Fanfic: Trabalho ou prazer - Adaptada - vondy

Obrigada pelos coments *-* :

Fmist, Crisvondy, Lucas e Paty (super entendo...)!!!

E agora sim vamos ao que interessa!!!

E quanto àquele beijo?

— Provavelmente, é um bom acompanhamento quando ela aplica a maquiagem pela manhã.—

As palavras de Dulce escaparam ao passo em que o coração murchou, como ocorrera muitas

vezes na adolescência— quando não a tiravam para dançar, ou ela recebia um C por um trabalho

pelo qual esperava uma nota alta.

— Não dá para saber...— Christopher lançou-lhe um sorriso radiante— ... mas aposto que a minha

cachorra ficaria ridícula de batom. — A cadeira dele girou. Um joelho esbarrou no dela e uma

descarga elétrica dardejou coxa acima. — Eu a tenho desde filhote — explicou. — Ela já

superou essa fase há muito tempo. Sylvie poderia ser confundida com um urso pardo ou um

pastor alemão.

Então, nada de ruiva estonteante, mas um cão. Ela adorava cachorros! Adorava. Porém, uma

pergunta implorava para ser feita.

— A Sylvie fica no banheiro quando você toma banho?

— Geralmente, ela ainda está escarrapachada na cama. Uma tremenda preguiçosa.

Sem namorada, um amante de animais e ainda tinha um beijo explosivo. Os pontos positivos

para uma aventura não paravam de se acumular. Mas ela conseguiria ter coragem suficiente

para lhe dar uma deixa, uma indicação de que Christopher podia avançar?

Dulce se acomodou melhor no assento.

— Por que não escutamos a faixa de abertura de novo? Talvez eu devesse tomar notas.

— Já é tarde. É melhor irmos embora.

"O quê? Não, ainda não!", suplicou mentalmente.

— Não poderíamos ouvi-la só mais uma vez? Ambos cuidaram do trabalho, então que tal

explorar o outro lado— o homem que a deixara tão nervosa que mal conseguia concatenar as

palavras, quem dirá explicar como o contato da pele, da língua dele na sua, a afetara?

Christopher desligou a tomada de vez.

— Não. Receio que não.

Droga. Ele ficou sério.

Mas, então, ela notou.

Quase sempre a fachada impassível de Christopher era indecifrável. Mas agora, a sua linguagem

corporal falou com ela, alto e claro. O ângulo interessado dos ombros, o brilho absorto dos

olhos.

Christopher queria brincar. Só precisava de um estímulo maior.

— Certo. Você é quem manda.

Fingindo uma expressão arrasada, Dulce ergueu as mãos em rendição. Quando a centelha

se apagou nos olhos dele e Christopher tentou se levantar, ela apostou tudo no elemento surpresa e

avançou no cabo, depois correu para o painel.

Christopher voltou à vida. Quando ele a segurou pelos pulsos, com o coração descompassado

Dulce sentiu uma aflição no âmago.

— Saviñon...?— Christopher não conteve uma gargalhada surpresa.— Droga, você não joga limpo!—

Você conhece o ditado. "Tudo vale..." Durante um lapso de insanidade, o mundo parou de rodar e

nenhum dos dois falou nada. Apenas se entreolharam, sondando as possibilidades, examinando

um ao outro como um casal de pistoleiros durante um duelo num faroeste.

O coração retumbante, o ar carregado de ansiedade, Dulce aguçou os olhos... E começou a

atirar!

Eles disputaram o plugue. Christopher o arrancou da sua mão. Dulce pulou em cima dele. Christopher

tentou impedi-la. Ele era forte, mas ela era ágil. E não pararam de rir o tempo todo.

Assim que as energias de ambos se esgotaram, Christopher pousava uma das mãos no ombro de

Dulce, a outra no braço da cadeira. Quando as risadas se esvaíram, os narizes estavam a

poucos centímetros de distância.

Os lábios dele estavam a poucos centímetros dos seus.

O sorriso de Dulce se apagou, a expressão de Christopher serenou, depois mudou. Os profundos

olhos azuis fixos em Dulce. Outro surto de adrenalina. Cada zona erógena do corpo dela

acendeu em alerta vermelho. O olhar de Christopher era tão penetrante que o corpo doía.

Concentrado nos olhos de Dulce, Christopher apertou-lhe o ombro.

Ultima chance de voltar atrás?

Daqui em diante, seria um tal de roupas voando pelos ares, o desejo mútuo assomaria. Sexo.

Sexo tórrido, selvagem, ardente. O relacionamento deles jamais seria o mesmo.

Será que ela o desapontaria na cama? Não, ela não podia pensar uma coisa dessas. Talvez

Christopher quisesse mais, porém, ela não desejava uma relação estável, e o instinto dizia que o

objetivo de Christopher era o mesmo. Ambos precisavam relaxar, se liberar, apenas por uma noite,

senão explodiriam.

Numa entonação grave e apreensiva, Christopher murmurou:

— Você quer mesmo?

De repente, Dulce sentiu a garganta seca.

— Sim.

Quando o olhar de Christopher divagou para os lábios entreabertos, uma onda de calor varreu o

corpo inteiro de Dulce. As sensações se tornaram mais intensas, pois, com uma lentidão

torturante, a mão de Christopher deixou o ombro para acariciar a nuca. Qualquer resto de pólvora

flamejou quando Christopher a puxou para si.

Melhor do que escutar, Dulce sentiu um gemido rouco brotar da garganta de Christopher.

Saboreou mais do que sentiu a textura úmida da boca que cobrira a sua. Um beijo tão suave que,

entretanto, despertara intenso conflito de sensações. Ambos mal se tocaram e aquele foi o

contato íntimo mais gratificante que ela já sentiu.

Então, Christopher insinuou a língua por entre os lábios entreabertos.