Fanfics Brasil - Capítulo XIV - Parte II Muito Mais Que Uma Princesa. [Vondy] / Terminada.

Fanfic: Muito Mais Que Uma Princesa. [Vondy] / Terminada.


Capítulo: Capítulo XIV - Parte II

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          Dulce nunca tinha encontrado um homem como Christopher. Aquele inexorável senso de dever e decoro a deixava perplexa. O seu controle e a sua disciplina a fascinavam. O riso dele a encantava. O beijo dele a deleitava. Ele era um mistério intrigante e enigmático, e ela queria compreendê-lo.


- Há uma coisa que eu quero saber sobre você - disse ela -, algo em que eu fico pensando desde aquela noite em que jogamos xadrez. Como conseguiu essa cicatriz? E como você quebrou o nariz? Deve ter sido em uma briga.


- Sim.


- Como foi?


- Eu perdi a calma. - Ele se mexeu no assento. - Eu realmente não gosto de falar disso.


- Compreendo. Por ser tão controlado, tão disciplinado, você não quer falar das vezes em que perde o controle.


- Sim.


          Ela esperou, sem dizer mais nada, e o silêncio dela pareceu encorajá-lo a se explicar.


- Foi no curso colegial. Um dos alunos vivia me atormentando e se divertindo à minha custa por causa do meu irmão. Um dia ele fez um comentário muito ofensivo sobre a música de Alfonso, e eu simplesmente perdi a cabeça. Fui atrás dele. Ele quebrou o meu nariz, é verdade, e o seu anel me deixou essa cicatriz, mas eu o machuquei muito mais. - Ele respirou fundo. - Eu quebrei a mandíbula e três costelas dele antes de conseguir me deter e ir embora.


- A intensidade da sua fúria o deixa alarmado, não é?


- Sim. - Ele apertou os lábios por um momento. - Isso me dá medo.


- Não devia. Afinal de contas, você conseguiu parar e ir embora. É isso que faz toda a diferença. - Ela o estudou por um momento. - Na outra noite, na casa do seu irmão, quando eu o vi tão bravo, fiquei muito impressionada. E quando você jogou o copo contra a lareira, aquilo também me impressionou.


- Não consigo imaginar por quê.


- Fez com que eu percebesse quanta paixão existe dentro de você. - Ela fez uma pausa e deslizou para a frente, ficando na beira do banco. Os joelhos dela roçaram a perna dele, e ele deu um pulo, como se ela o tivesse queimado. - Além da raiva, que outras paixões você tem, inglês?


          Ele não respondeu.


          Procurando se orientar no escuro, Dulce se inclinou sobre o corpo dele. Curvou-se e pôs a mão aberta no banco da carruagem ao lado do quadril dele. Apoiando-se nesse braço, ela tirou o chapéu dele com a mão livre.


- Dulce, o que você está fazendo?


          O que ela estava fazendo era brincar com fogo. Fogo de dragão. Ela sabia disso, mas não conseguia evitar. Ela era atraída para ele como uma mariposa para a chama, e estava decidida a descobrir por quê. Dulce ia beijá-lo novamente, e esperava que esse beijo desvendasse o mistério daquele homem enigmático e a razão por que ele a deixava tão fascinada.


          Ela jogou o chapéu dele por sobre o seu próprio ombro e passou os dedos pela cabeça dele. Era como seda nos dedos.


- Dulce, pare com isso.


- Você é sempre tão perfeito que me dá vontade de acabar com toda essa ordem - ela murmurou. - Se eu pudesse fazer as coisas do meu jeito, eu o arrastaria para uma poça e esfregaria lama em todo o seu corpo. 
         


          Ele fez um som estranho, como se estivesse com falta de ar. Talvez fosse a primeira rachadura no muro da sua disciplina.


          Os olhos de Dulce estavam se acostumando à escuridão, e ela já podia ver o rosto dele. Linhas magras e esculpidas na luz fraca, tão implacáveis e duras que ele mais parecia uma estátua de pedra. A cicatriz sobre a sobrancelha era uma linha fina e branca. Ela roçou os lábios sobre a cicatriz.


          Ele fechou os olhos e respirou fundo, mas não se mexeu. Ela pôs a mão livre sobre o peito dele, sentindo o muro daqueles músculos através das camadas de roupa. Uma onda de excitação lhe percorreu o corpo. Ela abaixou a cabeça e beijou a cicatriz do queixo dele e em seguida a linha não tão perfeita do nariz. Depois pressionou os lábios contra um dos cantos da sua boca.


- O que é isso? - A voz dele era severa, e seu corpo estava imóvel. - Mais uma das suas experiências com beijos?


- Sim - respondeu ela com um sussurro.


          Os lábios dela roçaram levemente as faces dele enquanto ela falava. Ele precisava fazer a barba, pois a pele parecia uma lixa, percebeu ela.


- Quero fazer mais uma experiência dessas com você, inglês.


- Deus sabe que você sempre faz o que quer.


- E você sempre faz o que é certo. - Ela lhe beijou a orelha e sentiu um tremor percorrer o corpo dele. Mais uma rachadura. - Isso me parece muito certo, Christopher.


- Dulce, pelo amor de Deus...


          Ela foi delineando o rosto dele com beijos, saboreando aquela textura áspera. Inclinou a cabeça e deu um último beijo no outro canto da boca dele, recuando em seguida.


          Com os lábios a alguns centímetros dos dele, ela esperou, suspensa, esperançosa, sabendo que tinha feito a jogada. Era a vez dele agora. Ele permaneceu absolutamente imóvel.


          Dulce continuou a esperar, tão perto que a sua respiração se misturava à dele. Um segundo se passou, dois... três.


          A incerteza começou a tomar conta dela, misturando-se à excitação, até não poder distinguir uma da outra. Nunca um homem tinha feito isso com ela, nunca um homem a tinha feito tomar a iniciativa, nunca um homem lhe tinha dado tanto trabalho. Esperar assim. Sempre tinha sido ao contrário. Os homens lhe faziam a corte, lhe faziam agrados, esperavam por ela, tentavam beijá-la. Mas Christopher não era como qualquer outro homem.


          "Beije-me", pensou ela, ansiosa.


          Ela ainda esperava, mas ele não se mexeu.


          A decepção lhe atravessava o coração. O muro continuava intacto. Nada poderia rompê-lo. Dulce começou a bater em retirada.


          Subitamente, ele fez um barulho estranho e as mãos dele lhe agarraram os braços. Ele a jogou para trás e o corpo dele foi se aproximando do seu, o peso dele deixando-a sem ação e presa contra o banco. Ele prendeu a boca de Dulce na sua.


          O beijo dele era quase violento, esmagando os lábios de Dulce. Isso a deixou chocada. Mas ela não sentiu medo. Abriu a boca sob a dele, com um som inarticulado de consentimento. Ele saboreou aquela boca intensamente, com a língua dentro da boca de Dulce, um beijo que a deixou sem ar nos pulmões. Ela nunca havia sido beijada assim. Era um beijo rude e poderoso, estonteante e glorioso - e fez com que ambos perdessem o controle.


          Ela deslizou uma das mãos no cabelo dele, e com a outra acariciou-lhe o pescoço. Dobrou o joelho, e o interior da sua coxa roçou os quadris de Christopher. Ele murmurou uma praga em voz baixa, segurou o rosto dela entre as mãos e a beijou novamente, dessa vez mais suavemente, com uma posse macia, lenta e entorpecente, que espalhou calor pelos braços e pernas dela.


          Afastando o casaco de Dulce, Christopher lhe beijou a garganta e as omoplatas, a respiração quente sobre a sua pele. O corpo dele se movia contra o dela e, apesar de todas as camadas de roupa, ela sentia o mastro duro dele pressionado contra o seu corpo. Moveu os lábios lentamente e sentiu o estremecimento com que ele reagiu.


- Ai, Deus! - murmurou ele. - Oh, meu Deus!


          Ele deslizou o corpo para baixo, por cima do corpo dela. Pôs a mão aberta sobre o peito de Dulce, ajustando-a à forma do seio dela por cima da roupa. Ela lhe rodeou a cabeça com as mãos e o puxou para mais perto, querendo mais, e ele a atendeu, beijando a parte do outro seio que aparecia acima do decote. O fogo dentro dela queimava cada vez mais, e ela estremeceu. O movimento o fez gemer.


- Você está me matando - ele disse a ela, ofegante, com as mãos descendo sobre as suas costelas, explorando o resto do seu corpo, a cintura, os quadris, as coxas -, me matando pouco a pouco. - Ele suspendeu o corpo dela o suficiente para levantar-lhe a saia. - Mas é um jeito muito bom para um homem morrer.


          Dulce então sentiu a mão dele se mexer embaixo das suas anáguas, deslizando para cima da perna dela, chegando até a junção das pernas. Um vestígio de sanidade feminina reapareceu, e Dulce agarrou o pulso dele através das camadas de tecido.


- Eu quero tocar você - ele disse.


          A mão dele se espalhou sobre o lugar mais íntimo dela, enquanto ela lhe agarrava o pulso com firmeza.


- Me deixe apenas tocar você.


          Outros homens tinham dito essas palavras, e ela nunca havia cedido. Sempre tinha decidido quando e como parar. Ele afrouxou a mão entre as coxas dela.


- Dulce.


          O nome dela saiu com dificuldade dos lábios dele, e aquele som agoniado acabou de conquistá-la. Ela soltou o pulso dele e deixou a mão cair, em uma rendição total. Daria a esse homem tudo o que tinha, inclusive o seu coração, se ele quisesse.


- Me ame, Christopher - ela sussurrou. - Me ame.


          Ele pôs a mão sobre o monte de Vênus, e o prazer foi tão intenso que o corpo dela estremeceu.


- Oh! - gritou ela, jogando os braços ao redor dele e enterrando o rosto contra o seu pescoço. Sentiu que seu corpo deveria estar todo vermelho devido àquela excitação quente e indecente. - Oh!


          Os dedos dele encontraram a fenda entre os lábios vaginais e deslizaram para dentro, tocando o lugar mais íntimo do corpo dela, um lugar que ela nunca permitira que homem nenhum tocasse.


- Delícia - murmurou ele, a ponta do seu dedo deslizando entre as dobras secretas dela, fazendo-a enrubescer ainda mais. -Tão doce...


          Ele começou a acariciá-la da forma mais inacreditável, a mão forte e segura e, ao mesmo tempo, gentil, e cada carícia do seu dedo a fazia tremer. Os quadris dela se retorciam ao redor da mão dele, movendo-se espontaneamente. Não era mais Dulce quem controlava o próprio corpo, mas Christopher, e o que ele estava fazendo com ela era diferente de tudo o que ela já sentira antes.


          Dulce ouvia a sua própria voz dizendo coisas em italiano, coisas incoerentes e desesperadas que ela nunca tinha dito para qualquer homem na vida.


- Por favor, oh, por favor, oh, me toque, sim, oh, por favor.


          A excitação aumentava dentro dela, atingindo níveis cada vez mais altos, até que as palavras lhe faltaram e ela só conseguia emitir pequenos sons estranhos e estrangulados. Ela precisava de... alguma coisa, mas não sabia do quê.


          Ele sabia.


- Sim - ele disse ao ouvido dela, também em italiano. - Sim, sim, é isso. Você está quase lá. Goze para mim. Venha.


          Ela não entendeu o que ele dizia, mas a excitação era quase intolerável, e ela pensou que ia morrer. De repente, com mais uma carícia, tudo dentro dela se acendeu e explodiu em uma confusão de centelhas e fogo que a fez gritar. Os dedos dele continuaram a acariciá-la, e ondas do mais maravilhoso prazer, como ela nunca havia sentido, tomaram conta do seu corpo, repetidas vezes.


          Ele a beijou na boca, fez-lhe uma última carícia e então tirou a mão de baixo da saia dela. Ela ouvia a respiração dele, difícil e acelerada, como se ele tivesse corrido. Ainda em cima dela, ele mudou o peso e começou a abrir os botões das próprias calças.


          A carruagem parou com um solavanco.


          Christopher levantou a cabeça e as mãos dele pararam. Todo o seu corpo ficou rígido.


- Meu Deus! - murmurou. - Deus Todo Poderoso, o que eu estou fazendo?


          Ele se afastou violentamente dela. Dulce puxou as saias para baixo, tendo dificuldade para se sentar direito, a respiração ofegante e penosa, olhando fixamente para ele, em estado de choque.


- Cretino, estúpido! - ele resmungou, esfregando a mão sobre o rosto. - Eu sou um cretino muito estúpido mesmo. Cérebro na virilha, é isso o que eu tenho. Estúpido, estúpido. Completamente estúpido.


          A porta da carruagem se abriu. Nenhum dos dois se mexeu.


          Entorpecida, Dulce só conseguia olhar fixamente para ele, maravilhada. Ela nunca havia imaginado nada como aquilo. O que ele tinha feito com ela, com as mãos? A forma como ele a havia tocado e acariciado era diferente de tudo o que ela já havia sentido. E então...


          Santo cielo.


          Um prazer tão doce! Ondas e ondas de prazer. Como uma queda, como mágica, como morrer... nenhuma dessas descrições eram adequadas para definir o que ele tinha feito com ela. Era uma experiência que ia além das palavras.


          Ela ouviu vagamente o tinido de alguma coisa e percebeu que o cocheiro estava desenrolando os degraus, mas não conseguia encontrar forças para se erguer do banco, nem que fosse para salvar a própria vida. Dulce apertou os dedos contra os lábios e fez uma careta. Ela os sentiu inchados devido aos beijos dele e queimando como resultado do atrito com a sua barba. Momentos antes ela se sentira toda incendiada, mas agora o seu corpo estava quente e lânguido, como se não tivesse ossos. Tinha vontade de chorar. Tinha vontade de rir.


- Christopher... - A voz dela foi sumindo, e ela não se lembrava do que ia dizer. Depois daquela experiência extraordinária, o que uma mulher poderia dizer?


          Ele estava sentado na frente dela, a cabeça inclinada, o rosto nas mãos.


-Christopher?


          Ele levantou a cabeça e olhou para ela.


- Saia.


          Com essas palavras, Dulce se arrastou para fora da carruagem e se dirigiu para a entrada da casa. Ele não a seguiu.


- Continue andando - ordenou ele ao cocheiro. - Para qual quer lugar. Não me importo. Pelo amor de Deus, apenas dirija. - Dito isso, ele bateu a porta da carruagem, deixando Dulce, atordoada, sozinha na calçada. 
         


          Ela sabia que deveria entrar, mas simplesmente ficou ali, olhando fixamente para a carruagem de aluguel, que virava a esquina da praça e desaparecia de vista.


          Dulce havia descoberto o que queria saber. Christopher Uckermann a fascinava porque ela estava se apaixonando por ele. Apaixonar-se supostamente deixa uma mulher feliz, mas ela não sentia qualquer alegria. O veneno da voz dele ao lhe dizer para sair da carruagem confirmara o seu maior medo. Ele ainda não gostava dela. Ele não conseguia respeitá-la. E sem dúvida ele não estava apaixonado por ela.


          Dulce começou a desejar nunca ter brincado com o fogo do dragão.



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Autor(a): raaayp

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 592



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  • minhavidavondy Postado em 25/07/2016 - 14:19:52

    Maravilhosa,já li bastante.

  • stellabarcelos Postado em 27/11/2015 - 01:04:41

    Muito linda essa web! Já li duas vezes! Amooo

  • maby Postado em 27/10/2011 - 22:51:06

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  • maby Postado em 27/10/2011 - 22:51:06

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  • maby Postado em 27/10/2011 - 22:51:05

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  • maby Postado em 27/10/2011 - 22:51:04

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