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- Não sei...Deixe-a por ai...De um dinheiro para ela e pronto. Posso arranjar-lhe uma esposa bem melhor do que esta moça...
Chris ficou em silêncio por um momento e respirou fundo. O que podia fazer? Olhou para seus pés. Não sabia como explicar ao irmão. Mas queria esta moça.
- Ela fede. Logo você que... Bem...Você nunca...Não gosta de... Qualquer mulher...
Por um instante ele fitou o irmão surpreso. Parecia que seu irmão mais novo estava preocupado com ele!
-Alfonso...
- Eu nunca disse isso, mas tenho muito orgulho de você maninho...Sempre o defendo quando os homens passam do limite nas brincadeiras sobre sua seriedade e manias... – ele segurou seu ombro – Eu nunca imaginei que você fosse levar a sério àquilo que lhe falei...Sobre o porto e também não pensei que ficaria dois minutos no meio daquele povo. Você não gosta de sujeira...
Sabia que os homens da madeireira consideravam o irmão do meio, ele, sério e pomposo demais. Obedeciam a suas ordens, mas não o tinham como exemplo. Mas Sam nunca se importara muito com a opinião dos homens. Levava as brincadeiras dos amigos mais chegados, que eram poucos, como simples brincadeiras...Mas mesmas essas tinham praticamente sumido nestas últimas semanas.
- Eu devia saber que você não entenderia uma brincadeira....- o irmão parecia triste – Vamos voltar a feira e devolve-la... Não quero você envolvido com este tipo de mulher....
Exasperado pela proteção a que era submetido ele desviou o olhar para onde estava a moça ainda de pé. Percebeu que os ombros estavam mais curvados e que ela tremia. Chorava. Praguejando em silêncio pelo comportamento do irmão e pela sua inabilidade com mulheres ele voltou o olhar.
- Cale-se. Ela está chorando! - falou em tom contido.
Mas a moça de aproximou e estendeu seu capote levantando o rosto banhado de lágrimas.
- Eu posso voltar sozinha.
Alfonso empalideceu mais ainda quando viu o estado da roupa dela. Interessante. Sempre era ele quem se escandalizava com o estado que os irmãos chegavam em casa depois de uma noitada...
- Fique ai – ordenou e voltou para o irmão sem vê que e moça quase pulara assustada com seu tom.
- Não! – ela jogou a capa aos pés de ambos e arfou - Eu não preciso...Preciso de vocês... Eu posso...
- Mas de que lugar você veio? –Alfonso aproximou-se dela .
A moça recuou.
- Do norte
Parecia apavorada com sue irmão, percebeu Chris curioso. Ele que era bem menor e mais apresentável que ele
- E é assim que as prostitutas se vestem no norte?
- Eu... Eles...Roubaram minhas roupas... Eu tive que pegar aquelas que as mulheres jogaram no lixo.

Aquilo chamou a atenção.
- Roubaram suas roupas? –Chris aproximou.
- Sim! Elas... Cortaram meus cabelos e me sujaram...Não queria m que eu chamasse...a atenção....
Alfonso riu.
- Como se você... – calou-se.
A moça recuou novamente.
- Você fica! –Chris pegou o capote pela ponta dos dedos e estendeu a moça – Vista isso! E fique quieta ai!
Ela calou-se para seu alívio. A voz sussurrante, rouca e cheia de tons estava fazendo que ele tremesse dos pés a cabeça. Virou-se para o irmão.
- E você...Não quero mais ouvi nada contra Dulce e nem sobre levá-la daqui! Ela será minha esposa dentro de pouquíssimas horas e sua cunhada. – olhou para

a moça – Tem algo contra isso?
Droga! Não devia ter perguntado! Até aquele momento ele desviara a atenção da moça. Simplesmente dissera que iriam de casar e esperara que ela não fizesse um escândalo por isso e nem ameaçasse fugir. A moça parecia faminta, suja e desamparada demais para ter outra alternativa senão a aquela que parecia a única possível...E agora ele perguntava a ela se estava de acordo! E lógico que iria ouvir palavras desagradáveis ou falsas... Não precisava de fingimentos. Não era o sonho de qualquer mulher casar-se com ele. Sendo ela uma prostituta ou não.
- Será uma honra casar com você – a voz sussurrante o fez arrepiar e congelar ao mesmo tempo – Não posso dizer o mesmo de ser cunhada deste homem...
Alfonso abriu a boa para falar e se calou. Franziu o cenho e a espiou por detrás das pálpebras cerradas parecendo pesar as palavras dela. Depois o fitou pensativo.
Logo um baque na porta fazia-o lembrar o banho que ela tinha que tomar. Tinha pressa! Logo teria uma esposa...


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Chris andava de uma lado para o outro na sala esperando que a porta do quarto se abrisse. Fazia isso a mais ou menos uma hora e estava impaciente. Emily ainda dormia no cesto de viagem e seu irmão parecia mais do que mal humorado.
- Ela precisa ficar um dia de molho! – salientou Alfonso, mas se calou ao sentir o olhar hostil do irmão.
Mais um momento de silêncio e Alfonso falavam novamente.
- Você não é...Experiente...E se você se deslumbrar com...Bem...Com...Com aquilo...e ela aproveitar-se de você....Fugir com nosso dinheiro...
Silêncio.
- E se ela tiver alguma doença?- Alfonso parecia verdadeiramente preocupado.
- Irei cuidar disso.
Já estava farto do irmão tentar dissuadi-lo do casamento! Estava tudo pronto. Ele vestira um casaco formal e convidara o casal do quarto ao lado. Dois velhinhos. Para servirem de testemunhas.
Isso se a noiva conseguisse terminar o banho!
- Nem toda a água de Virgínia pode purificar o que ela...- Alfonso calou-se ao ouvir a porta se abrindo.
Chris também parou de andar e esperou.
A porta foi aberta devagar e logo eles olhavam para uma pequena mulher de cabelos tão loiros como ele nunca vira e de pele clara como neve. Os olhos azuis estavam fixos e hesitantes. Ela apertava as mãos e esperava alguém falar.Os cabelos tinham sidos penteados e caiam em cachos irregulares pelos ombros. E o vestido numa tonalidade de azul semelhante aos olhos se ajustava a silhueta femininas fazendo sobressair a cintura fina e os seios altos e cheios. O pescoço delicado bem como boa parte do colo e ombros estavam expostos pelo vestido. Os pés pequenos calçavam sandálias delicadas.
- Agora entendo – Alfonso franziu o cenho – Entendo por que as mulheres fizeram isto.
- Eu...- Chris não sabia para onde olhar. Fitou o irmão que parecia mal humorado e depois a jovem.
Não era uma menina...Devia ter mais de quinze anos sem dúvida. Ou não iria ter aquele corpo...Ou aquele olhar...Ou...Ou ser linda daquele jeito... Não era raro prostitutas serem crianças. Mas definitivamente ela não era. Era muito bonita. Mais do que isso. Era...Fresca e limpa... Pelo menos naquele momento. E aquilo o fez ficar mais irritado do que satisfeito.
- Você demorou.
- Estava aproveitando o banho...- ela baixou os olhos.
Sim...Era linda.
- Eu preciso...De uma tesoura . Quero acertar meu cabelo.
Sim. Os cabelos...lindos também...
Alfonso tirou uma navalha do bolso e ela recuou.
- Não...
-Alfonso !
O jovem bufou.
- Só quero ajeitar-lhe os cabelos!
Mas ela estava assustada.
- Foi com uma navalha que os homens cortaram meus cabelos...
- Não foi as mulheres?
- Elas que pediram....- a moça corou e baixou o olhar novamente. Era uma corça assustada.