Fanfic: História de um Grande Amor - adaptada. (vondy) | Tema: Rebelde

Aos dez anos, Dulce María não era considerada ne­nhuma beldade. Tinha cabelos ruivos, o que não agradava à maioria, e olhos castanhos escuro, além de pernas pequenas, finas e desengonçadas. A mãe costumava afirmar que a filha galopava ao redor da casa.

   Para infortúnio de Dulce, a sociedade valorizava muito a aparência feminina. E mesmo com tão pouca idade, ela era vista como inferior às outras garotas da vizinhança. Crian­ças sempre descobriam essas coisas, em geral por intermédio de outras.

   Assim como foi no desagradável incidente, ocorrido no déci­mo primeiro aniversário dos gêmeos, lady Anahí e o honorável Javier Uckermann, filhos do conde e da condessa de Casillas. A casa de Dulce era bem próxima de Haverbreaks, residên­cia dos ancestrais de Casillas, em Ambleside, no distrito dos Lagos, no condado de Cumberland. Dulce estudava com os gêmeos, quando eles se encontravam em casa, e a trinca era inseparável.

   Os três raramente brincavam com outras crian­ças, pois quase todos os meninos e meninas moravam longe, à uma hora de viagem.

No entanto, todos os filhos da nobreza local e da pequena nobreza reuniam-se nos aniversários. Por esse motivo, lady Casillas deixou escapar um gemido infeliz naquele dia. De­zoito diabretes espalharam lama em sua sala de estar, depois da festa dos gêmeos ter sido interrompida pela chuva.

— Anyy, seu rosto está manchado de terra. — Dulce fez menção de limpar a nódoa.

Anahí deu um suspiro dramático.

— Será melhor eu me lavar no banheiro, antes que mamãe veja. Ela abomina sujeira, e eu odiaria ouvi-la repetir isso.

— Duvido que sua mãe irá reparar na manchinha no seu rosto com tanta lama espalhada pelo tapete... — Dulce notou que Christian Chaves dava um grito de guerra e se jogava no sofá — ...e pela mobília.

— De qualquer forma, é melhor eu dar um jeito nisso. Anahí saiu da sala e ela ficou perto da porta, seu ponto usual de observação.

— Dulce, o que trouxe de presente para Anahí?

Ela virou-se e viu Belinda Bennet, usando um lindo vestido branco com faixa rosa.

— Um livro. A leitura é um dos passatempos favoritos de Anahí. Por quê?

Belinda mostrou uma bela caixa amarrada com um cordão prateado.

— Eu trouxe uma coleção de fitas de cetim, seda e veludo. Quer ver?

— Ah, sim, eu gostaria, mas prefiro não amassar a em­balagem.

Belinda deu de ombros.

— É só desatar o cordão. Sempre faço isso no Natal. — Ela soltou o laço e abriu a tampa.

Dulce prendeu a respiração. Em contraste com o veludo interno da caixa, havia inúmeras fitas coloridas, todas amar­radas em arcos.

— São lindas, Belinda. Posso pegar uma? Belinda estreitou os olhos.

— Não estou com as mãos sujas. — Dulce estendeu-as como confirmação.

— Ah, então pode.

Dulce pegou uma fita de cetim violeta e encostou-a nos próprios cabelos.

— Como estou?

— Violeta não — sentenciou Belinda, revirando os olhos. — Essa cor só combina com cabelos loiros e desaparece nos ruivos. Ficaria horrível.

— O que acha da verde? Mamãe tem cabelos ruivos e já a vi usar fitas dessa tonalidade.

— É, pode ser, mas essa cor também combina mais com cabelos loiros. Aliás, tudo fica melhor nos loiros.

— Então não imagino o que pretende usar, Belinda. Seus cabelos são castanhos escuros — retorquiu Dulce, indig­nada.

— Não são! — Belinda esbravejou.

— São! — Dulce inclinou a cabeça para frente e es­treitou os olhos, ameaçadora. — Será conveniente consultar o espelho com mais cuidado, Belinda, porque os seus cabelos não são loiros!

Belinda guardou a fita e fechou a tampa da caixa com força.

— Bem, eles eram loiros, e os seus nunca foram. Além disso, os meus são castanho-claros, bem melhor que os seus, que são ruivos, nem castanhos são.

— Não há nada de errado com cabelos ruivos! — Dulce protestou, mesmo sabendo que a Inglaterra inteira não con­cordava com ela.

— E esse seu rosto sardento? — Belinda indagou.

Por instinto, Dulce levou a mão à boca. Sabia que não era bonita nem graciosa, mas nunca notara nada de errado com suas sardas.

— Sua boca é enorme! — revidou.

Belinda recuou como se tivesse levado um tapa.

— Bocas grandes são desejadas. Além disso é que um pernilongo havia me mordido noite passada por isso estão inchados  — Ela fungou, desdenhosa. — Porém para sardas e feiúra não existe remédio!

— Ela não é feia!

As duas meninas se voltaram para Anahí, que voltava do banheiro.

Desculpem a demora, foi que estava dando os últimos ajustes, poste dedicados as minhas lindas que foram as primeiras comentaristas. :D

Ah! próximo poste continuação do prólogo...

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