Fanfics Brasil - Prólogo - Parte II Muito Mais Que Uma Princesa. [Vondy] / Terminada.

Fanfic: Muito Mais Que Uma Princesa. [Vondy] / Terminada.


Capítulo: Prólogo - Parte II

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          De volta aos quartos, viu que sua criada ainda não tinha voltado. A mágica do carnaval atraía a todos, e ela tinha dispensado Margherita, para que a menina pudesse aproveitar. Dulce passou pelos cômodos escuros, dirigindo-se até as portas que levavam ao terraço. Esperou o guardda que estava de patrulha passar e fazer meia volta na extremidade do palácio, e então saiu sorrateiramente e pegou um caminho diferente para o destino pretendido.


          A luz da lua e fogos de artifício iluminavam o céu. Os sons da música e a folia a atraíam, e as comemorações durariam apenas mais algumas poucas horas.  


          Ela vivia no palácio do pai havia alguns meses, mas havia aprendido a se movimentar pela propriedade em menos de uma semana. Já tinha determinado quais eram os pontos mais fáceis por onde escapar, e dirigiu-se diretamente para um deles.


          O barulho da folia aumentava à medida que ela se aproximava dos limites do terreno do palácio, mas ela mal tinha puxado a escada de jardineiro que havia escondido debaixo dos arbustos naquele dia, apoiando-a contra o muro de pedra do pomar do palácio, quando sua noite de aventura foi interrompida mais uma vez.


          Levou um susto ao sentir que alguém lhe agarrava o braço, mas ao se voltar, esperando dar de cara com mais algum guarda do palácio, ela viu, pelo contrário, a última pessoa que poderia imaginar.


-Zoraida? - Ela olhou pasmada para sua meia-irmã. - O que você está fazendo aqui fora?


-Eu estava olhando pela minha janela - respondeu Zoraida, sem fôlego. - Vi você cruzar o jardim à luz da lua e corri para baixo atrás de você. - Mias jovem do que a irmã, Zoraida apertou o roupão ao redor do corpo e olhou para a escada. Em seguida, voltou o olhar para Dulce. - Você está fugindo?


-Volte para a cama.


-Não fuja! - implorou a garota de dezessete anos, apertando o braço de Dulce. - As coisas estão tão divertidas desde que você chegou! Oh, Dulce, eu não aguentaria se você fosse embora.


-Não seja boba - disse ela, soltando o braço com um puxão. - Eu não vou fugir. Na verdade, vou sim, mas só quando conseguir dinheiro suficiente. Hoje, só vou sair para o carnaval.


-Sozinha?


          Com um risinho irônico, Dulce abriu os braços, em um gesto amplo. - Você vê mais alguém comigo?




- Papai ficaria furioso se descobrisse. Dulce olhou firme para Zoraida.


- Ele não vai descobrir, a não ser que você conte para ele.


- Eu não vou contar, prometo. - Zoraida examinou novamente a escada e voltou a olhar para Dulce. - Você está sempre fazendo isso, não é? Fugir de mansinho não fazia parte dos hábitos de Zoraida, mas Dulce sabia tudo sobre isso muito antes de ter conhecido a meia-irmã. Zoraida era a boa menina, a filha legítima, a princesa de verdade. Dulce era a tempestuosa filha bastarda do príncipe Fernando - um segredo vergonhoso. Não tinha nada de princesa, e ninguém realmente esperava que agisse direito. Mas não trocaria de lugar com Zoraida por nada.


- Volte para a cama - ordenou, virando-se para o muro. - Pelo amor de Deus, você está aqui de roupão!


- Você também.


- Eu estou vestida por baixo.


- Você está usando fantasia?


          Antes de Dulce poder responder, a mão de Zoraida se fechou novamente ao redor do seu braço.


- Me leve com você.



- O quê?! - Dulce parou e sacudiu a cabeça. - Oh, não. Fernando me mataria. Eu fugir e me meter em encrenca não é nada. Já fiz isso antes, e eles não esperam nada de bom de mim. Mas com você é diferente. Você não pode vir.


- Por favor. Antonio pode sair e fazer o que quer, mas eu tenho que assistir ao carnaval da sacada. Quero me fantasiar e sair pelas ruas como todo mundo.


- Não, não quer. Você ficaria chocada. É de mau gosto e barulhento. Você detestaria. Você ficaria horrorizada.


- Não ficaria! Por favor, me leve com você!


         Zoraida ficou olhando fixamente para ela à luz da lua. Parecia um cãozinho adorável a quem o passeio fora cruelmente negado.


- Eles nunca me deixam ir a lugar algum - sussurrou ela, com um tom tão desamparado que o coração de Dulce se apertou de afeição e piedade.


          Pobre menina. Seu irmão mais velho, Antonio, sempre tivera toda a liberdade que o filho de um príncipe poderia ter, mas Zoraida fora destinada a uma vida de prisão real do berço ao túmulo, protegida e mimada. Dentro de alguns anos, ela seria dada em casamento no interesse de uma aliança política, sem nunca conhecer a riqueza da vida fora dos portões do palácio e das carruagens douradas.


- Vamos então - disse Dulce num impulso. - Mas fique grudada em mim - acrescentou, fazendo um gesto para que a irmã subisse a escada à sua frente. - A última coisa que eu preciso é que você se perca.


- Vou ficar grudada em você como se fosse a sua sombra -prometeu Zoraida, parando no alto com uma perna de cada lado do muro. - Como é que eu desço?


- Fique aí sentada um minuto.


         Dulce levantou a escada, apoiando-a contra o muro meio metro adiante, e subiu, segurando as saias acima dos joelhos, como Zoraida tinha feito. Puxou então a escada para cima do muro e a abaixou do outro lado. Depois de descer para a ruela que ficava em-baixo, ela acenou para que Zoraida a seguisse e tirou o seu roupão de veludo, revelando as roupas de camponesa que usava por baixo.


- A primeira coisa que temos que fazer é conseguir uma fantasia para você - disse ela enquanto desmanchava a longa trança, deixando o cabelo ruivo lhe cair nas costas. - E uma máscara - acrescentou, puxando uma máscara de cetim negro do bolso e pondo-a sobre os olhos. Ela amarrou os cordões atrás da cabeça, pôs um lenço vermelho sobre o cabelo e saiu pela ruela.


- Espere aqui.


          Com uma parte do dinheiro que vinha juntando, Dulce conseguiu comprar para Zoraida uma fantasia e uma máscara semelhante à que usava em um dos muitos ambulantes que forneciam esse material para aqueles que não tinham se preparado com antecedência para o carnaval. Cumprindo a palavra, Zoraida ficou bem perto de Dulce quando elas saíram sorrateiramente da ruela e começaram a andar pelas ruas tortuosas e barulhentas de Bolgheri.


          O carnaval era sempre um espetáculo impressionante. As sacadas e janelas estavam enfeitadas com faixas coloridas de pano, as carruagens e carroças estavam cheias de arlequins, dominós e bobos da corte, turbas barulhentas perambulavam pelas ruas e música, fogos de artifício e confete enchiam o ar. Dulce e Zoraida passaram algumas horas assistindo aos espetáculos apresentados por mímicos, acrobatas, menestréis e ilusionistas. Ambulantes tentaram atraí-las para jogos de azar, mas Dulce recusou, sorrindo. Não era tola de arriscar as suas poucas e preciosas moedas em jogos nos quais não poderia ganhar. Zoraida não dizia nada. De olhos arregalados, olhava maravilhada o movimento incessante, as fantasias, as máscaras, e o sorriso de deleite no seu rosto dizia tudo. A alegria dela de estar livre, ainda que apenas por uma noite, era óbvia e sincera, e Dulce estava muito contente de tê-la trazido consigo. Quando Zoraida voltasse para a prisão do palácio, a lembrança daquela noite sempre a faria sorrir. Elas pararam para assistir a um espetáculo teatral de commedia dell`arte no centro de uma praça, e Dulce notou uma carreta puxada por bois que parou ao lado delas. Atrás havia dois jovens vestidos como camponeses napolitanos. O carroceiro brecou a carreta e os dois acenaram para elas, tentando lhes chamar a atenção.


- Veja, Zoraida, temos um par de admiradores.


          A garota seguiu o olhar da irmã, sorriu timidamente para os homens e desviou o olhar.


- Eles olham diretamente para nós de um jeito muito atrevido.


- Eles são altos e fortes - disse Dulce, em tom de aprovação. - E uma pena que não possamos ver o rosto deles atrás daquelas máscaras para saber se são bonitos.



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Autor(a): raaayp

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            Dulce sorriu para os dois homens e lhes soprou um beijo.O mais alto fez um gesto para que ela arrancasse a máscara e o lenço. Ainda sorrindo, ela fez que não com a cabeça e o observou pôr uma mão sobre o coração, como se estivesse arras ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 592



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  • minhavidavondy Postado em 25/07/2016 - 14:19:52

    Maravilhosa,já li bastante.

  • stellabarcelos Postado em 27/11/2015 - 01:04:41

    Muito linda essa web! Já li duas vezes! Amooo

  • maby Postado em 27/10/2011 - 22:51:06

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  • maby Postado em 27/10/2011 - 22:51:05

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  • maby Postado em 27/10/2011 - 22:51:04

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