Fanfic: Brincando Com Fogo AyA (Finalizada) - Adaptação de Karen Kelley | Tema: Rebelde

— Daqui a pouco eu lhe respondo, Poncho, mas agora acho que está faltando algo para deixar o ambiente aqui mais agradável. Música de fundo. Qual sua preferência? Popular ou clássica?

Espantado, Alfonso afirmou:

— Clássica.

— Ótimo. Tenho CDs de Beethoven e Mozart em meu quarto. Meus prediletos.

Anahí desvencilhou-se dos braços dele e saiu da banheira. Mesmo pingando água por todo o percurso, foi até o dormitório e pegou um toca-CD portátil, levando-o para o banheiro e inserindo um CD. Ligou-o na tomada e voltou para a água.

— Pronto. Agora conversaremos ao som de Beethoven. Voltando a sua questão, Christopher e eu fomos vizinhos durante todo o ensino fundamental e o colégio.

— Deve ter sido uma grande amizade que os fez permanecer em contato durante esses anos todos. Dura até hoje, não é isso?

Anahí sorriu.

— Sim, nos mantemos sempre em contato, mas houve um afastamento quando minha mãe casou-se outra vez e nós nos mudamos.

— Aposto que foi duro perder seu melhor amigo e ganhar um padrasto, tudo ao mesmo tempo.

— Tony, meu padrasto, é um bom sujeito, de forma que não pude me ressentir da entrada dele em minha vida por muito tempo.

Ele comprou computadores para mim e para Christopher, assim pudemos trocar e-mails todos os dias.

— Foi muita generosidade da parte dele!

— Sem dúvida. Mas Tony é mais do que isso. Ele ama mamãe do fundo do coração. É louco por ela. Meu verdadeiro pai abandonou nós duas logo depois que eu nasci. Mamãe passou a não confiar em homem algum depois disso. Tony era do tipo que não aceitaria um "não" como resposta. Era encantador observá-lo cortejando-a.

— Entendo. — Com um sorriso doce, Alfonso a encorajou a continuar.

— O casamento deles foi maravilhoso. Mamãe estava radiante no tailleur Chanel creme com guarnições em pele sintética marrom. Os acessórios também eram marrons, exceto o chapeuzinho elegante, que era de feltro creme debruado com pele também sintética.

— Desculpe-me por minha ignorância, mas o que vêm a ser acessórios?

— Sapatos, bolsa, luvas e chapéu. — Ela riu.

— Vocês mulheres são muito complicadas nesse negócio de vestuário...

— Tem razão. Eu, por exemplo, adoro me vestir no rigor da moda.

— Eu já sou meio despojado no vestir — Alfonso afirmou, com franqueza.

— Igual a Tony. Foi um custo fazê-lo alugar um smoking para o casamento. Por ele, teria posto um par de tênis nos pés. Não imagina a batalha que enfrentamos para que colocasse um cravo na lapela do smoking, a fim de dar um charme especial ao noivo.

— Tony não estaria muito fora de moda, sabia? — disse Alfonso. — Li nos jornais que, numa festa de gala, o primeiro-ministro do Canadá inovou, indo de tênis e bermuda. Dizem que a rainha da Inglaterra, presente ao evento, ficou horrorizada pela quebra do protocolo do ilustre cavalheiro.

— Também não era para menos, concorda? — Anahí jogou a cabeça para trás, gargalhando.

— Os tablóides de mexericos disseram que a rainha teria comentado com uma duquesa na festa: "Se pelo menos as pernas dele não fossem tão feias..." — Alfonso achou graça da própria piada.

— A moda é fútil, mas é soberana no meio feminino, não tem jeito. Christopher é um rapaz elegante, que sabe se vestir bem.

— E você e Christopher? Quero dizer... não estavam romanticamente envolvidos na ocasião?