Fanfic: Brincando Com Fogo AyA (Finalizada) - Adaptação de Karen Kelley | Tema: Rebelde

— Você não tem algum lugar para ir? Uma das convenções ou algo assim?

— Não. Estarei aqui todos os dias. — Alfonso gesticulou com a cabeça em direção ao computador. — Trabalhando. Por quê, algum problema?

— Não, nenhum. — Mas acrescentou: — Trabalhando aqui? O dia inteiro... todos os dias?

Anahí meneou a cabeça. Não, aquilo seria pior do que supusera. Como seria capaz de decorar o apartamento? Sem dúvida o veria nas paredes pintadas com cores vivas, nas janelas transparentes. Havia muita coisa para criar e muito o que comprar. Um serviço que requeria concentração, foco.

Apesar de ter fornecedores bons que a atendiam ao simples toque de um telefonema, Anahí era uma decoradora que primava pela perfeição, portanto ela mesma gostava de escolher toda a matéria-prima e todos os objetos para embelezar um ambiente. Ainda mais que o referido ambiente era o lar de seu melhor amigo.

Mas aquele homem diante dela a colocou fora de esquadro, em total desequilíbrio. Resoluta, virou-se em direção à porta.

— Espero que não esteja saindo por minha causa.

— Nada disso, Poncho. Tenho de ir buscar mais caixas no carro. Aliás, sabia que você é um tanto presunçoso? — Anahí não pôde resistir o comentário.

— Mais caixas?

Ela parou com a mão na maçaneta.

— Sim, mais. Há cerca de mais seis caixas. Além das tintas, apetrechos para pintura, como pincéis e brochas, tecidos para cortinas...

Anahí ainda murmurava a lista quando atravessou a soleira e foi até o automóvel na garagem.

Talvez devesse pintar os cabelos de vermelho, pensou, irritada. Então ele iria querer fazer amor louco e apaixonado com ela, tudo terminaria e poderia então cuidar do apartamento com tranquilidade. Contudo, aquilo não mudaria o fato de Alfonso achar que era magrinha demais e também muito alta. E se mantivesse uma postura de andar com os ombros arqueados? Aumentasse as maçãs do rosto com uma plástica? Oh, Senhor, o que era aquilo?! O que estava acontecendo com ela?

Anahí visualizava suas ideias quando o elevador chegou ao subsolo. Andou em volta do carro de Dulce, acionando o botão que abria o porta-malas. Enfiou a cabeça dentro, e segurou uma caixa de papelão.

Como decorar o apartamento com Alfonso lá dentro? Ignorá-lo não era uma possibilidade.

Fechando os olhos por um momento, deixou todas as suas fantasias aflorarem.

Fantasiou Alfonso decidindo que não poderia viver outro dia, outro minuto, sem fazer amor com ela. Com braços fortes, ele a ergueria e conduzira para a cama. Bem devagar, a despiria... desabotoando os botões de sua blusa até que a arrancasse por cima dos ombros. Com um som de fina seda, o tecido flutuaria até o solo, aterrissando aos pés dela.

Depois, Alfonso desabotoaria seu sutiã, livrando os seios de tal modo que poderia tomá-los nas mãos e massagear os mamilos sensíveis com a ponta dos polegares.

A língua quente percorreria seu corpo todo, começando na ponta do nariz, descendo para os lábios e explodindo num beijo tórrido. E seguindo pela curva dos seios, fixando-se por algum tempo sobre os mamilos, deixando-a excitadíssima. Aí, vendo-a contorcer-se sob a úmida língua, Alfonso brincaria com seu abdome até atingir o âmago de seu ser, que, àquela altura, ansiaria por ele.

Anahí ainda se encontrava nesse devaneio sensual quando ouviu uma mãe gritar para o filho:

— Randy, volte aqui! Juro que, se não parar agora mesmo, contarei para seu pai e você não assistirá à televisão por uma semana!

Assustada, Anahí encolheu-se e olhou por cima do porta-malas. O sonho erótico evaporou-se. A mulher deteve seu filho levado.

Anahí decidiu que detestava aquela estranha e seu menino desobediente. Era demais. As coisas não estavam nada boas para seu lado. Não podia sequer ter mais um devaneio decente.

Apanhando as caixas, endireitou a coluna e virou-se, batendo no peito de Alfonso, que acabara de chegar e se postara a seu lado. Ela gritou de susto e quase derrubou uma caixa.

Mãos quentes e fortes cobriram as suas, para ajudá-la. "Deus meu! Como as mãos dele são fortes e bem-feitas!" Mãos de um homem que sabia amparar uma mulher no momento certo. Mãos de homem que...

— Cuidado, Anahí! — murmurou ele, com suavidade. — Ou acabará quebrando alguma coisa.

Os olhos verdes e profundos dele fixaram-se nos dela. Anahí começou a tremer. Apesar de sua aparência mostrar estupefação pela presença inesperada dele ali a seu lado na garagem, no íntimo vibrava com sensações prazerosas.

— Você está bem? — Alfonso se mostrava preocupado.

"Não, preciso de sexo", ela quase falou, mas sabia que não teria coragem para tanto. Era ousada, sim, mas quem gostava de ser rejeitada, afinal?