Fanfics Brasil - Capítulo III História de um Grande Amor - adaptada. (vondy)

Fanfic: História de um Grande Amor - adaptada. (vondy) | Tema: Rebelde


Capítulo: Capítulo III

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Capítulo III


 


 


     Uma semana depois, o sol brilhava, radiante. Dulce e Anahí, sentindo falta dos freqüentes passeios no cam­po, decidiram passar a manhã explorando a cidade, a come­çar pelo distrito das lojas.


— Eu não preciso de outro vestido — Dulce protestou, enquanto andavam pela rua com as criadas a uma distância respeitável logo atrás.


— Nem eu, mas é divertido ver vitrines. Além disso, po­deremos comprar algumas quinquilharias com os trocados que juntamos. Ah, seu aniversário não vai demorar e não seria má idéia comprarmos um presente...


— Pode ser.


Percorreram lojas de roupas, chapelarias, joalherias e doceiras, antes de Dulce encontrar um estabelecimento que lhe atraísse a atenção.


— Veja só este lugar. Não é magnífico?


— O que há de tão extraordinário? — Anahí espiou dentro da elegante livraria.


Dulce apontou um requintado exemplar de Le Morte d`Arthur, de sir Thomas Malory. Era um volume ricamente encadernado e ela não desejava mais nada a não ser sentir o aroma que emanava do livro.


Pela primeira vez na vida, via algo que realmente desper­tava seu desejo de possuir alguma coisa, de esquecer a eco­nomia e o lado prático. Deu um suspiro profundo.


— Acho que agora entendo quando a ouço falar sobre sa­patos.


— Sapatos? — Anahí repetiu e olhou para os pés. Dulce não se preocupou em dar explicações, embeveci­da pelos filetes de ouro que enfeitavam as páginas.


— Nós já lemos esse livro — Anahí alegou. — Creio que foi há dois anos, quando a Srta. Simone, que foi nossa preceptora, indicou. Não se lembra? Ela ficou horrorizada quando soube que ainda não o tínhamos lido.


— Não se trata apenas de ler — Dulce falou com o nariz colado no vidro. — O livro, veja, não é a coisa mais linda do mundo?


Anahí fitou-a com expressão de dúvida.


— Bem, não exatamente.


Dulce sacudiu a cabeça e olhou para a amiga.


— Suponho que isso deve ser como a arte. O que faz uma pessoa ficar enlevada não desperta interesse em outra.


— Mas é apenas um livro.


— Não, é uma obra de arte.


— Parece velho.


— Eu sei. — Dulce suspirou, feliz.


— Pretende comprá-lo?


— Se eu tivesse dinheiro suficiente...


— Pois acho que deveria fazê-lo. Vem economizando há anos, guardando o dinheiro dentro do vaso de porcelana que Ucker lhe deu como presente de aniversário há cinco anos.


— Seis.


— Cinco ou seis, tanto faz. — Anahí exasperou-se com a exatidão da amiga. — O ponto primordial é um só. Se o dinheiro que tem guardado é suficiente para comprar o livro que tanto deseja, deve adquiri-lo para celebrar seu vigésimo aniversário, Nunca a vi pensar em nada para si mesma.


Dulce afastou-se da tentação da vitrine. O livro fora colocado num pedestal, aberto na página central. Uma ilus­tração ricamente colorida retratava o rei Arthur e Guinevere.


— Deve ser muito caro — alegou com tristeza. Anahí deu-lhe um empurrão discreto.


— Se não entrar e perguntar, nunca saberá!


— Tem razão.


Dulce fitou a amiga com um sorriso que traduzia a excitação e o nervosismo que a acometiam e entrou na loja. A aconchegante livraria era decorada em tons sóbrios, com poltronas de couro em lugares estratégicos para aqueles que preferiam sentar-se e folhear os volumes.


— Não vejo o proprietário — Anahí sussurrou.


— Ali. — Dulce apontou com a cabeça para um homem idoso e calvo. — Ele está ajudando um cliente a encontrar um livro. Vamos esperar que ele desocupe. Não quero inco­modar.


As duas esperaram, pacientes, por alguns minutos en­quanto o vendedor estava ocupado. De vez em quando ele olhava as duas com cenho carregado, o que deixou Dulce perplexa. Bem-vestidas, elas não deixavam dúvida de que poderiam comprar a maioria dos livros ali existentes. Fi­nalmente o livreiro terminou de atender o cliente e dirigiu-se a elas.


— Eu estava pensando, senhor... — Dulce começou.


— Esta é uma livraria para cavalheiros — anunciou o homem, hostil.


— Ah. — Ela recuou, desconcertada pela atitude.


Mas desejava desesperadamente o livro de Malory. Por isso engoliu o orgulho, sorriu com doçura e continuou: — Peço des­culpas, eu não sabia. Esperava que...


— Eu já disse que esta é uma livraria para cavalheiros! — Ele estreitou os olhos miúdos. — Tenham a bondade de retirar-se.


Dulce irritou-se com a insensibilidade do homenzinho.


— Vamos embora. — Anahí puxou-a pela manga. — Dulce não se mexeu.


— Eu queria comprar um livro.


— Não duvido — o sujeito declarou com voz desagradável.


— A livraria das damas fica a duas quadras daqui.


— Naquela loja não tem o que eu quero. O homem deu um sorriso pretensioso.


— Então posso afirmar que a senhorita não deveria ler o livro.


— Não creio que a sua função seja fazer tal julgamento — ela enfrentou-o com frieza.


— Dulce! — Anahí sussurrou, com olhos arregalados.


— Espere um pouco, Anahí — pediu sem desviar o olhar do sujeito repulsivo. — Eu lhe asseguro, senhor, que tenho dinheiro. Se o senhor me permitir examinar Le Morte d`Arthur, talvez eu possa comprá-lo.


O sujeito cruzou os braços.


— Não vendo livros para senhoras.


Mas que afronta!


— Como é que disse?


— Saiam ou mandarei tirá-las à força.


— Eu garanto que cometeria um grande erro, senhor — Dulce contestou com rudeza. — Por acaso sabe quem somos? — Ela não tinha por hábito exibir a posição social, exceto quando a ocasião exigia.


— Não me importo com isso. — Ele não pareceu impres­sionar-se.


— Dulce! — Anahí implorou, constrangida.


— Sou a Srta. Dulce Savinón, filha de Sr. Luiz Savinón, e ela — Fez um gesto floreado com a mão —, é lady Anahí Uckermann, filha do conde de Casillas. Por­tanto sugiro que reconsidere seus pontos de vista.


O livreiro enfrentou a pose altiva com outra em igual me­dida.


—Eu não me importaria nem que fosse a maldita princesa Elizabeth em pessoa. Agora saiam da minha loja.


Dulce estreitou os olhos antes de se mexer. Já fora péssimo ter sido insultada. Mas denegrir a memória da prin­cesa era insuportável.


— Ainda vai se arrepender disso!


— Fora!


Dulce segurou o braço de Anahí, puxando-a. Depois de saírem, bateu a porta com força.


— Pode acreditar numa coisa dessas? — falou, sem conter a raiva. — E espantoso! Isso é um crime. Isso é...


— Uma livraria para homens. — Anahí completou.


— E daí?


Anahí empertigou-se com o tom beligerante.


— Existem lojas para cavalheiros e outras para damas. É como são as coisas.


Dulce fechou as mãos.


— Pois eu lhe digo que isso é uma estupidez absurda!


— Não fale assim!


Dulce corou pelo linguajar de baixo nível que usara. —Ele me deixou realmente alterada. Já me viu usar essas palavras antes?


— Não, e também não quero saber quantas imprecações estão passando pela sua mente.


— É asinino! — Dulce não se conformava. — Um ab­surdo sem tamanho! Ele tem algo que eu desejo comprar e tenho o dinheiro. É tão simples.


— Por que não vamos até a livraria das damas? — Anahí sugeriu.


— Era o que eu faria em circunstâncias normais. Preferia não gastar nem um níquel na loja daquele homem horroroso. Mas duvido que eu possa encontrar outro exemplar do livro. Tenho certeza de que é único. — Ergueu a voz diante da injustiça. — O pior...


— O que é?


Dulce fitou a amiga com raiva, como se a outra tivesse culpa.


— Mesmo que houvesse duas cópias, embora eu tenha certeza de que uma segunda não existe, a livraria das se­nhoras provavelmente não teria, pois ninguém imaginaria que uma mulher quisesse ler tal livro!


— Acha que não?


— Sem dúvida. A livrara para mulheres deve estar cheia de livros de Byron e de romances da Sra. Radcliffe.


— Pois eu gosto dos dois autores. — Anahí pareceu ofen­dida.


— Eu também, mas nem por isso deixo de apreciar outro gênero de literatura. E eu não acho que aquele homem — ela apontou a vitrine da loja— tenha capacidade para decidir o que devo ou não ler.


Anahí fitou-a por alguns segundos.


— Terminou?


Dulce alisou as saias e suspirou.


— Terminei.


De costas para a livraria, Anahí segurou o braço da amiga e olhou por sobre o ombro.


— Pediremos a papai ou a Ucker para comprar o livro.


— O problema não é esse. Não posso acreditar que não esteja tão aborrecida como eu.


— Quando foi que se tornou uma paladina? Sempre me considerei a mais intransigente das duas.


O queixo de Dulce já estava dolorido de tanto apertá-lo.


— Nunca aconteceu algo que me deixasse tão alterada.


— Terei de me lembrar para não provocar você no futuro.


— Vou conseguir aquele livro.


— Ótimo, então vamos...


— E ele saberá que a obra está comigo. — Dulce olhou para trás com expressão combativa, seguindo para Casillas House.


 


 




Próximo poste a Dulce vai a comprar o livro com Ucker, mas acontecerá barraco. OMG!


Meninas COMENTEM, muito! Para que eu poste outro. (:


E obrigada pelo carinho,são tantos comentários, tantos lindos *-*


[suspiros]


AS AMO <3


 



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Autor(a): LorenaLemos

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Na Casillas House... — Não se preocupe, Dulce — Ucker disse com boa vontade. — Eu comprarei o livro para você.       Ele havia lido o jornal e pensava na vida como homem sem compromisso, quando Anahí irrompeu na sala e explicou que a amiga precisava desesperadamente de um favor.       ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 4110



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  • stellabarcelos Postado em 18/04/2016 - 02:24:20

    Apaixonada por essa história! Amor lindo e puro! Amei

  • alwaysvondy Postado em 15/07/2013 - 14:36:10

    omG q web perfeita...amei demais o final<3

  • anevondy Postado em 27/06/2012 - 00:13:27

    2ª vez que estou lendo essa web, ela é tão linda, tão encantadora.... que no final não sei se choro que emoção pela história ou por ela ter terminado. Ela é PERFEITA!!

  • anevondy Postado em 27/06/2012 - 00:13:27

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  • anevondy Postado em 27/06/2012 - 00:13:27

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  • anevondy Postado em 27/06/2012 - 00:13:27

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  • anevondy Postado em 27/06/2012 - 00:13:26

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  • anevondy Postado em 27/06/2012 - 00:13:26

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  • anevondy Postado em 27/06/2012 - 00:13:26

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