Fanfics Brasil - Capítulo V (parte III). História de um Grande Amor - adaptada. (vondy)

Fanfic: História de um Grande Amor - adaptada. (vondy) | Tema: Rebelde


Capítulo: Capítulo V (parte III).

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      Tamborilou com o dedo enluvado no livro que fingia ler. Não lhe ocorreu nenhuma maneira de voltar atrás sem Ucker perceber. O que também não importava. De qualquer ma­neira, não conseguiria enxergar nenhuma palavra, enquanto ele continuasse a observá-la com os olhos semicerrados. Es­tremeceu, apesar do calor que a invadia.


Esse é um talento fora do comum.


O que foi agora? mordeu o lábio, encarando-o.


Ler sem movimentar os olhos.


Dulce contou até três antes de responder:


Muitas pessoas não têm de soletrar as palavras para ler.


Na mosca!. Eu sabia que ainda lhe restavam algumas se­tas para disparar.


Ela enterrou as unhas no assento estofado e recomeçou a contar. Se continuasse naquele ritmo teria de contar até cem para não explodir.


Ucker ficou curioso com o leve movimento ritmado com que Dulce mexia a cabeça.


O que está fazendo?


Dezoito, dezenove...


O quê?


O que está fazendo? repetiu.


Vinte.


O senhor está se tornando muito aborrecido.


Sou persistente. Ucker sorriu. Achei que gostas­se da brincadeira. Agora me diga por que está balançando a cabeça.


Se quer mesmo saber, estava contando para ver se con­sigo me acalmar.


Pois eu gostaria muito de saber o que teria dito se não tivesse começado a contar.


Estou perdendo a paciência.


Não acredito!


Dulce tornou a pegar o livro e procurou ignorar Ucker.


Pare de torturar o pobre livro. Nós dois sabemos que não o está lendo.


Deixe-me em paz! ela explodiu.


Em que número parou?


O quê?


Qual o número? Não estava contando para não precisar ofender a minha sensibilidade?


Não sei. Vinte, trinta. Nem sei. Parei de contar há quatro insultos.


E chegou até trinta? Está mentindo. Não creio que te­nha perdido a paciência comigo.


Pois pode ter certeza.


Não sei, não.


Ah! Ela atirou o livro, acertando-o na cabeça.


Ai!


Por favor, chega!


Está bem ele concordou com petulância, esfregando o lado atingido da cabeça. Mas eu não teria feito isso se não estivesse sendo solenemente ignorado.


Perdoe-me, mas pensei que estivesse satisfazendo a sua vontade.


De onde tirou essa idéia?


Ora, pois não tem feito outra coisa a não ser me evitar como se eu fosse uma praga, nesses últimos quinze dias! Nem mesmo tem se encontrado com sua mãe só para não me ver.


Isso não é verdade.


Diga isso à sua mãe.


Gostaria muito que voltássemos a ser amigos.


Não é possível retorquiu, meneando a cabeça nega­tivamente. Existiriam palavras mais cruéis do que aquelas?


Por que não?


As duas coisas são irreconciliáveis, Dulce congre­gou cada grama de sua energia para evitar que a voz soasse trêmula.Você não pode me beijar e pretender que sejamos amigos como se nada tivesse acontecido. Não pode me hu­milhar como fez em Padilhas e depois dizer que tem afei­ção por mim.


Precisamos esquecer o que aconteceu. Se não for pela nossa amizade, então pelo menos pela minha família.


Será que poderá esquecer? De verdade? Pois eu não tenho essa capacidade.


Mas é evidente que pode ele afirmou, casualmente demais.


Não tenho a sua sofisticação. Ou talvez me falte a sua superficialidade concluiu com amargura.


Eu não sou superficial, apenas sensato. Deus é teste­munha de que um de nós precisa ter juízo.


Ah, como gostaria de ter algo para dizer que o deixasse de joelhos, sem fala e tremendo como uma massa amorfa de matéria putrefeita, gelatinosa e patética!


Em vez disso, continuava parada, com lágrimas que lhe queimavam os olhos. Desviou o olhar, contando as residên­cias que passavam diante da janela.


Desejou estar em outro lugar e ser outra pessoa. E isso era o pior. Em toda sua vida, mesmo tendo como melhor amiga uma moça muito mais bonita, rica e bem-relacionada, Dulce nunca desejou ser diferente do que era.


Ucker havia feito coisas em sua vida das quais não se orgulhava. Bebera demais e vomitara num tapete antigo, que era uma relíquia. Apostara no jogo um dinheiro que não tinha. Uma vez cavalgara em velocidade excessiva e sem cuidado, deixando o cavalo extenuado por uma semana.


Mas nunca havia se sentido tão inferior como ao observar o perfil de Dulce, que não tirava os olhos da janela, de­terminada e distante.


Nada disse por um bom tempo. Saíram de Londres, pas­saram pelas cercanias da cidade, onde as construções rarea­vam cada vez mais, até chegar ao campo aberto.


Dulce não o olhou nem uma única vez, e ele chegara à conclusão de que não poderia tolerar mais uma hora daquele silêncio sem significado evidente.


Não pretendi insultá-la finalmente falou , mas tenho capacidade para admitir uma má idéia. Nada poderia ter sido pior do que me divertir à sua custa.


Por quê? ela perguntou sem se voltar.


Por acaso não se preocupa com a sua reputação? Ficará arruinada se alguém ficar sabendo do que houve entre nós.


Ou então teria de se casar comigo, milorde ela disse em tom baixo e zombeteiro.


O que não tenho a menor intenção de fazer, sabe muito bem disso. pensou numa imprecação. Não pretendo me casar com ninguém corrigiu-se , o que também não ignora.


O que eu sei... Dulce virou-se, furiosa. Mas, in­terrompeu-se e cruzou os braços.


O quê?


Você não entenderia, nem ao menos escutaria. E voltou-se de novo para a janela.


O tom desdenhoso o atingiu como uma ponta de lança afiada.


Por favor. Petulância não combina com o seu estilo.


E como eu deveria agir? Diga-me, o que deveria sentir? perguntou, arqueando uma das sobrancelhas.


Gratidão.


O quê?


Ucker recostou-se com fisionomia insolente.


Sabe muito bem que eu poderia tê-la seduzido facil­mente, mas não o fiz.


Dulce sentiu um nó na garganta e recuou. Quando con­seguiu falar, a voz baixa não poderia ser mais letal:


Você é um homem odioso, apesar de todos os seus títulos.


Estou apenas lhe dizendo a verdade. E sabe por que eu me contive? Por que não arranquei sua camisola e não a possuí ali mesmo, no sofá?


Ela arregalou os olhos e sua respiração tornou-se mais forte. Mas a grosseria não terminou ali. Ucker queria fazê-la entender quem ele era na realidade e do que era capaz ou não de fazer.


Era preciso deixar claro que ele até se prejudicara para não desonrá-la, e seu esforço nem ao menos fora reconhecido.


Eu lhe direi, Srta. Savinón. Eu me contive por respeito à senhorita. E tem mais uma coisa... Parou e praguejou.


Dulce fitou-o, desafiadora, como se insinuasse que ele nem ao menos tinha noção do que pretendia dizer.


O maior problema era que Ucker sabia exatamente o que teria de confessar. Quanto a desejara e que, se não estives­sem na casa de seus pais, certamente não teria parado.


No entanto, ela não precisava saber daquilo tudo, muito menos do poder que exercia sobre ele.


Pode acreditar murmurou mais para si mesmo do que para ela. Eu não quis arruinar o seu futuro.


Deixe o meu futuro aos meus cuidados Dulce falou com raiva. Sei muito bem o que estou fazendo.


Com vinte anos acha que sabe tudo. Eu também era assim nessa idade.


Ucker procurou ignorar o remorso que lhe remoía as entranhas. Se bem que, na verdade, nem deveria sentir-se cul­pado, pois não conspurcara a inocência de Dulce.


Algum dia ainda haverá de me agradecer por isso.


Você está parecendo lady Casillas.


E você está se tornando cada vez mais mal-humorada.


Pretende atribuir-me também esse adjetivo? Está me tratando como se eu fosse uma criança, quando sabe perfeitamente que sou uma mulher adulta. Pois tenha ciência do que sei tomar minhas decisões ela continuou a desafiá-lo.


De maneira nenhuma. Ucker inclinou-se para a frente com um brilho perigoso no olhar. Ou não teria permitido que eu abaixasse a sua camisola e beijasse seus seios...


Não tente dizer que o delito foi meu. Ela sentiu-se escarlate de tanta vergonha.


Ucker fechou os olhos e passou as mãos nos cabelos, con­victo de que acabara de dizer uma grande estupidez.


Claro que não foi. Por favor, esqueça o que eu disse.


Assim como sugeriu que eu esquecesse que me beijou?


Sim. Jamais a tinha visto com uma fisionomia tão in­diferente. Por Deus, não me olhe desse jeito.


Não faça isso, faça aquilo. Esqueça isso, não esqueça aquilo. Decida-se. Não sei o que pretende. E creio que essa dúvida também é sua, milorde.


Não fale assim comigo. Sou nove anos mais velho.


Depois de tão contida e amarga, Dulce de repente ex­plodiu em emoções.


Pare de me dizer o que devo fazer! Não lhe ocorreu que talvez eu queria que me beijasse? Ou que me desejasse? Sei muito bem que isso aconteceu. Não sou tão ingênua a ponto de convencer-me de que o orgulhoso lorde Ucker nada sentiu.


Você não sabe o que está dizendo.


Realmente não sei... Tenho certeza! Seus olhos chamejavam e fechou as mãos em punhos.


Ucker teve uma premonição de que tudo dependia da­quele momento e que, independentemente do que diriam, nada acabaria bem.


Sei exatamente o que digo. Eu te desejo.


Ucker sentiu o corpo enrijecer-se e o coração estourar no peito. Teria de impedir a continuação daquele trajeto perigoso.


É imaginação sua achar que me deseja. Por nunca ter beijado ninguém...


Não me trate com tamanha condescendência. Fitou-o com um olhar abrasador. Estou consciente do que eu quero e desejo.


A respiração de Ucker ficou ainda mais ofegante. Ele mereceria ser santificado pelo que pretendia dizer.






 


  Essa conversa está esquentando cada vez mais. O clima está realmente tenso.


Cadê meus leitores e leitoras ?? COMENTEM!  *-*



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Autor(a): LorenaLemos

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— Não é nada disso. Trata-se apenas de uma imprudência ou talvez presunção. — Droga! — Dulce gritou. — Será que é cego, surdo e mudo? Não se trata de nenhuma enfatuação, seu tolo! Eu te amo! — E abaixando um pouco o tom de voz continuou: — Eu sempre te amei! Desde que o ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 4110



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  • stellabarcelos Postado em 18/04/2016 - 02:24:20

    Apaixonada por essa história! Amor lindo e puro! Amei

  • alwaysvondy Postado em 15/07/2013 - 14:36:10

    omG q web perfeita...amei demais o final<3

  • anevondy Postado em 27/06/2012 - 00:13:27

    2ª vez que estou lendo essa web, ela é tão linda, tão encantadora.... que no final não sei se choro que emoção pela história ou por ela ter terminado. Ela é PERFEITA!!

  • anevondy Postado em 27/06/2012 - 00:13:27

    2ª vez que estou lendo essa web, ela é tão linda, tão encantadora.... que no final não sei se choro que emoção pela história ou por ela ter terminado. Ela é PERFEITA!!

  • anevondy Postado em 27/06/2012 - 00:13:27

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  • anevondy Postado em 27/06/2012 - 00:13:27

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  • anevondy Postado em 27/06/2012 - 00:13:27

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  • anevondy Postado em 27/06/2012 - 00:13:26

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  • anevondy Postado em 27/06/2012 - 00:13:26

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  • anevondy Postado em 27/06/2012 - 00:13:26

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