Fanfic: História de um Grande Amor - adaptada. (vondy) | Tema: Rebelde

— Dulce? — Lady Casillas a olhou com preocupação. — Minha filha, o dr. Winters disse que você tem de empurrar com mais força. O bebê precisa de um pouco de ajuda para sair.

— Estou muito cansada — Dulce falou em tom de la­múria. — Não posso fazer mais nada. — E como dizer que precisava de Ucker?

— Pode, sim, minha filha. Se empurrar com mais empe­nho, tudo terminará mais depressa.

— Não posso... Não posso... — Mais um grito selvagem sobreveio.

— Isso mesmo, lady Uckermann! — o dr. Winters vibrou com vivacidade. — Faça força!

— Está doendo muito.

— Empurre. Estou vendo a cabeça.

— Verdade? — Dulce procurou erguer as costas.

— Não estique o pescoço — lady Casillas advertiu-a. — De qualquer forma, não conseguirá ver nada. Confie em mim.

— Continue fazendo força — o médico comandou.

— Estou tentando... tentando. — Ela contraiu a muscu­latura do rosto com força. — E um... O senhor pode... — Inspirou fundo. — O que é?

— Ainda não sei — o dr. Winters respondeu. — Força... espere um minuto... Ora, eis aqui a criaturinha. — A cabeça saiu e o corpo pequenino deslizou para fora com facilidade. — É uma menina.

— É mesmo? — Dulce suspirou, exausta. — Tinha de ser. Ucker sempre consegue o que deseja.

Lady Casillas abriu a porta e pôs a cabeça para fora en­quanto o dr. Winters examinava o bebê.

— Ucker?

Ele deixou o hall às pressas, transfigurado.

— Tivemos um final feliz, meu filho. Acaba de nascer sua filha.

— Uma menina?

A longa espera no saguão o deixara esgotado. Depois do passar o dia todo escutando Dulce gritar de dor, parecia inacreditável que o parto houvesse terminado e que ele fosse pai.

— É uma criança linda e perfeita.

— Uma menina — Ucker repetiu, sacudindo a cabeça, maravilhado. — Tenho uma filha, Anahí! — ele falou para a irmã, que havia permanecido a noite toda a seu lado. E para surpresa de ambos, abraçou-a.

— Eu sei, Ucker, eu sei. — Anahí esforçava-se para con­ter as lágrimas.

Ele deu mais um abraço em Anahí e voltou-se para lady Casillas.

— Ela tem olhos castanhos? Digo, iguais aos de Dulce?

Um sorriso iluminou o rosto de sua mãe.

— Não sei, querido. Eu nem mesmo olhei. Os olhos dos recém-nascidos mudam muito de cor. Durante algum tempo não saberemos ao certo.

— Terão de ser castanhos — Ucker afirmou.

— Ucker, você ama Dulce! — Anahí franziu o cenho.

— O que foi que disse?

— Que você ama Dulce — a irmã repetiu pausada-mente.

O mais engraçado foi ele não sentir um aperto na garganta pela declaração. Abriu a boca, abismado, sem conseguir falar durante alguns minutos.

— Creio que você tem razão, Anahí. Eu... amo minha esposa.

— Já não era sem tempo de entender isso — lady Casillas declarou, petulante.

Ucker sentou-se, boquiaberto, espantado com a naturalidade das emoções. Por que levara tanto tempo para enten­der isso? Nada mais evidente. Amava Dulce e tudo o que dizia respeito a ela. Desde as sobrancelhas ligeiramente arqueadas até as palavras envoltas em sarcasmo quando se tornavam necessárias, passando pela maneira como ela vi­rava a cabeça de lado quando estava curiosa. Amava sua inteligência, lealdade e simpatia. Até mesmo os olhos ligei­ramente estrábicos. Ficara deitada numa cama um dia in­teiro em trabalho de parto, sofrendo dores terríveis. E tudo isso para dar uma filha a ele. Lágrimas vieram-lhe aos olhos.

— Quero vê-la. — Ucker engasgou de emoção.

— O dr. Winters aprontará o bebê em alguns minutos.

— Quero ver Dulce.

— Bem, creio que não haverá problema. Espere um pouco. Dr. Winters?