Fanfic: História de um Grande Amor - adaptada. (vondy) | Tema: Rebelde

— Ou então Javier — Dulce tratou de acrescentar por ser mais seguro ou pelo menos assim haveria menos chances de se envergonhar.

— Ah, então ele e eu somos intercambiáveis?

— Claro que não. Mas sei que ficarei mais à vontade se estiver acompanhada por uma pes­soa que conheço.

— Alguém que não se ofendesse mortalmente se fosse pi­sado nos dedos?

Como é que fora se meter em mais uma enrascada? Ou Ucker pensava que estava apaixonada por ele, ou que era uma tola com receio de dançar uma simples valsa.

— Admito que seja mais ou menos isso.

— Eu ficaria muito honrado se dançarmos. — Ele escreveu o próprio nome no cartão. — Pronto. A senhorita acabou de me prometer a primeira.

Que Deus que os abençoasse.

— Obrigada. Aguardarei ansiosa.

— Ótimo. Eu também. Posso acrescentar meu nome para mais uma valsa? Não sei se há espaço. Mas não vejo ninguém mais com quem gos­taria de conversar durante o tempo em que durar a música.

— Eu não imaginava que a tarefa pudesse ser tão árdua.

— Com qualquer outra, sim, mas não com você. Pronto. Já me inscrevi para a última valsa também. Terá que por enquanto dançar com o restante dos  cavalheiros. Não poderei dançar com você mais de duas vezes.

   Qualquer um sabia que Ucker gostava de dançar com ela, mas Dulce achava que para ele, esperava outra mulher, ou seja, uma boa parceira.

— Não, claro que não.

— Então, muito bem — ele concluiu, da maneira como os homens costumavam finalizar uma conversa, sem se inco­modar com o resto. — Gonçalvez vem vindo para a próxima dan­ça. Vou beber alguma coisa. Eu a verei logo mais.

     Assim dizendo, afastou-se e deixou-a a um canto, murmu­rando os agradecimentos ao jovem Sr. Gonçalvez, que acabava de se aproximar. Dulce fez uma mesura para o parceiro que lhe sorria, segu­rou-lhe a mão enluvada e seguiu-o até a pista, onde os pares se preparavam para a quadrilha.

─ Belo vestido, Srta. Savinón. Estás muito bela hoje, como sempre. ─ Falou enquanto a segurava com a mão esquerda pela cintura e com a direita lhe segurava a mão.

─ Obrigada, Sr. Gonçalvez. ─ Lhe sorriu simpática.

Dulce sabia que estava ela novamente a dançar com mais um a qual não iria lhe proporcionar tal emoção quanto a que Christopher pode lhe proporcionar. Ela contava as horas para que isso acontecesse.

A música terminou e Dulce voltou para perto da amiga.

— Aí está você! — Anahí exclamou. — Onde esteve, minha querida? Eu estava comentando a seu respeito com os nossos amigos.

— Mentira. — Dulce ergueu as sobrancelhas, sem acre­ditar.

— Estava, sim. Não é verdade? — Anahí cutucou um cavalheiro ao seu lado e ele imediatamente concordou. — Acha que eu a enganaria? Dulce segurou o riso.

— Se isso servisse aos seus propósitos.

— Ah, que maldade! Pare com isso. Onde é que esteve até agora?

— Eu precisava de um pouco de ar fresco, por isso me afastei para tomar um copo de limonada. Ucker me fez com­panhia.

— Ah, então meu irmão chegou? Eu deixei uma vaga pa­ra ele.

— Não acredito que tenha sobrado uma música para seu irmão.

— Será que não? — Anahí consultou o cartão. — Oh, céus! Terei de cortar um dos candidatos.

— Não faça isso.

— E por que não? Escute, preciso lhe dizer... — Anahí parou de falar, lembrando-se da presença dos inúmeros ad­miradores. Virou-se e sorriu, radiante, para eles. E não se surpreenderia se todos sucumbissem à emoção de vê-la sor­rir. — Algum dos cavalheiros se incomodaria de trazer um pouco de limonada? — perguntou com doçura. — Estou mor­rendo de sede.

A agitação foi geral. Todos se movimentaram e afasta­ram-se ao mesmo tempo.

— Parecem um bando de ovelhas obedientes — Dulce comentou.

— Exceto os que se assemelham a bodes — Anahí caçoou. — Tive uma idéia brilhante, não é mesmo? Livrei-me de todos de uma só vez. Estou me saindo muito bem.

Dulce concordou, sem se preocupar em responder. De nada adiantaria.

— O que eu quis dizer, — Anahí continuou — é que a maioria deles me chateia muito.

Dulce não resistiu e deu um empurrão na amiga.

— Não é essa a impressão que se tem ao observá-la de longe.

— Bem, não quero dizer com isso que não estou me diver­tindo. — Anahí fitou-a com olhar irônico. — Mas também não vou me prejudicar só para agradar a minha mãe.

— Essa frase não me é estranha.

— Olhe quem vem ali...

— Quem?

— Meu irmão.

— Onde? — Dulce espantou-se.

Anahí esticou o pescoço e espiou por sobre o ombro da amiga.

— Ele vem para cá a passos largos. Dulce consultou o próprio cartão.

— Deve estar na hora da nossa valsa. Anahí inclinou a cabeça de lado e sorriu.

— Ele é mesmo muito atraente.

   Dulce procurou não suspirar. Ucker era um homem deveras sedutor. E, com a viuvez, todas as moças solteiras e suas mães caíam sobre ele como um enxame de abelhas.