Fanfic: (``•.¸εїз ℓєιℓãσ ∂є αмσ

O homem logo se afastou deixando claro para ela que tinha medo de seu futuro marido. No mínimo ficara chocado ao vê-la entrando no impecável hotel e pisando nos tapetes que pareciam limpos e novos, apesar da aparência de antiguidades que possuíam.
Subiram escadas em silêncio. O corrimão era tão lustroso quando o resto. Havia tapetes e tapeçarias em todos os lugares. E espelhos. Olhou apenas uma vez para um deles e desviou o olhar rapidamente. A limpeza do local a fazia mais consciente de sua imundice e de como o homem evitava tocá-la mantendo uma distância segura. Suspirou. Mal podia ver a hora de tomar um longo banho...Venderia seu corpo naquele momento ao homem sem promessas de casamento apenas por um longo e quente banho...Corou ao ter pensamentos tão pouco adequados. Ele a acharia pequena e pouco atraente. Ouvira diversas vezes essas palavras e só agradecia aos céus por esta benção. Tinha sido sua falta de atrativos que a mantivera fora de alguns problemas até aquele momento.
Passaram por um casal durante a subida. A mulher vestindo um vestindo rosa estonteante e jóias que brilhava tanto que quase a cegavam olhou para ela quase como se visse uma barata e depois para o homem ao seu lado com tal horror que ela levantou o olhar para vê-lo de novo. Sim...Aquelas cicatrizes deformavam o rosto do grande homem. Ela mal conseguia perceber se era jovem ou mais velho...Mas pelo porte e cabelos imaginava que ainda era novo. Talvez uns vinte e seis anos ou até menos...
- Aqui. – ele abriu a porta que não estava trancada e esperou ela entrar – Por favor.
Ele era educado apesar de tudo. Entrou no quarto e suspirou ante tamanha beleza de lugar. Tudo brilhava e transparecia limpeza. Sentiu-se mal outra vez.
- Fique aqui. Irei chamar meu irmão.

Christopher não sabia o que falar com aquela estrangeira. Ficara no mínimo surpreso ao ouvi-la pela primeira vez. Um sotaque rouco e que parecia cadenciar as palavras como se fosse notas musicais... Ela falava devagar e baixo e a cada vez que ela abria a boca senta seu corpo enrijecer. Talvez não fosse má idéia arranjar uma esposa. Já tinha certa idade... mas do que na hora de conhecer alguma mulher...E seria excelente que esta mulher fosse sua esposa.
Já estava cansado das brincadeiras dos outros homens com quem mantinha amizade. Não era segredo de ninguém que ele nunca ia a cidade e preferia morar com o irmão e Tom no alto da montanha e só saia para ir a madeireira e voltar.
Nunca sentira nenhum impulso de correr a cidade e se deitar com uma prostituta. Na verdade isso o deixava enojado. Não gostava daqueles quartos imundos do Saloon e nem das mulheres já muito usadas daquela pequena cidade. Além disso, era atarefado demais para ir para outra cidade...E prostitutas eram prostitutas em qualquer lugar...
Isso o fazia mais furioso ainda por ter escolhido aquela mulher. Teria que levá-la ao médico ... Não queria pegar doença nenhuma....Depois de banhá-la iria levá-la em algum local que fizessem exames ginecológicos e mandariam limpá-la bem!

Percebeu onde seus pensamentos o levam e corou dando graças a Deus por ninguém está ali. Era lógico imaginar que se tinha agora uma esposa podia manter relações com ela e calar a boca de seus amigos além de...bem...saciar sua curiosidade por aquilo que os homens falavam ser a sensação mais maravilhosa do mundo. Só não sabia como eles podiam ter tal sensação em meio a uma cama suja com mulheres sujas...
-Chris ...já chegou? – o irmão sussurrava – Fale baixo por que Emily está dormindo.... Por que está vermelho? – o irmão sorriu – Achou a moça...?
- Está na sala...mas....- tarde demais o irmão já corria em direção ao aposento. Segui-o de perto.
- Alfonso espere....
Mas o irmão já estava parado olhando pasmo para a pequena criatura magra, imunda e pálida que ainda estava em pé no mesmo lugar que deixara.
- Por que não se sentou? – perguntou irritado. O irmão não fechara a boca até o momento.
- Você mandou-me esperar aqui..- ela baixou o olhar como sempre fazia as pessoas que não conseguiam encará-lo.
- Ora, mas eu....Deixa para lá. Este é Cliton meu irmão... e está é.... – parou e corou....- Bem....
O irmão olhou para ele e depois para a moça. Ela puxou mais o capote para se proteger.
- Meu nome é Dulce . – ela arriscou um olhar indagador.
Só então percebeu que ainda não tinha se apresentado para ela. Corou novamente mal dizendo sua falta de tato para aquele tipo de coisas. Alfonso parecia a ponto de rir ou chorar ,ele não conseguia definir.
- Precisamos conversar – ele segurou seu braço e o levou para um outro canto da grande sala – Onde arranjou aquilo?
- No porto. Era uma escrava...
- Mas...Ela nem sabe falar corretamente!
- Ela fala corretamente, apenas não pronuncia de maneira adequada às palavras....
- Mas – o irmão estava nervoso – Você vai casar com ela? Parece que tem quinze anos!
- Nossa mãe casou com quatorze anos!
- Mas...
Alfonso parecia apavorado.
- Eu já a comprei! O que acha que eu vou fazer com ela? – perguntou por fim.