Fanfics Brasil - Capítulo III - Parte II Muito Mais Que Uma Princesa. [Vondy] / Terminada.

Fanfic: Muito Mais Que Uma Princesa. [Vondy] / Terminada.


Capítulo: Capítulo III - Parte II

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            Ele voltou a olhar para o rosto dela.


- Há diversas possibilidades excelentes. No nosso novo espírito de concessões mútuas, talvez eu deva resumi-las para a senhorita, e a senhorita escolhe qual lhe parecer mais atraente. O que acha?


- O senhor é muito atencioso. - Ela lhe deu um olhar de gratidão. - Talvez o senhor possa começar com a sua própria preferência?


- É a sua preferência que importa, Miss Saviñon.


            Se eles continuassem por muito mais tempo com essa troca de considerações mútuas, os dois ficariam com náusea, pensou ela.


- O senhor é muito gentil, Christopher, mas me oriente, por favor.


- A condessa de Snowden é uma das possibilidades que a senhorita deve levar em consideração. O histórico dela é impecável, e qualquer jovem de quem ela for chaperon será aceita em qualquer lugar.


- Como é ela?


- Uma senhora extremamente amável e muito adequada. Ela fala devagar e é um pouco surda, mas, afinal de contas, tem quase setenta anos. Não freqüenta muitos eventos à noite, mas se a senhorita gostar de jogar cartas, especialmente piquet, ela vai adorá-la. A casa dela fica a vários quilômetros de Londres, mas depois que eu escolher diversos jovens adequados para a senhorita encontrar, eles podem fazer visitas a Lady Snowden e à senhorita sem muito problema. Ela vive um pouco longe de qualquer divertimento, mas tem uma ótima carruagem de quatro rodas e ficaria contente em levá-la a passear uma ou duas vezes por semana. Eu teria absoluta confiança em deixar a senhorita nas mãos dela.


- Ela parece uma chaperon extremamente adequada - respondeu Dulce, pensando exatamente o oposto. A idade era uma coisa boa, mas a mulher morava fora da cidade e não haveria como sair e ver mamma sem correr um risco enorme. Não, Dulce não achava que ficaria com Lady Snowden.


- Fale-me das outras que o senhor considerou - sugeriu. — Afinal de contas, eu tenho que fazer uma escolha judiciosa.


- Sem dúvida. Lady Deane é outra possibilidade. A baronesa é uma mulher extremamente entusiástica e revigorante. Ela tem uma constituição forte e acredita em longas caminhadas ao ar livre todas as manhãs, ao nascer do sol. O exercício é, segundo ela, extremamente benéfico e salutar. Ela é uma líder inflexível, mas, na minha opinião, isso desenvolve o caráter de uma pessoa.


- Estou certa de que o meu caráter precisa de um pouco de fortalecimento - disse Dulce de cara limpa. - O meu comportamento passado, admito, foi um tanto... impulsivo.


- Com Lady Deane não haveria perigo de a senhorita dar passo social em falso, de forma que a senhorita não deve se preocupar com isso. Ela a manteria sob a sua vigilância com o maior cuidado.


- Não tenho nenhuma dúvida disso. E eu adoro acordar ao amanhecer. - Ela fez uma pausa, abriu bem os olhos e mordeu o lábio, na esperança de que sua aparência fosse de uma mulher frágil e indefesa. - Mas tenho dúvidas quanto a fazer exercícios. Afinal de contas, são os homens que devem ser fortes.


            Ela inclinou a cabeça e deixou o seu olhar passear pelos ombros largos e o peito do homem sentado à sua frente, e não precisou simular que aprovava o físico dele. Por mais que detestasse admitir, o corpo dele era esplêndido.


- Os homens de força e poder — continuou ela com uma voz bajuladora -, homens como o senhor, Christopher, são muito atraentes para as mulheres, para o... coração feminino.


            Ele abaixou os olhos novamente, mexeu-se na cadeira e olhou em outra direção. Dulce sorriu, sabendo que naquele momento o coração dela era a última coisa na qual ele estava pensando. Ela soltou um suspiro e balançou a cabeça como se estivesse saindo de um devaneio de admiração.


- Mas estou divagando. Perdão. O senhor tem alguma outra sugestão?


            Ele também parecia estar saindo de um torpor e demorou um momento para responder.


- Há Lady Monforth, naturalmente. Seria uma situação perfeita para a senhorita. A marquesa é uma chaperon extremamente adequada, e a filha dela, Belinda, só tem alguns anos a mais do que a senhorita, de forma que a senhorita teria companhia. O endereço delas em Londres é no centro do bairro de Mayfair. Muito elegante. E provavelmente a uma distância pequena da casa de sua mãe.


  Dulce sentiu um vislumbre de alívio.


- Isso parece muito promissor. Como é a filha?


- Lady Belinda é a jovem mais encantadora que eu conheço - respondeu ele, a admiração masculina óbvia no calor súbito da sua voz. - Uma beldade estonteante. Cabelos dourados, olhos azuis profundos e uma compleição alva como o leite. A epítome das qualidades da mulher inglesa. Eu a admiro muito, mas isso não é de estranhar, porque acontece com a maioria dos homens.


            Dulce reprimiu a vontade de fazer alguns sons de vômito.


- Ela está sempre cercada de admiradores - continuou Christopher. - Através dela, muitos jovens adequados teriam a oportunidade de conhecer a senhorita. Talvez ela não seja uma companhia das mais inteligentes - acrescentou ele, com um sorriso indulgente. - Mas estou certo de que ela e a senhorita conseguiriam encontrar coisas sobre as quais conversar. As jovens discutem todo tipo de coisas que nós, homens, não entendemos. A moda das mangas e das fitas de cabelo, e assim por diante.


            Dulce começou a se perguntar como um homem tão obtuso tinha se tornado um diplomata tão respeitado. Ele realmente achava que ela poderia se tornar amiga de uma mulher que era, ao mesmo tempo, bela e burra? Elas desprezariam uma à outra.


- Há alguma outra opção?


- Acredito que não... - Ele franziu as sobrancelhas, pensando no assunto.


            Dulce aguardou, na esperança que ele falasse o nome de alguém, de qualquer pessoa que parecesse remotamente de acordo com as necessidades dela, de alegria e independência.


- Há o meu irmão, suponho - disse ele, em tom de dúvida. - Ele e a esposa vivem em Portman Square, bem no centro de tudo. E são muito amigos do duque e da duquesa de Tremore. Esse é um relacionamento de valor. Mas... melhor não. - Ele balançou a cabeça. - Eu não poderia nem mesmo pensar em deixar a senhorita ficar lá. Meu irmão é terrível, e a esposa dele... bem, é difícil pensar que ela seria uma chaperon apropriada. Ela mesma provocou um grande escândalo quando era solteira.


- Provocou? - O ânimo de Dulce começou a melhorar. - O que ela fez? Conte-me.


            O rosto de Christopher adotou uma expressão de grave desaprovação.


- Ela fugiu para a Europa continental com um pintor francês quando tinha dezessete anos. Ela conhecera o homem havia uma semana. Uma semana, veja bem. E ele só casou com ela dois anos depois.


            Para o modo de pensar de Dulce, essa parecia uma boa possibilidade.


- O que aconteceu?


- Depois da morte do marido, Anahí voltou à Inglaterra, mas a reputação dela estava arruinada. Ela se tornou amante do meu irmão. Não é preciso dizer que isso não contribuiu para ela recuperar a respeitabilidade. Meu irmão Alfonso era um grande libertino na juventude, envergonho-me de admitir.


- Alfonso? - Atônita, Dulce ficou olhando fixamente para Christopher, sem conseguir imaginar que esse homem tivesse um irmão com reputação de agir de forma pouco convencional. - O seu irmão é Alfonso Uckermann, o compositor?


- Sim, temo que sim. Sei que a senhorita compreende que ficar com eles não seria a melhor opção.


            Ah, seria sim. Ela gostava de pessoas pouco convencionais. E Anahí Uckermann, tendo ela mesma estado envolvida em escândalos, sem dúvida seria uma chaperon permissiva. Dulce poderia ir para onde quisesse, fazer o que quisesse e visitar a mãe quando bem entendesse. Ela decidiu que estava na hora de mais um pouco de bajulação. Dulce se inclinou para a frente na poltrona, de olhos muito abertos e séria.


- Mas, Christopher, o senhor é um membro da família deles. Dada a sua reputação impecável e posição de influência, o seu irmão e a esposa dele devem ser considerados pessoas respeitáveis.


- Agora eles são. - Ele passou a mão na gravata, parecendo contente consigo mesmo. - Depois que eu consegui salvar a reputação de Anahí.


- O senhor conseguiu? - Ela lhe deu um olhar especial de admiração. - Então eu não sou a primeira jovem a ser salva pelo senhor? Não estou nem um pouco surpresa, dadas as suas habilidades diplomáticas.


- Nem tudo se deve a mim - respondeu ele, tentando parecer modesto. - A duquesa de Tremore e sua cunhada, Lady Hammond,foram muito úteis aos meus esforços. E, naturalmente, Alfonso se acomodou muito bem à vida de casado. Mesmo assim...


            Ele hesitou, os olhos cinzentos apertados e a expressão muito séria.


- Eu posso confiar na senhorita no sentido de exercer o máximo de moderação e reserva enquanto estiver na casa do meu irmão?


            Dulce pôs as mãos unidas no colo, mansa como um carneirinho.


- Eu sei que cometi erros, mas estou certa de que, se eu tiver companhia interessante, terei muito juízo.


- Suponho que seja possível, mas não tenho certeza de que as pessoas que a senhorita encontraria através dos conhecimentos do meu irmão seriam de bom caráter.


- Mas o senhor nunca escolheria um marido para mim que não fosse de bom caráter - disse ela, toda doce e agradável. - E se o seu irmão e a esposa dele são amigos de um duque, isso deve fornecer muitas oportunidades para eu encontrar pessoas da mais alta linhagem e adequação, fortalecendo assim a minha reputação. Eu gostaria muito de ficar com eles. Com a sua permissão, é claro.


            Christopher se recostou na poltrona, cruzou os braços e pensou no assunto.


- Seria mais divertido para a senhorita ficar lá, suponho - disse ele com uma certa relutância. - E é verdade que eu disse que a senhorita poderia escolher. - Outra longa pausa, e então ele concordou com um gesto de cabeça. - Tudo bem, então; será Portman Square.


            Ela deu um suspiro de alívio e satisfação.


- Obrigada, Christopher. Vai ser uma nova vida para mim, e é muito tranqüilizador saber que posso confiar no senhor para me aconselhar.


            Ele sorriu, parecendo tão lisonjeado quanto um homem pode ficar.


- Não precisa agradecer-me, Miss Saviñon. É um prazer para mim orientá-la da melhor forma possível.


             Dulce retribuiu o sorriso, parecendo grata e sentindo-se feliz como um gato com um prato de leite. Talvez fosse um terrível defeito do seu caráter, mas ela simplesmente adorava conseguir as coisas do jeito dela.     


 



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Autor(a): raaayp

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 592



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  • minhavidavondy Postado em 25/07/2016 - 14:19:52

    Maravilhosa,já li bastante.

  • stellabarcelos Postado em 27/11/2015 - 01:04:41

    Muito linda essa web! Já li duas vezes! Amooo

  • maby Postado em 27/10/2011 - 22:51:06

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  • maby Postado em 27/10/2011 - 22:51:05

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  • maby Postado em 27/10/2011 - 22:51:04

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