Fanfic: Trabalho ou prazer - Adaptada - vondy

Nita: *-* Bem-vinda!!!

Lucas: adorei a declaração... kkkkkkkkk

Minha nossa! Será que tinha esse direito? Será que Christopher estava perguntando se ela queria

que ele chegasse mais perto? Enlaçasse os braços na sua cintura e a beijasse até aquela aflição

deliciosa na parte inferior do corpo se tornar insuportável?

Claro, Christopher era sexy, naturalmente. Inteligente e charmoso, aliás. Mas será que ela queria

dar aquele passo irreversível e, talvez, ficar nua com o chefe? Isso não estava nos seus planos.

Quem suspeitaria que Christopher sentia atração por ela?

— Isso foi um não?— O sorriso de Christopher pareceu malicioso.— Ou sim?

Com os joelhos trêmulos, Dulce soltou um "talvez". E se sentiu uma devassa, embora meio

aliviada.

O hálito tépido de Christopher soprava o seu cabelo, enquanto o olhar dele perscrutava o seu

rosto.

— Prometo que a idade não afeta a minha performance. Na verdade, a experiência faz toda

a diferença neste departamento.

O coração disparou. A mente flutuava. Tudo formigava. Isso estava acontecendo mesmo?

Dulce deu um sorriso tímido.

— Acho que só há um meio de descobrir. Christopher estava quase em cima dela.

— Exato.

Dulce derreteu quando um braço musculoso se estendeu e... se desviou dela?

Após se esquivar, Christopher resmungou um pedido de desculpas. Algo— um painel?— se abriu a

suas costas. Ele se virou e mostrou um punhado de...

— Dardos?— Dulce se virou, com o coração aos saltos.

— E um alvo.— Christopher se pôs a ajeitar três grupos de setas pretas e vermelhas.— Quando

aluguei o prédio, eu deixei o alvo preso na parede durante a primeira semana. Você me fez ver

que devia tirá-lo mais vezes.— Ofereceu-lhe os dardos.— Quer jogar?

"Puxa, eu pensei mesmo que sim. Mas...", pensou.

A lava que ardia no seu corpo inteiro esfriou quando o chão novamente se tornou sólido a

seus pés. Sentindo-se tola, e determinada a guardar isso para si, Dulce balançou a cabeça.

— Obrigada, mas eu, bem, acho que é melhor voltar para a minha mesa e colocar tudo em

ordem.

— Parece uma idéia sensata. Conversamos mais tarde. Quando Christopher tocou as costas de

Dulce para acompanhá-la até a porta, ela petrificou. Hoje o déficit entre a vida celibatária e a

fantasia pregou uma peça e tanto na sua imaginação. Estremeceu ao pensar na cena que

visualizou, quando preliminares eram a última coisa na cabeça de Christopher. Sem dúvida, na opinião

dele e na dos colegas, ela seria rebaixada para "patética garota apaixonada", em vez de

"eficiente mulher de carreira". Ficaria atenta para não se enganar de novo.

Os dois pararam diante da porta aberta. Voltando a bancar a funcionária, onde era o seu

lugar, Dulce concluiu a reunião de maneira apropriada.

— Obrigada pela oportunidade, sr. Uckermann.— Preferiu não apertar a mão dele para evitar o

contato físico.

— Chame-me Christopher, lembra?

— Farei um trabalho fantástico com essa conta. Você jamais desejará se livrar de mim.

Mas, claro, logo Jezz McQade estaria de volta. E quanto aos planos para o exterior? Nada

de esquecer o objetivo máximo.

— Jamais me livrar de você?— Christopher trincou o maxilar.— Dulce, receio que você esteja

certa.

Será que a Mona Lisa tinha um irmão? Podia-se ler uma dúzia de emoções diferentes na

expressão dele... confiança, ansiedade, luxúria.

Quando a porta fechou, Dulce passou por Tilda, a simpática secretária de Christopher que

cruzou os dedos e colocou os enormes óculos de aros redondos de volta no nariz. Dulce

retribuiu o aceno, cantarolando. Ela descobrira três, ou melhor, quatro coisas importantes hoje.

Primeira. Afinal alguém lhe dava valor para realmente levá-la a sério. Após anos tolerando o

pai obsessivo, que controlava cada decisão dela, esse foi um passo monumental.

Segunda. Ela não tinha o menor interesse por dardos.

Terceira. Gostando ou não, os ombros de Christopher Uckermann a deixavam excitada.

Quarta. Agora, mais do que nunca, não podia se dar ao luxo de se distrair. Definitivamente,

não por causa de um relacionamento. Era evidente que precisava de alguma forma de alívio—

algo breve, porém satisfatório. Ela não era "oferecida"; nunca foi. Porém, nesta altura da vida,

será que devia cogitar uma aventura sexual sem compromisso?

Uma idéia absurda lhe ocorreu.

E Christopher?

Christopher voltou para a mesa e apanhou o avião de papel, sem parar de pensar na srta. Saviñon.

A inteligente, divertida e sexy srta. Saviñon.

Sentiu um aperto no peito.

Esqueça o sexy. Esqueça o que acabou de acontecer assim que a conversa profissional se

transformou em flerte. Quando, com a cabeça na própria calça— e na dela— ele quase tomou a

linda loura de olhos grandes nos braços. Ele precisava se concentrar. Não em impulsos escusos,

mas na sobrevivência da empresa, que significava manter o cliente mais influente satisfeito.

Ele precisava ganhar aquele prêmio importante para a campanha do Hits, ou a sua reputação

e uma década de trabalho duro não valeriam nada. Também devia se mudar para o Alasca. Não

podia correr o risco de baixar a guarda ao fantasiar com uma funcionária. Ainda mais depois do

que Dulce deixou escapar quando assinara o contrato três meses antes.

Amassando o avião com força, Christopher se dirigiu à janela com vista para a cidade, perfeita

com o porto vibrante, salpicado de velas multicoloridas e barcos movimentados. Sydney deveria

ser a sua base, uma fonte de energia. Mas Dulce pretendia embarcar no primeiro avião rumo à

fama e à fortuna, logo que tivesse a chance. Não que ambição fosse uma coisa ruim. Ele

admirava qualquer pessoa com o desejo de perseguir um sonho. A motivação foi um grande

motivo pelo qual julgara Dulce tão encantadora. Porém, ela o afetava de outras maneiras, e aí

estava o perigo. Acaso Dulce acabasse nos seus braços— e na sua cama— ela teria razão: seria

muito difícil deixá-la ir embora. Mas não pretendia se envolver e, mesmo que isso talvez

desapontasse a ingênua Dulce, ele não se sacrificava mais. Não em relação aos assuntos do

coração, pelo menos.

Christopher misturou trabalho e prazer uma vez, o que lhe custara tudo, inclusive o orgulho. Agora

nada, principalmente a atração sexual, interferia no seu julgamento. Um mínimo de distância e

dois pés firmes no chão funcionavam muito melhor.

Após contemplar o límpido céu azul— o crepúsculo flamejava sobre as conchas da Opera

House— Christopher afundou na cadeira.

Por melhor que fossem a aparência e o perfume da srta. Saviñon, ela não era uma candidata

para a sua vida pessoal. Contudo, em relação à crise atual no trabalho, talvez ela fosse a

resposta para as suas preces. A ambição de Dulce, aquele desejo ardente de abrir as asas e

voar, era o ingrediente exato que ele precisava... com uma ressalva.

Dado o seu entusiasmo, talvez ela tentasse subir alto demais, além do razoável. Então,

infelizmente, ele não teria escolha...

Christopher atirou o avião pela janela e voltou para a mesa.

Precisaria cortá-la da conta.

Comentem plixxx *-*

Bjix da Naty