Fanfics Brasil - Capítulo XIII - Parte II Muito Mais Que Uma Princesa. [Vondy] / Terminada.

Fanfic: Muito Mais Que Uma Princesa. [Vondy] / Terminada.


Capítulo: Capítulo XIII - Parte II

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- Quem vai lhe mandar um presente? Lorde Haye?


- Não Lorde Haye. É a minha mamma que vai mandá-lo. - Dulce sorriu diante da expectativa. - Mamma sempre me manda alguma coisa maravilhosa de aniversário, e eu não vou sair até o presente chegar.


          Isabel soltou um suspiro, desistindo da luta, e caiu na grama ao lado dela.


- A sua mãe é uma cortesã, não é? - Sem esperar resposta, ela continuou: - A minha mamãe também era uma cortesã. Ela morreu.


          Dulce virou o rosto para o da criança.


- Eu sei - disse ela. - Sinto muito. Deve ser a coisa mais dura de agüentar, perder a mamma.


- Eu mal me lembro dela agora, por isso não me importo muito. Quando cheguei aqui, não gostei de Anahí, mas foi por causa do papai. Eu queria que fôssemos só nos dois, e fiquei com ciúme dela. Mas depois fiquei pensando que seria muito bom ter Anahí como mãe, e é. Ela é muito rigorosa, mas eu não me importo.


- A minha mamma não é nem um pouco rigorosa.


          A menina ficou séria, pensando.


- A sua mãe é uma boa cortesã?


- Ma insomma! - ela ofegou, meio rindo, tão espantada com essa pergunta que não sabia o que dizer. - Não sei - respondeu ela finalmente. - Por que você me pergunta isso?


- Porque se ela for uma boa cortesã você vai receber um presente bem caro.


          Diante disso, Dulce não conseguiu evitar um sorriso.


- Verdade.


- Espero que o seu presente chegue logo. Aí nós podemos ir à confeitaria?


- Sì. Vamos comprar chocolates, ir ao Hyde Park e soltar pipas.


- Oba! - Isabel apoiou o plano, encantada, mas esse plano nunca se tornou realidade. Ao anoitecer, Dulce ainda não havia recebido um presente de aniversário de sua mãe.



          Naquela noite, Christopher se sentia muito melhor. Ele tinha dormido a maior parte do dia, acordando no meio da tarde apenas o suficiente para engolir um copo da terrível mistura de Alfonso. Por volta das cinco horas ele se levantou, revigorado. Tomou um banho, barbeou-se e vestiu roupas para a noite. Foi então ao seu clube, onde combinara com três conhecidos jogar algumas rodadas de uíste. Graças a Deus, esses homens não sabiam nada sobre Dulce. Conseguiu assim evitar todo e qualquer pretendente angustiado que pudesse sentir a necessidade de lhe fazer confidências. Afinal de contas, interromper o jogo de uíste de um homem era o máximo do mau gosto.


          Ele voltou a Portman Square por volta das dez horas. Anahí e Alfonso haviam saído, mas Dulce estava em casa. Ela estava na biblioteca, esticada em uma chaise longue, lendo um livro.


- Boa noite - ele a cumprimentou ao entrar. - Não saiu hoje?


- Não.


          Ele rodeou a mesa de trabalho e abriu a sua pasta.


- Não havia um jantar na casa de Lady Fitzhugh?


          Ela virou uma página.


- Sim.


          Ele começou a tirar documentos, mas continuou a estudá-la, do outro lado da sala. A mulher radiante que ele havia visto no café-da-manhã havia desaparecido, e no seu lugar estava alguém de nariz vermelho e maçãs do rosto inchadas. O olhar de Christopher se moveu para o lenço amarrotado ao lado dela, na chaise longue.


- O que aconteceu? - perguntou ele, voltando a olhar o rosto dela. - O que há de errado?


- Nada - disse ela com aquela vozinha que as mulheres costumam usar quando algo está muito errado de verdade.


- Você chorou - ele acusou.


          Ela olhou para ele de olhos muito abertos.


- Acho que estou resfriada. - Ela mordeu o lábio e baixou o queixo.


- Você ainda não percebeu que eu sempre sei quando você está mentindo? Alguma coisa está errada, e eu quero saber o que é.


          Uma tossezinha os interrompeu antes que ela pudesse responder, e Christopher, levantando os olhos, viu Osgoode de pé na soleira da porta com um pequeno pacote embrulhado nas mãos. Antes de o criado poder dizer uma palavra, Dulce deu um grito, jogou o livro de lado e se levantou de um pulo. Ela correu para Osgoode e, ao chegar ao pé dele, já estava rindo.


          Christopher piscou, surpreso diante dessa transformação. Como uma mulher passava da melancolia ao êxtase no espaço de alguns segundos?, perguntou-se ele, perplexo.


- Finalmente! - gritou ela. - Chegou, finalmente! Grazie, Osgoode, grazie!


          Dulce pegou o pacote e deu um beijo barulhento na sua superfície de papel marrom. Toda aquela exibição de sentimentos, puramente italiana, sem dúvida chocou o pobre Osgoode, mas o mordomo, impassível, não deu qualquer demonstração disso. Fez uma mesura e saiu da sala.


- O que é? - Christopher rodeou a mesa e se inclinou sobre o pacote, observando Dulce desamarrar os cordões; não havia dúvida de que se tratava de uma caixa de jóia. - Um presente de um admirador? - arriscou ele, sabendo que era melhor que não fosse nada assim. - Nesse caso, tem de devolvê-lo. Você não pode aceitar nada mais significativo do que flores, sob pena de fazer com que o pobre tolo pense que está noiva dele.


- Isso não é presente de um homem! — Ela balançou a cabeça, rasgando o papel com a alegria impaciente de uma criança. - É da mamma. Pelo meu aniversário. Ela não me esqueceu!


- Hoje é o seu aniversário? - perguntou ele, surpreso.


          Ela fez que sim com a cabeça.


- Esperei o dia todo, mas não chegou nada, e eu comecei a pensar que ela havia esquecido. Mas não. - Dulce finalmente conseguiu tirar o papel. Triunfante e rindo, abriu a caixa. - Oh, mamma! - gritou ela, maravilhada.


          Dulce levantou a mão e Christopher viu que ela tinha entre os dedos um delicado bracelete de rubis montados sobre platina. A jóia brilhava como um aro de fogo vermelho à luz da lâmpada.


- Maravilhoso. - Ele olhou o rosto dela, esperando sorrisos de alegria.


          Ela estava chorando de novo.


          Christopher olhou fixamente para ela. Uma lágrima rolou pela face de Dulce. Aquele vaivém de emoções o estava levando ao limite.


- Qual o problema agora?


          Ela não respondeu. Ele se afastou da mesa e aproximou-se dela.


- Dulce, que diabo está acontecendo?


- São rubis - disse ela, como se isso explicasse tudo.


          Ele tentou, com a sensata lógica masculina, determinar qual era o problema e apresentar uma solução:


- Você não gosta de rubis?


          Ela balançou a cabeça, e mais uma lágrima caiu e correu pelo rosto dela.


- Eu adoro rubis.


          Desesperado, Christopher tentou novamente.


- Você não gosta de braceletes?


          Ela passou as costas da mão livre sobre o rosto.


- Adoro braceletes.


          Ele tirou o lenço e o entregou a ela, resignado diante da possibilidade de ficar lhe fazendo perguntas, como em um jogo de salão.


- Prefere ouro a platina, é isso?


          Dulce deu um soluço, e ele não conseguiu agüentar mais aquilo.


- Onde afinal está o problema? - gritou.


          Ela levantou os olhos e o olhou no rosto.


- Tenho saudade da minha mãe.


          Christopher respirou fundo e percebeu que tinha acabado de ser manobrado. Golpeado à traição. Derrotado pelo xeque-mate das lágrimas de uma mulher, o único movimento contra o qual nenhum homem tinha qualquer defesa. Diabos! Ele a pegou pelo cotovelo.


- Vamos.


- Aonde nós vamos? - perguntou ela, agarrando o bracelete com uma mão e assoando o nariz no lenço dele com a outra, enquanto ele a empurrava em direção à porta.


- Não diga nenhuma palavra, Dulce - ele ordenou. - Deixe como está enquanto você está vencendo.


          Ele deu ordem para Jarvis sair e pegar uma charrete de aluguel, dando ao lacaio instruções muito específicas no sentido de que quando ela chegasse a cobertura devia estar levantada, as janelas e cortinas fechadas e nenhuma lâmpada acesa no interior do veículo. A última coisa de que a reputação de Dulce precisava naquele momento era que alguém os visse. Enquanto eles esperavam no foyer pela volta de Jarvis com a charrete, o lado sensato de Christopher tentava se reafirmar, lembrando-lhe que as ordens dele haviam sido muito específicas, que violar aquelas ordens era estupidez e que toda vez que ele fazia alguma besteira isso acabava lhe custando caro.


          Quando a charrete chegou, ele conduziu Dulce até o veículo, deu o destino ao cocheiro e subiu na charrete. Em seguida, sentou-se e olhou para a jovem à sua frente.


          As cortinas atrás dele tinham sido completamente fechadas, e a luz da lua que passava pela janela parecia um corte de um lado ao outro no rosto surpreso e manchado de lágrimas dela.


- Você está me levando para ver a mamma?


          O lado sensato dele lhe disse que ele iria se arrepender disso.


- Feliz aniversário.


          Através das lágrimas, ela lhe sorriu como se ele fosse o rei da terra.


          Christopher mandou o seu lado sensato calar a boca.



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Autor(a): raaayp

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 592



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  • minhavidavondy Postado em 25/07/2016 - 14:19:52

    Maravilhosa,já li bastante.

  • stellabarcelos Postado em 27/11/2015 - 01:04:41

    Muito linda essa web! Já li duas vezes! Amooo

  • maby Postado em 27/10/2011 - 22:51:06

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  • maby Postado em 27/10/2011 - 22:51:05

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  • maby Postado em 27/10/2011 - 22:51:04

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