Fanfic: História de um Grande Amor - adaptada. (vondy) | Tema: Rebelde

— Ora, mas que surpresa. Então você veio.

— Achou que eu não viria?

Apesar de lady Casillas ter dito que Ucker pretendia vir a Londres, ela não acreditara ser verdade. Tinha quase certeza de tê-lo ouvido dizer que não pretendia participar da vida social da cidade naquele ano, e talvez nem nos próximos.

— Aposto que Lady Casillas deve tê-lo chantageado para que viesse ao baile — ela declarou.

— Chantagem? — Ucker fingiu-se ofendido. — Uma pa­lavra horrorosa e incorreta neste caso.

— Ah, é?

Ele inclinou ligeiramente a cabeça, estreitando a distân­cia que os separava.

— Foi minha culpa.

— O que foi que você fez?

— O mais correto seria perguntar o que não fiz. Ou me­lhor, o que não estava fazendo — contou, fazendo um gesto de pouco caso com a mão. — Disseram-me que você e Anahí teriam sucesso se eu lhes oferecesse apoio.

— Creio que sua irmã seria bem-sucedida, mesmo se não tivesse um centavo e fosse filha ilegítima.

— Também com você não tenho preocupações a respeito. — Sorriu de maneira benevolente e irritante, franzindo o cenho. — E por que minha mãe pensaria em fazer chan­tagem?

Um sorriso triunfante iluminou o rosto de Dulce, que gostava de deixá-lo sem graça. Na maioria das vezes ele pa­recia controlado, enquanto seu coração parecia saltar do pei­to só em olhar para aquela presença tão devastadora. Feliz­mente o passar do tempo fora responsável por certa autode­fesa. Se não o conhecesse há tantos anos, nem mesmo seria capaz de manter uma conversa se ele estivesse presente no mesmo ambiente. Além disso, Ucker poderia desconfiar de algo se ela perdesse a voz toda vez que se encontrassem.

— Não sei. — Dulce fingiu refletir. — Histórias da in­fância, talvez.

— Veja como fala — Ucker brincou. —Eu era um perfeito anjo.

— Você deve me considerar muito ingênua — declarou ela, arqueando uma das sobrancelhas.

— Não. Apenas polida demais para me contradizer. Dulce revirou os olhos e voltou-se para as pessoas que se apinhavam no recinto. Anahí era cortejada no meio do salão, rodeada pelo costumeiro grupo de jovens.

— Any parece ter nascido para isso, não é mesmo?

— Onde estão os seus admiradores, Srta. Savinón? Acho difícil acreditar que não tenha nenhum.

— Muitos cavalheiros já me concederam a dança, mas nada demais, fora apenas uma dança. Acho que a Anahí tem mais jeito pra isso.

— Não acredito no que está me dizendo. Deixe-me ver seu cartão de dança.

Relutante, Dulce estendeu o cartão. Ucker examinou-o e logo o devolveu.

— Eu tinha razão. Está totalmente cheio.

— É ilusório. Nenhum deles me atraiu ao dançar com eles, estou pra dançar com alguém que realmente irá me atrair.

— Não se preocupe. Sei que logo achará um a qual vai atrair sua atenção. Dulce surpreendeu-se com a suposição.

— Não estou preocupada. Eu dei a impressão de estar? Ele recuou e avaliou-a.

— Não, não está. Que estranho...

— Por que diz isso?

— Jamais conheci uma dama que tivesse uma tuba de candidatos ao seu redor e que não desejasse nenhum.

— Pois agora está conhecendo. — Ela irritou-se com os ares superiores e empinou o nariz, assumindo uma postura ainda mais arrogante.

— Minha querida menina. — Ucker riu. — E com essa atitude acha que encontrará um marido? Não me olhe como se eu dissesse absurdos. Foi você quem afirmou sua preten­são de encontrar um marido nesta temporada.

Dulce cerrou ainda mais os dentes. O pior era que ele estava certo, o que a deixou sem resposta.

— Por favor, não me chame de "querida menina".

— Dulce, será engano meu ou está com raiva?

— Sempre me irrito com facilidade.

— É o que estou percebendo.

Aquele sorriso encantador perturbou-a ainda mais.

— Pensei que fosse encontrá-lo macambúzio e meditativo.

— Você consegue extrair o melhor de mim.