Fanfic: História de um Grande Amor - adaptada. (vondy) | Tema: Rebelde
Uma semana mais tarde, Dulce estava convencida de que não poderia voltar para Londres. Jamais. Sua menstruação, sempre tão regular, ainda não se apresentara. Havia afastado a preocupação nos primeiros dias de atraso, culpando os transtornos emocionais. Com a animação pela chegada de Anahí, acabara esquecendo o assunto. Naquela altura, o atraso tinha suplantado a margem de erro e ela começara a vomitar pela manhã. Apesar da vida simples e resguardada, fora criada no campo e conhecia o significado do atraso menstrual.
O que restava a fazer, então? Sem dúvida, falar com Ucker. Por mais que não desejasse usar uma vida inocente para forçar um casamento fadado a não acontecer, como poderia negar o direito hereditário a seu filho? No entanto, a idéia de viajar para Londres só lhe causava agonia. Estava cansada de ir atrás de Ucker, de esperá-lo e de rezar para que ele chegasse a amá-la algum dia.
Por que ele não podia procurá-la pelo menos uma vez? Era um cavalheiro, que, apesar de não amá-la, certamente não se furtaria às suas obrigações.
Dulce deu um sorriso triste; acabara de perceber que se transformara num dever. Depois de sonhar durante tantos anos, finalmente se tornaria lady Uckermann, mas continuaria sendo uma obrigação moral. Alisou o ventre, imaginando que aquele deveria ser um momento de alegria. Todavia, sua única vontade era chorar. Uma batida soou na porta, e assustada, não respondeu.
— Dulce! — Anahí chamou. — Abra a porta! Sei que está chorando.
Dulce inspirou fundo, certa de que teria de manter o segredo. A amiga era muito leal e não trairia sua confiança, mas ainda assim, era irmã do causador de todo seu sofrimento. Não imaginava qual seria a reação dela. Não duvidava que Anahí o faria voltar com uma pistola nas costas.
Olhou no espelho e enxugou as lágrimas. Culparia o sol de verão pelos olhos vermelhos. Respirou fundo, tentou manter no rosto seu sorriso mais radiante e abriu a porta.
Não enganou a amiga nem por um segundo.
— Valha-me Deus! — Anahí entrou e abraçou-a. — O que está acontecendo?
— Nada, por quê? Apenas os meus olhos, que sempre coçam nesta época do ano.
— Essa sua palidez não é normal. — A amiga recuou e avaliou-a por alguns instantes.
— Devo ter comido alguma coisa que não me fez bem... — divagou, sentindo o estômago embrulhado, e agitou a mão no ar num gesto sugestivo. — Preciso me sentar um pouco.
— Não creio que possa ter sido o jantar. — Anahí ajudou-a a ir para a cama. — Não a vi tocar na refeição ontem. Além disso, eu comi muito mais e não estou indisposta.
— Pode ser uma gripe — concluiu. — É melhor você voltar para Londres sem mim. Seria péssimo se eu a contaminasse.
— Bobagem. Não a deixarei sozinha nesse estado.
— Meu pai está aqui e ficará comigo.
— Gosto muito de Sr. Luiz, mas não acredito que ele saiba cuidar de um doente. Na maior parte do tempo, nem se lembra que a filha está presente.
Dulce fechou os olhos e largou-se nos travesseiros. Anahí tinha razão. Ela adorava o pai, mas ele não tinha idéia de como interagir com outro ser humano, mesmo que fosse sua filha.
Anahí sentou-se na beira da cama e Anahí fingiu não saber que a amiga a encarava, aguardando.
— Por favor, diga o que está errado — pediu com ternura. — Alguma coisa com seu pai?
Dulce sacudiu a cabeça e a amiga mudou de posição. O movimento do colchão lembrou o balançar de um barco e dessa vez, não foi possível controlar a ânsia. Pulou da cama, e alcançou o bacio no momento exato.
—Misericórdia! — Anahí afastou-se por respeito e instinto de autocomise-ração. — Há quanto tempo está assim?
Dulce não respondeu, mas o estômago pesou de novo.
— Posso fazer alguma coisa?
Ela sacudiu a cabeça e agradeceu por estar com os cabelos presos. A amiga esperou mais alguns minutos antes de molhar um pano na bacia.
— Pegue...
— Obrigada — Dulce sussurrou e limpou o rosto.
— Não creio que seja gripe. Tenho certeza de que o peixe de ontem à noite estava ótimo e não imagino o que...
Não foi preciso ver o rosto de Anahí para interpretar o grito sufocado. Estava evidente, talvez a amiga não acreditasse, mas desconfiava.
— Será que isso não é...
Dulce anuiu com apenas um sinal de cabeça.
— Oh, Deus! — Anahí exclamou e ficou sem palavras pela primeira vez na vida. Dulce enxugou a boca e, com o estômago um pouco mais estável, afastou-se do recipiente sujo e sentou-se.
— Como foi? — Anahí a fitava como se estivesse diante de uma aparição.
— Da maneira usual, ora..
— Sinto muito, muito mesmo.
— Eu não quis aborrecê-la. É que... pode imaginar, isso me pegou... de surpresa.
— A mim também — Dulce admitiu.
— Mas não deveria, pois se... aquilo aconteceu... se... — Ouvia continuava com dificuldade para se expressar.
— Ainda assim, fiquei perplexa.
As duas permaneceram em silêncio por alguns minutos.
— Eu preciso saber... tenho de perguntar...
— Não o faça. Por favor, não me pergunte quem foi.
— Por acaso foi Javier?
— Não. — Dulce foi forçada a negar e depois murmurou: — Graças a Deus.
— Então quem?
— Não posso revelar nada. Trata-se de uma pessoa... totalmente inadequada. Não sei o que houve comigo nem o que eu imaginava no momento. Por favor, não pergunte mais nada. Não quero mais falar sobre isso.
— Está bem. — Anahí compreendeu que seria uma insensatez continuar a pressioná-la. — Prometo que não farei mais indagações sobre a identidade da pessoa. Mas, e agora? O que nós vamos fazer?
Dulce sentiu-se melhor por ouvir aquela a frase com o pronome no plural.
— Tem mesmo certeza de que está grávida? — O olhar de Anahí brilhou, esperançoso. — Talvez seja apenas uma demora. Na maioria dos meses, eu estou atrasada.
— Sou extremamente regulada. Pareço... sempre parecia um relógio.
— Terá de procurar um lugar para onde ir. — Anahí apertou as mãos. — O escândalo será enorme se...
Dulce anuiu. Planejara escrever para Ucker, mas não podia contar isso a ninguém.
— A melhor decisão seria sair do país, talvez até ir para o continente. Como está o seu francês?
— Melancólico.
— Eu sei. Idiomas nunca foram o seu forte.
— Nem o seu — retrucou a outra sem demora.
— Por que não vai para a Escócia?
— Para a casa dos meus avós?
— Sim. Não acredito que eles não a receberão só porque está... grávida. Sempre a ouvi dizer que são muito bondosos.
Escócia.
Aquela seria a solução perfeita. Poderia mandar uma carta para Ucker e ele a encontraria lá. Poderiam casar-se sem os proclamas e tudo se resolveria, embora não da maneira como gostaria.
— Eu a acompanharei. Ficarei lá o quanto puder.
— E o que dirá para lady Casillas?
— Ah, inventarei que alguém ficou doente. Isso já deu certo antes, não foi? — Ouvia ergueu as sobrancelhas e fitou a amiga com olhar cúmplice. Com certeza ela descobrira a farsa a respeito da doença de Sr. Luiz. — Mas o que dirá para seu pai?
— Oh, nada. Ele não presta muita atenção ao que eu faço.
— Bem, às vezes isso é vantajoso. Bem, partiremos hoje mesmo.
— Por que tão depressa?
— De qualquer forma, tudo está empacotado e não vejo motivos para perdermos tempo.
Dulce passou a mão no ventre ainda plano.
— Tem razão. Não podemos esperar muito.
13 de agosto de 1819,
Any e eu chegamos hoje a Edimhurgo. Vovó e vovô ficaram surpresos com a visita inesperada; e mais ainda depois de eu ter-lhes contado o verdadeiro motivo da minha saída de casa. Permaneceram muito sérios e em silêncio durante algum tempo, mas nem por um instante fizeram-me pensar que estivessem desapontados ou envergonhados comigo. Eu sempre os amarei por isso.
Any mandou uma carta aos pais dizendo que iria comigo para a Escócia. Todas as manhãs ela me pergunta se a menstruação apareceu. Como eu previa, nada aconteceu que pudesse mudar a situação. Não paro de examinar meu corpo e o abdômen. Nem mesmo sei o que espero encontrar de diferente. Certamente o ventre não aumenta da noite para o dia, muito menos tão no início.
Preciso contar a Ucker. É imprescindível que eu o faça, mas não consigo esquivar-me da presença de Olivia e não posso escrever na frente dela. Por mais que eu goste de Anahí, terei de mandá-la embora. Certamente ela não poderá estar aqui quando Ucker chegar. E ele virá a Edimburgo assim que receber a carta. Presumindo-se, é claro, que poderei enviá-la.
Oh, céus, aí vem ela de novo.
Comentem bastante!
Autor(a): LorenaLemos
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 4110
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stellabarcelos Postado em 18/04/2016 - 02:24:20
Apaixonada por essa história! Amor lindo e puro! Amei
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alwaysvondy Postado em 15/07/2013 - 14:36:10
omG q web perfeita...amei demais o final<3
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anevondy Postado em 27/06/2012 - 00:13:27
2ª vez que estou lendo essa web, ela é tão linda, tão encantadora.... que no final não sei se choro que emoção pela história ou por ela ter terminado. Ela é PERFEITA!!
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anevondy Postado em 27/06/2012 - 00:13:27
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anevondy Postado em 27/06/2012 - 00:13:27
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anevondy Postado em 27/06/2012 - 00:13:27
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anevondy Postado em 27/06/2012 - 00:13:27
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anevondy Postado em 27/06/2012 - 00:13:26
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anevondy Postado em 27/06/2012 - 00:13:26
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anevondy Postado em 27/06/2012 - 00:13:26
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