Fanfic: História de um Grande Amor - adaptada. (vondy) | Tema: Rebelde

A primeira contração sobreveio bem antes de Dulce descer para jantar. Espantada, segurou o ventre. O mé­dico dissera que o parto se daria provavelmente em duas semanas.

— Pelo jeito, você está impaciente, meu pequeno — falou com ternura. — Não poderia esperar até o final do jantar? Estou com fome, pois há semanas não como direito.

O bebê deu um pontapé como resposta.

— Ah, então é assim? — sorriu como não fazia havia tem­pos. — Faremos uma barganha. Se me deixar jantar em paz, prometo não chamá-la de Josefa.

Ela sentiu outro pontapé.

— Se for menina, é claro. Se for menino, prometo não lhe dar o nome de... Christopher!

O bebê não se mexeu.

— Muito bem. Agora vamos nos vestir, certo?

Chamou a criada e, uma hora depois, desceu a escada até a sala de jantar, segurando-se no corrimão com firmeza. Não sabia por que não desejava contar a ninguém que seu filho estava a caminho. Talvez fosse a aversão natural por estar­dalhaços. Além do mais, exceto pelas dores que a incomoda­vam a cada dez minutos, estava ótima. Não tinha vontade de ver-se confinada na cama antes da hora. Esperava que seu filho cumprisse o combinado. O parto lhe soava como algo embaraçoso, que não deveria ser enfrentado à mesa do jantar.

— Olá, Dulce — Anahí chamou-a. — Vamos tomar um drinque no salão rosa?

Ela anuiu e seguiu a amiga.

— Está com aspecto estranho — a amiga continuou. — Sente-se bem?

— Bem, dentro das minhas dimensões descomunais.

— Logo voltará à antiga forma.

Muito antes do que todos pensam, refletiu e aceitou um copo de limonada oferecido por lady Casillas.

— Obrigada, eu estava mesmo com sede, — Sem se preocupar com etiqueta, tomou tudo de uma só vez ,— O jantar está pronto? Estou com muita fome. — Essa era apenas uma parte da história. Se demorasse muito, o bebê nasceria na hora do jantar.

— Claro. — Lady Casillas admirou a ansiedade da nora. — Então vamos. Afinal, a casa é sua, Dulce.

— Ótimo. — Dulce fez um trejeito com a cabeça, segu­rou o ventre e foi para o hall.

E tropeçou em Ucker.

— Boa noite, querida — cumprimentou-a com voz quente e grave. — Está tudo bem?

Ela anuiu, desviou o olhar e sentiu o coração disparando em descompasso. Passara o último mês treinando para não ser invadida pelo desejo toda vez em que o visse. Nessas ocasiões aprendera a disciplinar as feições numa máscara de impassividade. Todos sabiam que ele a fizera sofrer. Não seria necessário testemunharem isso sempre que o encon­trasse.

— Desculpe-me — murmurou e afastou-se para o lado, rumo à sala de jantar, mas ele a tomou pelo braço.

— Permita-me acompanhá-la, meu anjo.

O lábio inferior de Dulce começou a tremer. O que ele tentava fazer? Se ela estivesse menos confusa ou menos grá­vida, teria feito uma tentativa para desvencilhar-se. Por isso deixou-se levar até a sala de refeições.

Ucker nada disse durante algum tempo, o que a favore­ceu, pois estava disposta a comer. Lady Casillas e Anahí tentaram fazê-la conversar, mas ela sempre dava um jeito de se encontrar com a boca cheia. Mastigando, engolindo e murmurando estar com fome, esquivou-se de falar.

Depois de algum tempo, o bebê resolveu não cooperar mais. Dulce calculou que disfarçava a contento as contrações até estremecer involuntariamente.

— O que houve, querida? — Ucker virou-se para ela, preocupado.

Ela deu um leve sorriso, mastigou e engoliu.

— Nada, mas estou realmente com fome.

— Nem precisava dizer. — Anahí fez uma careta e recebeu um olhar de reprovação de lady Casillas.

Dulce deu mais uma mordida na almôndega de frango e estremeceu de novo. Atento, Ucker teve certeza de que não se enganara.

— Eu ouvi um gemido. O que houve?

— Nada. — Ela engasgou e tossiu. — Exceto a fome.

— Pode ser que esteja comendo muito depressa — Anahí sugeriu.

— Ah, sim, deve ser por isso — concordou, agarrando-se à desculpa. — Comerei mais devagar.

Felizmente a conversa mudou de rumo quando lady Casillas atraiu Ucker para uma discussão sobre o apoio dele a um projeto de lei, que estivera em pauta no Parlamento havia pouco tempo.

Dulce ficou satisfeita de comprovar a atenção do ma­rido voltada para outro assunto. Ele a fitava continua­mente, e ficava difícil manter a serenidade quando ela sentia as contrações. A uma mais forte, Dulce perdeu a paciência,

— Pode ter certeza que se chamará Josefa! — ela sus­surrou, olhando o próprio ventre.

— Disse alguma coisa? — Anahí quis saber.

— Oh, não.

Alguns minutos se passaram e outra contração se sucedeu.

— Pare com isso, Christopher — ela murmurou. — Fizemos um acordo.

— Tenho certeza de que a ouvi falar — Anahí impa­cientou-se.

— Por acaso me chamou de Christopher? — Ucker indagou, irritado.

Dulce achou curioso. Chamá-lo de Christopher o deixava mais aborrecido do que ela ter abandonado o leito conjugal.

— É evidente que não. Pare de imaginar coisas. Ah, creio que estou cansada. Se não se importam, prefiro me retirar. — Dulce tentou ficar em pé e sentiu um jato descendo entre as pernas. Sentou-se. — Acho que vou esperar a so­bremesa.

Lady Casillas desculpou-se, alegando estar de regime e ser incapaz de suportar a visão de um pudim sem poder comer um pedaço.

A ausência de lady Casillas complicou a situação para Dulce, que teria de participar mais das conversas. Voltou novamente o olhar para a refeição e esperou que ninguém lhe fizesse perguntas. Pouco depois, o jantar chegou ao fim. Ucker levantou-se, chegou perto de Dulce e ofereceu-lhe o braço.

— Não, obrigada. Prefiro ficar sentada mais um pouco. Estou cansada, já disse. — Dulce sentiu-se corar até a raiz dos cabelos.

Ela imaginou por que ninguém escrevera um livro de eti­queta sobre as atitudes cabíveis, no caso de um bebê decidir nascer dentro da formalidade de uma sala de jantar. Sen­tia-se mortificada e com muito medo. Seria incapaz de se levantar sozinha da cadeira.

— Quer repetir a sobremesa? — Ucker perguntou com secura.

— Sim, por favor — Dulce respondeu com falhas na voz.

— Dulce, tem certeza de que não há nada de errado? — Anahí perguntou enquanto Ucker chamava um criado.

— Parece tão estranha...

— Chame sua mãe — Dulce gemeu. — Agora.

— Será que...

Dulce anuiu.

— Oh, Deus! — Anahí engoliu em seco. — Está na hora!

O bebê vai nascer e você viu que o bebê não hesitou na hora de se chamar de Christopher, imagina Christopher jr. Mas bem, será mesmo que vai ser um menino? Ou uma menina dêem seus palpites, lembrando de que Christopher quer uma menina. *-* fofo ne?!

Bye e até a próxima ;*                COMENTEM!!