Fanfics Brasil - Capítulo IV História de um Grande Amor - adaptada. (vondy)

Fanfic: História de um Grande Amor - adaptada. (vondy) | Tema: Rebelde


Capítulo: Capítulo IV

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Capítulo IV


 


        Ucker encontrava-se no gabinete de seu pai, no escuro, depois de ter consumido uma vela e três cálices de conhaque. Olhava através da janela e escutava as folhas de uma árvore próxima farfalharem ao vento, batendo na vidraça.


     Aquela languidez era o que lhe convinha depois de um dia como aquele.


     Primeiro Anahí o acusara de estar com interesses escusos em sua amiga. Em seguida, fora o esbarrão com Dulce no corredor e...


Deus misericordioso, ele a desejara e...


     Sabia exatamente o momento em que o interesse havia brotado. Não fora quando da colisão, nem quando a segurara pelos braços para evitar que caísse. Abraçá-la fora praze­roso, mas também não havia sido, então que a verdade lhe ocorrera.


     O instante em que entendera estar em perigo sucedeu alguns segundos depois, quando ela erguera o rosto e o fitara.


     Aqueles olhos castanhos e brilhantes sempre o atraíram. E fora um idiota em não ter percebido antes.


     Naquele instante, os ponteiros do relógio pararam por um breve momento, que mais pareceu uma eternidade, e sentiu a mudança.   Um turbilhão atingiu-o e até o respirar exigia um grande esforço. De maneira inconsciente, tinha apertado com mais força aquele braço macio, assustando-a. Foi então que admitira que a desejava como jamais poderia ter ima­ginado, apesar de não ser correto nem respeitável. A partir de então, ansiava por tê-la nos braços. Nunca ficara tão desgostoso consigo mesmo. Aquele sentimento avassalador não podia ser amor.


      Não seria capaz de amar ninguém, depois da destruição que Alice operara em seu coração. Tratava-se então de um desejo puro e simples por uma mulher que, provavelmente, era uma das poucas puras e dignas da Inglaterra.


     Pensativo, serviu-se de mais um drinque. O que não ma­tava um homem na certa o fortalecia, era a melhor desculpa que encontrava para beber mais. Mas aquilo...


      Certamente acabaria por liquidá-lo.


      Enquanto estava ali sentado, sentindo-se o último dos ho­mens, ponderando sobre a própria fraqueza, ele a viu.


Não podia ser verdade, com certeza era uma visão. Al­guém pretendia testar seu brio de cavalheiro, e obviamente estava destinado a falhar.      Tentaria controlar-se com o maior empenho de que fosse capaz, mas no recôndito da alma, onde se recusava a examinar, havia uma certeza: seria impossível recuar.


      Dulce se movia como um anjo. A camisola branca de algodão e um pouco justa que mostrava algumas curvas de seu corpo ondulava com as passadas lentas, chegando a brilhar na escuridão, o que o deixou ainda mais desespe­rado, fazendo-o agarrar-se nos braços da cadeira como se daquilo dependesse sua vida.


     Dulce não havia encontrado o que procurava no salão rosa e dirigiu-se ao gabinete de lorde Casillas, onde entrou com grande apreensão. Lembrava-se de ter visto uma gar­rafa de cristal na prateleira ao lado da porta. Poderia pegar o que desejava e sair em segundos. A atitude não chegaria a ser considerada uma invasão de privacidade.


Onde estarão os cálices? murmurou, deixando a vela sobre a mesa. Ah, estão aqui. Abriu a garrafa de xerez e serviu-se de uma pequena dose.


Espero que não faça disso um hábito uma voz ar­rastada ecoou na sala.


     Assustada, deixou cair o cálice, que se espatifou no chão.


Ora, que desperdício.


Ela se virou e o viu sentado numa cadeira de balanço. Apesar da pouca luz, a expressão irônica era inconfundível.


Ucker?sussurrou o óbvio, como se pudesse ser outra pessoa.


O próprio.


Mas o que... Por que está aqui? Ela adiantou-se e, sem enxergar direito, acabou por pisar em um caco de vidro. Ai!


Mas que grande tolice andar por aí com os pés descalços.


Eu não estava planejando quebrar um cálice! Dulce abaixou-se e removeu a lasca afiada da sola do pé.


Isso não importa. Ainda vai apanhar uma gripe pelo hábito de andar pela casa sem agasalho e sem chinelos. Sem dizer mais nada, ergueu-a nos braços fortes e levou-a para longe dos estilhaços.


       Ela refletiu que nunca estivera tão perto do paraíso em seus poucos anos de vida. Podia sentir, através da camisola, o calor daquele corpo viril de encontro ao seu. Aquela proxi­midade fazia sua pele formigar, levantando-se em arrepios.


     Aquele perfume másculo era único: uma fragrância amadeirada e quente, mesclada ao cheiro do conhaque. Havia mais alguma coisa que a embriagava, que ainda não conse­guia identificar.


     Agarrada ao pescoço largo, abaixou a cabeça para inalar ainda mais daquele aroma característico.


     No momento em que se convenceu de que a vida não po­deria ser mais perfeita, Ucker largou-a, sem a menor ceri­mônia, no sofá.


O que pretendia fazer neste gabinete?


E você, o que estava fazendo aqui?


Perguntei primeiro retrucou, sentando-se numa mesinha baixa, em frente a ela.


Estamos parecendo duas crianças confrontou-o, sen­tando-se sobre as pernas, mas acho que devia se explicar. Eu não conseguia dormir e imaginei que um cálice de xerez resolveria o problema.


Ah, entendi. O pensamento lhe ocorreu por haver atin­gido a provecta idade dos vinte anos.


    Exatamente. Dulce não estava disposta a entrar em nenhum jogo de poder, limitando-se a inclinar a cabeça em concordância.


Então, pelo menos, permita que eu a ajude no empreen­dimento.   Ele riu e, levantando-se, foi até a cristaleira. Mas, por favor, se resolveu beber, faça-o de maneira adequa­da. O conhaque é mais apropriado nas atuais circunstâncias, ainda mais se for o contrabandeado da França.


      Tirando dois cálices de uma prateleira, ele serviu duas doses generosas.


Quando eu era menino, minha mãe costumava permi­tir, ocasionalmente, que eu bebesse um gole de conhaque. Por exemplo, para esquentar quando eu ficava encharcado de brincar na chuva.


Está com frio? perguntou com uma voz sensual, encarando-a com olhar intenso, perceptível até mesmo à pouca luminosidade.


Não, por quê?


Percebo que está tremendo.


     Dulce fitou as próprias mãos traiçoeiras. O tremor não era causado por conta da temperatura. Abraçou-se então, com intenção de disfarçar o embaraço.


     Ucker aproximou-se e, com a graça felina de um preda­dor, entregou-lhe o cálice e recebeu em resposta um olhar exasperado.


Por que está aqui? Ela não pretendia deixar o as­sunto esquecido.


Eu precisava discutir com meu pai alguns assuntos relativos às nossas propriedades rurais. Convidei-o para to­mar um drinque depois do jantar. Mais tarde, ele foi dormir e eu fiquei contou, voltando a se sentar na mesinha.


E permaneceu no escuro esse tempo todo?


Gosto de refletir em ambientes com pouca luminosi­dade.


Bobagem, ninguém gosta de escuro.


A risada de Ucker a fez sentir-se como uma criança ima­tura.


Ah, minha querida, obrigado por me alegrar.


Quanto foi que já bebeu? quis saber, estreitando os olhos.


Essa é uma pergunta impertinente.


Ah! Então passou da conta, não é?


Estou parecendo bêbado? ele inquiriu, inclinando-se para a frente.


       Dulce recuou, despreparada para a intensidade daque­le olhar.


Não. Mas a sua experiência é muito maior do que a minha e imagino que deva saber administrar os efeitos da bebida.     Provavelmente não mostrará os sintomas, mesmo se beber dez vezes mais que eu.


Essa é a mais pura verdade. Dessa vez o riso foi amargo. E se quer o meu conselho, minha querida, deveria aprender a ficar afastada de homens muito experientes.


       Com toda a calma, Dulce tomou mais um pequeno gole, embora sua vontade fosse beber tudo de uma só vez. Estava diante de um homem que se tinha comportado de maneira abominável durante toda a noite. Mordaz ou sarcástico quando estavam sozinhos, silencioso e sombrio na frente de todos. Amaldiçoou o próprio coração por amá-lo tanto. Seria muito mais fácil gostar de Javier, que tinha gênio fácil, um sorriso franco e luminoso e que a idolatrava.


      Mas não, só pensava em Ucker, que era dono de um tem­peramento instável. Em um momento ria e brincava, em outro a tratava como se não se conhecessem.


      O amor era para os tolos, e ela sentia-se como a rainha de todos.


No que está pensando? ele perguntou, trazendo-a de volta à realidade.


Em seu irmão. Era uma perversidade, mas verda­deira de certa forma.


Ah... Suspirou, servindo-se de mais conhaque. Javier é um bom rapaz.


Tem razão. Ela usou um tom de desafio velado.


Alegre.


Adorável.


Embora muito novo...


Eu também sou. Talvez por isso combinemos bem. A resposta foi acompanhada por um dar de ombros. Como não houve comentário algum em protesto, ela virou o resto da bebida e cutucou-o.


Não concorda comigo?


O silêncio ainda predominava.


Estamos falando sobre Javier ela provocou-o. — É seu irmão.    Imagino que queira vê-lo feliz, não? Acredita que eu não serei a noiva ideal e que não o farei feliz, não é verdade?








                        Querem mais?? *-* então COMENTEM!!!


 


 



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Autor(a): LorenaLemos

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— Por que a dúvida agora? Erguendo a mão, Dulce passou a ponta do indicador na beira do cálice, para depois lambê-lo sensualmente e er­guer os olhos provocantes. Ucker suando frio com a visão, serviu-a com mais conhaque e ela prosseguiu: — Eu precisava de uma opinião e não sabia a quem per­guntar. Anah&ia ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 4110



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  • stellabarcelos Postado em 18/04/2016 - 02:24:20

    Apaixonada por essa história! Amor lindo e puro! Amei

  • alwaysvondy Postado em 15/07/2013 - 14:36:10

    omG q web perfeita...amei demais o final<3

  • anevondy Postado em 27/06/2012 - 00:13:27

    2ª vez que estou lendo essa web, ela é tão linda, tão encantadora.... que no final não sei se choro que emoção pela história ou por ela ter terminado. Ela é PERFEITA!!

  • anevondy Postado em 27/06/2012 - 00:13:27

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  • anevondy Postado em 27/06/2012 - 00:13:27

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  • anevondy Postado em 27/06/2012 - 00:13:27

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  • anevondy Postado em 27/06/2012 - 00:13:26

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  • anevondy Postado em 27/06/2012 - 00:13:26

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  • anevondy Postado em 27/06/2012 - 00:13:26

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