Fanfics Brasil - Capítulo VI (parte VIII). História de um Grande Amor - adaptada. (vondy)

Fanfic: História de um Grande Amor - adaptada. (vondy) | Tema: Rebelde


Capítulo: Capítulo VI (parte VIII).

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Uma semana mais tarde, Dulce estava convencida de que não poderia voltar para Londres. Jamais. Sua menstruação, sempre tão regular, ainda não se apresentara. Ha­via afastado a preocupação nos primeiros dias de atraso, culpando os transtornos emocionais. Com a animação pela chegada de Anahí, acabara esquecendo o assunto. Naquela altura, o atraso tinha suplantado a margem de erro e ela começara a vomitar pela manhã. Apesar da vida simples e resguardada, fora criada no campo e conhecia o significado do atraso menstrual.


O que restava a fazer, então? Sem dúvida, falar com Ucker. Por mais que não desejasse usar uma vida inocente para forçar um casamento fadado a não acontecer, como poderia negar o direito hereditário a seu filho? No entanto, a idéia de viajar para Londres só lhe causava agonia. Estava cansada de ir atrás de Ucker, de esperá-lo e de rezar para que ele chegasse a amá-la algum dia.


Por que ele não podia procurá-la pelo menos uma vez? Era um cavalheiro, que, apesar de não amá-la, certamente não se furtaria às suas obrigações.


Dulce deu um sorriso triste; acabara de perceber que se transformara num dever. Depois de sonhar durante tan­tos anos, finalmente se tornaria lady Uckermann, mas continua­ria sendo uma obrigação moral. Alisou o ventre, imaginando que aquele deveria ser um momento de alegria. Todavia, sua única vontade era chorar. Uma batida soou na porta, e as­sustada, não respondeu.


Dulce! Anahí chamou. Abra a porta! Sei que está chorando.


Dulce inspirou fundo, certa de que teria de manter o segredo. A amiga era muito leal e não trairia sua confiança, mas ainda assim, era irmã do causador de todo seu sofri­mento. Não imaginava qual seria a reação dela. Não duvi­dava que Anahí o faria voltar com uma pistola nas costas.


Olhou no espelho e enxugou as lágrimas. Culparia o sol de verão pelos olhos vermelhos. Respirou fundo, tentou man­ter no rosto seu sorriso mais radiante e abriu a porta.


Não enganou a amiga nem por um segundo.


Valha-me Deus! Anahí entrou e abraçou-a. O que está acontecendo?


Nada, por quê? Apenas os meus olhos, que sempre co­çam nesta época do ano.


Essa sua palidez não é normal. A amiga recuou e avaliou-a por alguns instantes.


Devo ter comido alguma coisa que não me fez bem... divagou, sentindo o estômago embrulhado, e agitou a mão no ar num gesto sugestivo. Preciso me sentar um pouco.


Não creio que possa ter sido o jantar. Anahí ajudou-a a ir para a cama. Não a vi tocar na refeição ontem. Além disso, eu comi muito mais e não estou indisposta.


Pode ser uma gripe concluiu. É melhor você voltar para Londres sem mim. Seria péssimo se eu a contaminasse.


Bobagem. Não a deixarei sozinha nesse estado.


Meu pai está aqui e ficará comigo.


Gosto muito de Sr. Luiz, mas não acredito que ele saiba cuidar de um doente. Na maior parte do tempo, nem se lembra que a filha está presente.


Dulce fechou os olhos e largou-se nos travesseiros. Anahí tinha razão. Ela adorava o pai, mas ele não tinha idéia de como interagir com outro ser humano, mesmo que fosse sua filha.


Anahí sentou-se na beira da cama e Anahí fingiu não saber que a amiga a encarava, aguardando.


Por favor, diga o que está errado pediu com ternura. Alguma coisa com seu pai?


Dulce sacudiu a cabeça e a amiga mudou de posição. O movimento do colchão lembrou o balançar de um barco e dessa vez, não foi possível controlar a ânsia. Pulou da cama, e alcançou o bacio no momento exato.


Misericórdia! Anahí afastou-se por respeito e ins­tinto de autocomise-ração. Há quanto tempo está assim?


Dulce não respondeu, mas o estômago pesou de novo.


Posso fazer alguma coisa?


Ela sacudiu a cabeça e agradeceu por estar com os cabelos presos. A amiga esperou mais alguns minutos antes de mo­lhar um pano na bacia.


Pegue...


Obrigada Dulce sussurrou e limpou o rosto.


Não creio que seja gripe. Tenho certeza de que o peixe de ontem à noite estava ótimo e não imagino o que...


Não foi preciso ver o rosto de Anahí para interpretar o grito sufocado. Estava evidente, talvez a amiga não acredi­tasse, mas desconfiava.


Será que isso não é...


Dulce anuiu com apenas um sinal de cabeça.


Oh, Deus! Anahí exclamou e ficou sem palavras pela primeira vez na vida. Dulce enxugou a boca e, com o estô­mago um pouco mais estável, afastou-se do recipiente sujo e sentou-se.


Como foi? Anahí a fitava como se estivesse diante de uma aparição.


Da maneira usual, ora..


Sinto muito, muito mesmo.


Eu não quis aborrecê-la. É que... pode imaginar, isso me pegou... de surpresa.


A mim também Dulce admitiu.


Mas não deveria, pois se... aquilo aconteceu... se... Ouvia continuava com dificuldade para se expressar.


Ainda assim, fiquei perplexa.


As duas permaneceram em silêncio por alguns minutos.


Eu preciso saber... tenho de perguntar...


Não o faça. Por favor, não me pergunte quem foi.


Por acaso foi Javier?


Não. Dulce foi forçada a negar e depois murmu­rou: Graças a Deus.


Então quem?


Não posso revelar nada. Trata-se de uma pessoa... to­talmente inadequada. Não sei o que houve comigo nem o que eu imaginava no momento. Por favor, não pergunte mais nada. Não quero mais falar sobre isso.


Está bem. Anahí compreendeu que seria uma insen­satez continuar a pressioná-la. Prometo que não farei mais indagações sobre a identidade da pessoa. Mas, e agora? O que nós vamos fazer?


Dulce sentiu-se melhor por ouvir aquela a frase com o pronome no plural.


Tem mesmo certeza de que está grávida? O olhar de Anahí brilhou, esperançoso. Talvez seja apenas uma demora. Na maioria dos meses, eu estou atrasada.


Sou extremamente regulada. Pareço... sempre parecia um relógio.


Terá de procurar um lugar para onde ir. Anahí aper­tou as mãos. O escândalo será enorme se...


Dulce anuiu. Planejara escrever para Ucker, mas não podia contar isso a ninguém.


A melhor decisão seria sair do país, talvez até ir para o continente. Como está o seu francês?


Melancólico.


Eu sei. Idiomas nunca foram o seu forte.


Nem o seu retrucou a outra sem demora.


Por que não vai para a Escócia?


Para a casa dos meus avós?


Sim. Não acredito que eles não a receberão só porque está... grávida. Sempre a ouvi dizer que são muito bondosos.


Escócia.


Aquela seria a solução perfeita. Poderia mandar uma car­ta para Ucker e ele a encontraria lá. Poderiam casar-se sem os proclamas e tudo se resolveria, embora não da maneira como gostaria.


Eu a acompanharei. Ficarei lá o quanto puder.


E o que dirá para lady Casillas?


Ah, inventarei que alguém ficou doente. Isso já deu certo antes, não foi? Ouvia ergueu as sobrancelhas e fitou a amiga com olhar cúmplice. Com certeza ela descobrira a farsa a respeito da doença de Sr. Luiz. Mas o que dirá para seu pai?


Oh, nada. Ele não presta muita atenção ao que eu faço.


Bem, às vezes isso é vantajoso. Bem, partiremos hoje mesmo.


Por que tão depressa?


De qualquer forma, tudo está empacotado e não vejo motivos para perdermos tempo.


Dulce passou a mão no ventre ainda plano.


Tem razão. Não podemos esperar muito.


 


13 de agosto de 1819,


Any e eu chegamos hoje a Edimhurgo. Vovó e vovô ficaram surpresos com a visita inesperada; e mais ainda depois de eu ter-lhes contado o verdadeiro motivo da minha saída de casa. Permaneceram muito sérios e em silêncio durante algum tempo, mas nem por um instan­te fizeram-me pensar que estivessem desapontados ou envergonhados comigo. Eu sempre os amarei por isso.


Any mandou uma carta aos pais dizendo que iria comigo para a Escócia. Todas as manhãs ela me per­gunta se a menstruação apareceu. Como eu previa, na­da aconteceu que pudesse mudar a situação. Não paro de examinar meu corpo e o abdômen. Nem mesmo sei o que espero encontrar de diferente. Certamente o ventre não aumenta da noite para o dia, muito menos tão no início.


Preciso contar a Ucker. É imprescindível que eu o faça, mas não consigo esquivar-me da presença de Olivia e não posso escrever na frente dela. Por mais que eu goste de Anahí, terei de mandá-la embora. Certamente ela não poderá estar aqui quando Ucker chegar. E ele virá a Edimburgo assim que receber a carta. Presumindo-se, é claro, que poderei enviá-la.


Oh, céus, aí vem ela de novo.


 






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Autor(a): LorenaLemos

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 4110



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  • stellabarcelos Postado em 18/04/2016 - 02:24:20

    Apaixonada por essa história! Amor lindo e puro! Amei

  • alwaysvondy Postado em 15/07/2013 - 14:36:10

    omG q web perfeita...amei demais o final<3

  • anevondy Postado em 27/06/2012 - 00:13:27

    2ª vez que estou lendo essa web, ela é tão linda, tão encantadora.... que no final não sei se choro que emoção pela história ou por ela ter terminado. Ela é PERFEITA!!

  • anevondy Postado em 27/06/2012 - 00:13:27

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  • anevondy Postado em 27/06/2012 - 00:13:27

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  • anevondy Postado em 27/06/2012 - 00:13:27

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  • anevondy Postado em 27/06/2012 - 00:13:27

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  • anevondy Postado em 27/06/2012 - 00:13:26

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  • anevondy Postado em 27/06/2012 - 00:13:26

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  • anevondy Postado em 27/06/2012 - 00:13:26

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