Fanfics Brasil - Capítulo VII - Parte I Muito Mais Que Uma Princesa. [Vondy] / Terminada.

Fanfic: Muito Mais Que Uma Princesa. [Vondy] / Terminada.


Capítulo: Capítulo VII - Parte I

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            Capítulo VII


 


         No dia marcado para o concerto, Anahí e Dulce, acompanhadas de Alfonso e Christopher, dirigiram-se a Rosehill, a residência de veraneio de Lorde e Lady Kettering em Londres - que, apesar de estar localizada ao norte do Hyde Park, no bairro de Bayswater, bem perto da cidade, era considerada uma propriedade de campo.


          A propriedade era grande e dotada de jardins esplêndidos, e o concerto amador anual de Lady Kettering era realizado ao ar livre, desde que, naturalmente, o pouco confiável clima inglês o permitisse. Sobre a grama havia uma enorme marquise, debaixo da qual fora montado um palco onde os jovens exibiriam seus talentos - ou, como Alfonso havia observado, a sua falta de talento. Em frente ao palco havia muitas cadeiras para que o público apreciasse o espetáculo. Depois que os jovens terminassem de tocar, um octeto de músicos profissionais assumiria as funções. Os convidados poderiam então servir-se de um bufê de quitutes e conversar com os amigos em mesas dispostas sobre o gramado, ou passear pelo local.


          Por mais bonito que fosse o cenário, se Dulce tinha qualquer esperança de encontrar homens como os que descrevera para Christopher, essas esperanças não se concretizaram. Nem um único homem entre os presentes no evento de Lady Kettering fez o seu pulso se acelerar. Alguns deles eram amáveis, alguns eram até bonitos, todos eram educados, mas nenhum era atraente ou interessante o suficiente para impressioná-la.


          Dulce, porém, gostava que gostassem dela, e estava determinada a deixar uma boa impressão. Por isso, sentou-se em uma cadeira sob a marquise, abanando-se para espantar o calor do dia de primavera e sorrindo para as pessoas até as suas mandíbulas doerem. Foi coquete e delicada com os homens e os elogiou desavergonhadamente. Riu das piadas deles e ouviu as histórias que contavam. Fez todo o possível para dar a maior atenção a cada homem que encontrava. Entretanto, algumas ocasiões, como a que enfrentava no presente momento, exigiam muito esforço de sua parte.


- Naturalmente, é tudo uma questão de polinização, cara Miss Saviñon - disse Lorde Walford, inclinando-se para a frente na cadeira para explicar os detalhes. — E isso é uma questão complicada. Veja a senhorita, uma vez que as anteras tenham amadurecido e o pólen tenha sido liberado...


          Dulce olhou fixamente para Walford, tentando esconder sua perplexidade. Ela não entendia como um homem que conversava pela primeira vez com uma jovem com quem talvez decidisse se casar desperdiçava o tempo discutindo a polinização das rosas. Os ingleses, concluiu, eram incompreensíveis. Ela gostava de belas flores tanto quanto qualquer outra moça, mas não precisava de uma dissertação de uma hora sobre como cultivá-las.


          Deu um jeito de se livrar de Lorde Walford, mas em seguida foi apresentada a outro homem. A cada apresentação, a cada discussão sobre o tempo e a cada pergunta polida sobre a saúde dela, Dulce sentia a sua felicidade futura se afastar até se tornar inalcançável. Ao final do dia, não agüentava mais. Cochichou para Anahí que precisava ficar só por um instante. Afastando-se discretamente, foi caminhar um pouco.


          Andando pelo caminho coberto de cascalho, descobriu uma caverna pequena e encantadora onde havia uma fonte. Com um suspiro de alívio por finalmente estar só e sem qualquer cavalheiro a se oferecer para lhe trazer mais um copo de ponche ou lhe fazer mais um comentário sobre a beleza do dia, ela se sentou em um banco de pedra. Inclinando-se para a frente, apoiou um cotovelo sobre o joelho e o queixo sobre a mão. Ficou olhando para um tanque de lírios próximo, desencorajada e confusa.


          Não entendia os ingleses. Realmente não os compreendia. Como poderia se apaixonar e se casar com um deles? Estava acostumada aos tórridos franceses e aos voláteis italianos. Comparados com eles, esses ingleses, com sua civilidade, moderação e falta de romance, pareciam muito insípidos. Onde estava a paixão? O fogo?


          Um par de olhos cinzentos lhe surgiu na mente. Havia fogo ali, espreitando por trás daquela camada de verniz polido.


          Ou talvez sua imaginação fértil tivesse lhe pregado alguma peça. Desde que haviam saído para o concerto, Christopher fora escrupulosamente educado, e seu discurso impecável e as conversas ocasionais que mantivera com ela eram tão triviais como as de todos aqueles outros homens com quem ela havia falado. 
         


         Talvez ela tivesse esperado demais desse primeiro passeio. Afinal de contas, era a sua primeira incursão na sociedade inglesa, e não tinha sido realista ao pensar que o homem dos seus sonhos iria aparecer assim tão facilmente. Mas ele estava em algum lugar, tinha certeza - e iria encontrá-lo. Tinha que encontrá-lo. 


          Dulce fechou os olhos e rezou, pedindo a Deus para encontrar, até a chegada do pai, não alguém com quem ela fosse obrigada a se casar, mas alguém com quem ela quisesse se casar - um homem que pudesse acelerar a sua pulsação e fazê-la prender a respiração, um homem com quem ela pudesse conversar e rir, um homem que pudesse amar pela vida toda. Dulce não achava que isso fosse pedir demais.


          Ao que parecia, observou Christopher, Miss Saviñon tinha os pretendentes comendo na sua mão, porque, toda vez que ele procurava por ela com o olhar, meia dúzia deles a seguiam como cachorrinhos pedindo agrado. Foi apenas no fim da tarde, quando a festa estava quase no fim, que Christopher conseguiu pegá-la sozinha, sentada num banco de pedra em uma gruta, olhando para um tanque de lírios. Dulce levantou os olhos quando ele se aproximou.


          Christopher olhou ao redor.


- Nenhum bando de admiradores seguindo a senhorita?


- Não neste momento. - Ela olhou ao seu redor e pôs um dedo nos lábios. - Estou escondida - confidenciou num sussurro. - Eles me deixaram exausta.


          Isso não parecia nada promissor. Christopher sentou-se ao lado dela no banco e decidiu interrogá-la sobre os cavalheiros, um a um, começando pelo mais qualificado.


- O que a senhorita acha de Lorde Blair?


          Ela pensou por um longo momento antes de responder.


- É um bom homem, acho. Mas a prima dele... - Ela interrompeu a frase e emitiu um som de desprezo.


- A senhorita não se casaria com a prima dele - objetou Christopher.


- O senhor deveria se casar com ela - retrucou Dulce. - Afinal de contas, Lady Belinda é a jovem mais encantadora que o senhor conhece. Uma beldade estonteante, se eu bem me lembro da sua opinião.  


          Christopher se lembrou da conversa deles sobre Lady Belinda e não conseguiu deixar de sorrir perante a rispidez da voz dela.


- Eu realmente aumentei os atributos dela, não foi? Mas - acrescentou - ela tem realmente uma aparência adorável.


          Dulce fez um gesto ao seu redor.


- Um jardim também tem. Mas ninguém pode conversar com ele.


          Christopher lhe lançou um olhar inocente.


- Conversar é importante?


- Não para um homem, suponho, mas eu achava que o senhor era melhor que isso. Se, porém, o senhor sente admiração por uma mulher com tão pouco brilho quanto um vagalume e tão maldosa quanto uma vespa, Christopher, isso é assunto seu.


- Talvez a senhorita não goste de Lady Belinda porque ela tem tantos admiradores aqui quanto a senhorita.


          Dulce deu uma risadinha de pouco caso, e Christopher achou melhor desistir de continuar a debater sobre Lady Belinda Monforth.


- Lorde Blair é o filho mais velho de um marquês. A família é uma das melhores e mais ricas da Grã-Bretanha. Ele parece gostar muito da senhorita.


          Ela pensou um momento antes de falar.


- Ele tem um defeito fatal. É bonzinho demais.


- Isso é um defeito?


          Ela olhou para Christopher como se ele tivesse uma deficiência mental incorrigível tão grande quanto a de Lady Belinda.


- Eu lhe disse que tipo de homem eu quero. O senhor não se lembra?


          Como ele poderia esquecer?


- Eu poderia fazer gato e sapato de Lorde Blair - continuou ela. - Ele seria um daqueles maridos cujas palavras favoritas são: "Sim, minha cara" e "Naturalmente, minha cara". Eu quero ser feliz com meu marido e quero que ele seja feliz comigo. - Ela pensou mais um pouco sobre o assunto e então acrescentou: - Não creio que Lorde Blair seja o homem certo para mim. Nós não seríamos felizes um com o outro.


          Christopher desistiu de Blair temporariamente.


- E Lorde Montrose?


- Ah - disse ela, fazendo que sim com a cabeça, no que poderia ser um sinal de aprovação. - Esse me fez rir. E ele é bonito.


          Mas não houve tempo de Christopher se sentir encorajado com o comentário, porque ela imediatamente prosseguiu:


- Sim, muito bonito, de fato. E ele sabe disso. Ele estava se pavoneando para mim o tempo todo em que falei com ele, todo emproado e afetado.


          Christopher tentou novamente.


- Lorde Haye?


          Ela balançou a cabeça.


- Queixo fraco.


- A senhorita dispensaria um homem por algo tão trivial quanto um queixo fraco?


- Mas eu detesto homens de queixo fraco.


- Um é bonzinho demais, um é bonito demais e o outro tem queixo fraco - disse ele, com uma ponta de irritação. - Pai do céu, a senhorita vai descartar cada homem que encontrar por trivialidades como essas?


- Um queixo fraco não é nada de trivial. Não quero ter filhos de queixo fraco.


          Foi então que ele percebeu o sorriso que a fazia curvar os cantos da boca.


- Pense nos retratos de família - continuou ela.


          "Quanto cinismo!", pensou ele, segurando o riso com dificuldade, pois isso apenas a encorajaria.


- Fale sério e dê uma opinião honesta, por favor. Haye é um conde. Tem uma ótima propriedade rural em Sussex, em uma linda área. As irmãs dele, garanto-lhe, são damas excelentes, e nem um pouco parecidas com Lady Belinda. Conheço Haye pessoalmente, Miss Saviñon, e, apesar do queixo, sei que ele é um homem honrado. A senhorita realmente tem aversão a ele?


          Ela ficou séria novamente.


- Não tenho aversão a ele - disse ela com um suspiro. - Aversão teria sido preferível.


- Não entendo o que a senhorita quer dizer.


- Não senti nada ao olhar para ele, ao conversar com ele. - Ela levantou o punho cerrado num gesto de exasperação puramente italiano, enquanto tentava explicar: - Nada. Nenhuma animação, nenhuma centelha.


- Um primeiro encontro pode enganar. A senhorita pode mudar de opinião quando o conhecer melhor.


          Ela pensou um pouco sobre isso. Depois de um momento, fez que sim com a cabeça.


- Muito bem - disse ela, mas a voz traía dúvida. - O senhor acredita que Haye é um bom homem, e por isso não serei muito rápida em julgá-lo. Vamos mantê-lo na nossa lista. Como o senhor diz, talvez eu mude de idéia sobre ele se o conhecer melhor.


          Christopher não queria confiar nos humores imprevisíveis de Dulce. Haye não podia ser o único candidato possível.


- O que a senhorita achou de Lorde Walford?


          Ela fechou a cara.


- Qual era ele?


- Aquele que estava na marquise com a senhorita. A senhorita parecia estar encantada com ele.


- Ah, aquele! - disse ela em um tom que não parecia favorável às chances de Walford. - Ele me encurralou para me contar tudo sobre a nova rosa que está cultivando. Como o senhor pôde achar que eu estava encantada com ele?


- Como eu poderia deixar de achar? A senhorita passou uma hora conversando com ele.


- Eu levei uma hora para conseguir escapar, pois não queria ser grosseira e magoá-lo. - Ela emitiu um som de exasperação e se levantou. - Se ele me encurralar mais uma vez, Christopher, por favor, vá me resgatar. Salve-me de mais uma preleção sobre a polinização das rosas.


          Christopher estava rindo quando se levantou para segui-la.


- Entendo o que a senhora quer dizer - disse ele, seguindo-a no caminho de cascalhos. - Talvez ele seja um pouco insípido.


- Insípido? - repetiu ela. - Não é essa a palavra que eu usaria.


          Ela parou e olhou para ele.


- Christopher, eu lhe pergunto: quando uma mulher bonita - e acho que sou suficientemente bonita - ... quando uma mulher bonita está sentada na frente de um homem, por que ele ficaria conversando sobre o cultivo de rosas?


          Christopher olhou para aquela boca, com aquele lábio superior de arco de cupido e o inferior amuado, e admitiu que isso também o deixava perplexo. Percebendo que começava a entrar em território perigoso, voltou a atenção para o assunto de que tratavam. Já que era um diplomata, tentou ser diplomático.


- Talvez Walford estivesse tão esmagado pela sua beleza que essa foi a única coisa em que conseguiu pensar para conversar.


          Isso não a apaziguou.


- Então ele deveria ter me elogiado, o senhor não acha, em vez de enaltecer a sua mais nova criação floral?


- Então é isso que a senhora quer de um pretendente? - perguntou ele, genuinamente curioso. - Elogios?


- Melhor discutir os botões do meu vestido que os botões de rosa! - ela contrapôs.


          Ela se afastou. Christopher ficou para trás, estudando a figura dela por um momento, e não discordava nem um pouco disso.


- Walford está, se eu entendo bem, fora do páreo? - perguntou ele, começando a segui-la.


- Não é apenas ele. Todos eles são a mesma coisa. O que há de errado com vocês, ingleses? - reclamou ela, levantando as mãos com exasperação. - Não têm paixão nem sentimentos?


          Dulce parou e se virou tão abruptamente que Christopher se chocou com ela. Num ato reflexo, ele ergueu as mãos e a segurou pouco abaixo da cintura para evitar que ela caísse. Ele sentiu as formas e as curvas dos quadris de Dulce, e toda aquela paixão que os ingleses supostamente não tinham se acendeu dentro dele tão rápido como se tivesse riscado um palito de fósforo. Estavam tão próximos um do outro que ele sentiu a fragrância do cabelo dela. Flor de macieira, pensou, inalando profundamente. As suas mãos seguraram mais firme e ele quis puxá-la um pouco mais para perto, mas esse plano lascivo mal lhe cruzou a mente e ele já tirava as mãos. Deu um passo para trás e prendeu as mãos atrás das costas, lembrando-se de que era um cavalheiro e amaldiçoando a si mesmo porque não deveria ser necessário ter que se lembrar disso.


- Nós podemos não demonstrar, Miss Saviñon - disse ele, lutando para recuperar o autocontrole -, mas os ingleses são capazes das paixões mais profundas, pode acreditar em mim.







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oooi genteee *-*


oo beijoo daa dul ee do uckeer vaai demoorar


sóo um pouquinhoo aindaa, maais valee a penaa esperaar u.u


esperoo que vcs estejaam gostandoo da web, ee


comenteem bastaaante *-*


maais tardee postoo maais, beijoos.



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Autor(a): raaayp

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          Ele percebia a dureza da própria voz.           Ela também percebeu, e se inclinou para trás para melhor olhá-lo no rosto. - Desculpe se o ofendi - murmurou, com os olhos muito abertos fixados nos dele.         ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 592



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  • minhavidavondy Postado em 25/07/2016 - 14:19:52

    Maravilhosa,já li bastante.

  • stellabarcelos Postado em 27/11/2015 - 01:04:41

    Muito linda essa web! Já li duas vezes! Amooo

  • maby Postado em 27/10/2011 - 22:51:06

    A web foi perfeita, vou sentir saudades dela...posta maissssssssssssss:)

  • maby Postado em 27/10/2011 - 22:51:06

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  • maby Postado em 27/10/2011 - 22:51:05

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  • maby Postado em 27/10/2011 - 22:51:04

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