo todo, pronto para lembrá-la - e a cada homem que ela conhecesse - do decoro? Nenhum casal poderia se apaixonar direito nessas circunstâncias.


          E a mãe dela? Dulce parou em frente de uma das janelas do quarto, levantou o vidro e se inclinou para fora para olhar. Nenhuma árvore à vista. Não havia como fugir por ali. Totalmente contrariada, ela fechou a janela e começou a andar ao redor do quarto como uma tigresa enjaulada.


- Furbo bastardo - resmungou, passando a desabafar a sua frustração com outras qualificações pouco lisonjeiras sobre Christopher Uckermann em italiano.


          Apenas quando já tinha usado todos os nomes conhecidos para classificá-lo, ela parou de andar de um lado para outro.


          Fitando-se através do espelho da penteadeira, ela admitiu a razão da sua frustração. Havia subestimado aquele inglês, e estava furiosa consigo mesma por ter cometido um erro tão tolo.
         
          Disse a si mesma que não tinha importância o lugar em que estava hospedada. Não tinha feito toda a viagem até a Inglaterra para simplesmente aceitar que lhe negassem a companhia da mãe. Usaria o que bem entendesse e iria para onde quisesse. E, por Deus, não permitiria que ninguém, especialmente um homem, escolhesse um marido para ela. O olhar se desviou do próprio reflexo no espelho até a porta fechada. Ela simplesmente teria que ser mais esperta que Christopher Uckermann.


          Depois de se trocar, vestindo roupas formais adequadas para a noite, e voltar para a sala, Christopher descobriu que Alfonso tinha chegado em casa. Como Miss Saviñon não havia descido para a convivência antes do jantar, ela foi o assunto da conversa.


- Espero que ela goste daqui. - Anahí olhou para o cunhado com os olhos verdes cheios de ansiedade. - Afinal de contas, somos estranhos para ela.


- Ela gostou bastante de você, e eu estou certo de que vai se acostumar a viver aqui. - Christopher se sentou em uma poltrona em frente ao casal sentado no sofá. - Miss Saviñon tem um caráter aventureiro, e eu lhe dei a entender que viver com pessoas que têm um passado escandaloso vai ser animado.


- Você sempre foi um sujeito ardiloso - observou Alfonso.


          Christopher pensou nas palavras que acabara de ouvir de Miss Saviñon um pouco antes.


- Foi o que me disseram. - Ele se recostou na poltrona, sorrindo. - Anahí está me ajudando a dar ênfase ao aspecto do escândalo.


- Sim - concordou Anahí. - Deixei de mencionar a Miss Saviñon que agora somos membros respeitáveis da sociedade.


          Alfonso riu e, virando-se, beijou o cabelo da esposa.


- Você e eu, respeitáveis! - murmurou ele. - Quem teria imaginado isso?


          Christopher olhou a cunhada com gratidão.    


- Obrigado por assumir a função de chaperon da moça. Eu sei que isso é uma enorme responsabilidade para você.


- Não é preciso agradecer, Christopher - ela afirmou. - E o mínimo que posso fazer depois de você ter salvado a minha reputação.


- Salvar a reputação de jovens parece ter se tornado a minha sina na vida - disse Christopher num tom esquisito. - Espero, Anahí, que você não venha a se arrepender disso. Ser chaperon de Miss Saviñon não será fácil. Espero que você consiga controlá-la.


- Controlá-la não será um grande problema para minha esposa. - Alfonso esticou um braço pelas costas do sofá, pousando-o nos ombros da esposa. - Ela me controla muito bem, e a Isabel também, falando nisso. Duvido que Miss Saviñon lhe dê muito trabalho.


- Seria melhor você conhecer a jovem antes de chegar a essa conclusão - respondeu Christopher. - Garanto-lhe, caro irmão, que Miss Saviñon é capaz de criar mais caos do que vocês jamais conseguiram.


- Estou ansioso para conhecê-la. Adoro o caos. Você vai ficar para o jantar?


          Surpreso, Christopher deu uma olhada para Anahí.


- Você não contou para ele?


- Ele esteve fora o dia inteiro e acabou de chegar em casa. Eu mal tive a oportunidade de falar sobre Miss Saviñon e o meu papel como chaperon antes de você chegar. Não tive chance de contar o resto a ele.


          Alfonso olhou da esposa para o irmão e do irmão para a esposa.


- O resto do quê?


          Foi Christopher quem respondeu:


- Enquanto Miss Saviñon estiver vivendo aqui, eu também vou me hospedar na sua casa.


- O quê? - Alfonso gemeu, desanimado, e Christopher desejou que isso fosse apenas uma brincadeira. - Pelos deuses, isso é necessário?   


- É sim. Sei que nós dois nem sempre nos damos bem, Alfonso, mas não posso permitir que Anahí fique com toda a responsabilidade pela conduta de Miss Saviñon. Seria uma carga pesada demais. Com a total ausência de decoro manifestada por essa jovem, seria fácil algum patife caça-fortunas manobrá-la e fazer com que ela se metesse em uma situação comprometedora para tirar vantagem da situação. Até que ela esteja seguramente casada, pretendo vigiá-la como um falcão.


          Alfonso riu.


- Vai me dizer que você tem medo que ela fuja com algum jovem inadequado para trocar beijos no quintal?


          Era exatamente disso que ele tinha medo. Olhou para o irmão com determinação férrea.


- Ela não vai fugir para parte alguma.


- Pobre Miss Saviñon - murmurou Alfonso. - Com você a rodeá-la, não vai conseguir se divertir nem um pouco.


          Christopher pensou naqueles olhos escuros e coquetes, no riso travesso e no corpo bem-feito.


- Acredito que Dulce Saviñon já tenha tido divertimento suficiente por toda uma vida.


          Christopher não ficou surpreso ao ver que Dulce não dera qualquer atenção às suas instruções sobre como se vestir. Ela desceu para o jantar usando um vestido de um branco puro - mas não havia nada de puro no decote. Era tão baixo que qualquer homem teria que ser cego para não notar o que destacava. Christopher não deixou de perceber que Alfonso levantava uma sobrancelha diante da vista de bens tão perfeitos e tão esplendidamente expostos, assim como o sorriso zombeteiro dado por seu irmão mais novo na sua direção. Alfonso sempre tivera um senso de humor irritante.


          Quanto a Isabel, bastou a menina olhar para Dulce para declarar que o vestido dela era "absolutamente de arrasar", e que quando ela crescesse queria um igualzinho, só que vermelho. A expressão de Alfonso mudou imediatamente para uma carranca de desaprovação paterna, e então foi a vez de Christopher rir. Isabel ia dar o maior trabalho a Alfonso quando crescesse, e, depois de todos aqueles anos vendo o irmão mais moço quebrar todas as regras da sociedade, Christopher ia se divertir muito com isso.


          Anahí, sendo uma mulher de tato e de temperamento sereno, não manifestou sua opinião sobre o vestido de Miss Saviñon, nem com palavras nem pela expressão, e informou a Isabel que até que ela crescesse e se casasse, os tons pastel eram os indicados para os seus vestidos.


          Isabel protestou, mas a batalha constante sobre a cor favorita da menina foi cortada pela entrada de Osgoode, o mordomo de Alfonso, anunciando que o jantar estava servido.


          Depois de se sentarem na sala de jantar, Anahí voltou a conversa para tópicos sociais.


- Alfonso e eu recebemos um convite de Lady Kettering para assistir a um concerto amador em sua casa na próxima quinta-feira - ela disse. - Eu não ia aceitar, mas talvez deva ir. Christopher e Miss Saviñon poderiam ir conosco.


- Um concerto amador seria uma boa forma de apresentar Miss Saviñon à sociedade - concordou Christopher.


- Lady Kettering e eu temos planos de fazer compras depois de amanhã em Bond Street e tomar chá. Se lhe aprouver, Miss Saviñon - disse ela olhando Dulce de relance -, eu a levo comigo e explico que sou sua chaperon nesta temporada. Sabendo disso, ela sem dúvida vai estender o convite para o concerto à senhorita. - Ela voltou a sua atenção para o cunhado. - Vou falar também sobre a sua inesperada chegada do Oriente, Christopher, assim ela poderá incluí-lo.


           Alfonso suspirou.


- Detesto esses concertos amadores. São um ataque contra os ouvidos. Jovens senhoras com pouco talento musical tocando instrumentos com grande entusiasmo. A maior parte das vezes, quando elas tocam alguma coisa de minha autoria, eu me encolho. Nós temos mesmo que ir?


- Miss Saviñon pode gostar. - Anahí se voltou para Dulce. -Gosta de música?


- Gosto - respondeu Dulce. - Gosto muito.


- Toca algum instrumento?


- Aprendi violão quando era menina.


          Isabel entrou na conversa. Virando-se para Dulce, que estava sentada ao seu lado, perguntou:


- Mas você toca razoavelmente bem?


- Isabel! - Anahí a censurou, mas Dulce apenas riu.


- Bem o suficiente para não fazer seu pai se encolher, isso eu garanto - respondeu à pergunta da menina. - Mas ouvi dizer que você é uma musicista excelente. E também compositora, como o seu pai.


          O rosto da menina se iluminou.


- Você ouviu falar de mim? Tio Christopher deve ter lhe falado.


- Não, não. Ouvi falar de você antes de vir aqui. Seu pai é muito famoso, como você sabe, de forma que, naturalmente, as pessoas falaram de você e do seu talento também. Espero que você consinta em tocar piano para mim.


- Sim, sim! - gritou Isabel, encantada. - Depois do jantar.


- Hoje não - interveio Anahí. - O seu horário de ir para a cama é nove horas. Você pode tocar para Miss Saviñon uma outra hora.


          Os protestos de Isabel foram em vão. Depois da sobremesa, ela foi levada contra a vontade para o quarto por sua ama, Molly Knight. Anahí levou Dulce para a sala de estar para tomar café, enquanto Christopher e Alfonso ficaram na sala de jantar tomando vinho do Porto e conhaque.


          Alfonso passou alguns minutos manifestando polidamente algum interesse no trabalho de Christopher com os turcos e os gregos, mas depois voltou novamente a conversa para a hóspede deles. E, naturalmente, ele tinha que fazer isso com aquele ar divertido e sarcástico de sempre.


- Você não tinha me contado que ela era tão bonita. Ela vai deixar sem fôlego todos os jovens de Londres, antes mesmo de você ter terminado as apresentações. - Ele girou o conhaque no copo com um sorriso. - Não sei com que você se preocupa. Ela vai estar noiva dentro de um mês.


- Veremos. Tudo bem em relação à atração, mas o amor de um homem parece ser a preocupação básica dela, e isso é algo que eu não posso controlar.


- Achei que você tinha dito que as preferências dela não importavam.


- E não importam. - Christopher olhou obliquamente para o cálice de vinho do Porto. - Mas todo esse negócio seria muito mais fácil de administrar se houvesse amor. O que eu preciso é de uma boa poção do amor - acrescentou ele, tomando um gole de vinho.


          Alfonso riu.


- Ela própria é uma poção do amor.


          Uma observação muito verdadeira. Christopher, porém, não sabia se esse fato melhorava ou piorava as coisas. Provavelmente piorava, concluiu ele com resignação.



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Autor(a): raaayp

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 592



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  • minhavidavondy Postado em 25/07/2016 - 14:19:52

    Maravilhosa,já li bastante.

  • stellabarcelos Postado em 27/11/2015 - 01:04:41

    Muito linda essa web! Já li duas vezes! Amooo

  • maby Postado em 27/10/2011 - 22:51:06

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  • maby Postado em 27/10/2011 - 22:51:05

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  • maby Postado em 27/10/2011 - 22:51:04

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