Fanfic: Meu Inferno Gelado | Tema: outros

- Sim você é! Quer saber Lorena porque eu implico com você? Bom, vamos lá - ele disse me olhando de um jeito que fez meu coração perder uma batida, o olhar dele era tão forte, como se ele fosse mil anos mais velho e já tivesse vivido mil vidas. – Quando eu tinha sete anos, sim um menininho que amava correr por ai, brincar de futebol, andar de bicicleta, assim como todos os outros dessa idade, porém certo dia fui ao sitio do meu avô que vivia naquela época na franca, ele tinha vários cavalos lindos, e eu louco para poder montar num daqueles, então meu pai pegou o mais manso que tinha naquele lugar, era o cavalo mais lindo que eu tinha visto o preferido do meu avô, eu o montei, no primeiro, no segundo, em vários dias seguidos, ate que num certo dia o cavalo perdeu o controle, a ferradura estava começando a perfurar o casco, o cavalo ficou irritado com a dor e então ele disparou, eu cai em cima da cerca, acordei três semanas depois, e meu primeiro diagnostico foi paralisia T12 á L2. – ele disse como se contasse uma historia normal, não havia nenhuma dor em sua voz, muito menos em sua expressão. - Você acha que sua vida e difícil, então diga a uma criança de sete anos que ela nunca mais poderá andar de novo? Agora olha pra mim e olha para você. Eu não sinto pena de mim, eu sou o melhor que eu posso ser, sou independe não preciso que ninguém me dê banho muito menos que limpem minha bunda, e agradeço a Deus todos os dias por isso! Eu não reclamo por que estou nessa cadeira, sei que existem pessoas em situações piores que as minhas, mas você, você reclama de tudo, você esta viva, está de pé, tem uma família que te ama um irmão que se sacrifica para te proteger ele faria tudo por você, tudo! – ele disse passando a mão pelos cabelos mais uma vez, talvez aquele fosse um sinal de nervosismo.

Eu não sabia o que dizer, o olhando assim forte e determinado era difícil dizer alguma coisa, ele tinha uma condição péssima, deveria ser horrível não poder andar, mas ele não se importava, não mesmo, eu sabia e todos a sua volta sabiam disso, seu sorriso irônico e seus olhos emanando força era o suficiente para saber que ele era tão foda quando qualquer bad boy. Mas eu tinha aprendido algumas coisas na vida, a dor era uma coisa relativa, cada um lida de um jeito com ela.

- Eu perdi minha mãe, meu pai entrou em depressão, fiquei anos pensando que meu irmão tinha se mudado para fugir de mim. Foi difícil para mim! Não julgue minha dor, são meus sentimentos. – eu disse um pouco rude demais.

- Não estou te julgando, estou apenas dizendo para olhar ao redor, a vida não é apenas preto e branco, existem outros caminhos para se olhar. – ele disse calmo, e toda a arrogância que havia nele sumiu dando lugar a um rosto cansado. – Meu pai ate hoje se culpa, ele acha que tudo o que houve naquele dia foi sua culpa, por isso estou aqui!

- Na minha casa? – perguntei confusa.

- Também, na verdade, estou fazendo um tratamento com medula óssea. Mas eu não faria, faço apenas pela minha família. – ele disse cansado

- Porque e contra? – aquele cara só podia ser louco.

- Já me acostumei com a minha vida, como eu te disse antes eu não reclamo por estar aqui! – ele disse apontando para a cadeira – Claro que seria maravilhoso andar mais uma vez, porém os médicos já me disseram que e impossível, mas eu posso voltar a sentir, a sentir muito mais do que sinto agora. Não gosto de criar expectativa sobre esse assunto, eu já sofri o bastante com isso. – ele disse passando as mãos pelas coxas.

- Bem que o Josh disse, você é uma pessoa diferente! – eu disse o observando.

- Josh acha que sou um filósofo, eu apenas digo que sou observador. Além da dor, dor faz você crescer mais rápido do que imagina. – ele disse sorrindo.

Sorri de volta e o encarei por mais alguns segundo, agora eu entendia porque os boatos sobre as mulheres darem em cima dele, o cara era encantador e gostoso, muito gostoso.

- Vou deixar você fazer suas coisas, boa noite! – eu disse saindo do quarto, mas pude ouvi ele me desejando uma boa noite também. Sorri balançando a cabeça negativamente, ate que ele não é tão filho da pu*ta assim!