Fanfic: Spring of Love - AyA [Adp] [Finalizada] | Tema: Anahí e Alfonso

Retornou ao trabalho ainda um pouco fraca, porém animada.

Atendeu os pacientes e riu dos queixumes de um garotinho cujos pontos cirúrgicos acabara de retirar.

— O Dr. Alfonso não gosta mesmo de crianças - disse ele - Mostrei meu machucado e ele nem ligou. Falou que já vira  piores.

— E deve ter visto. Mas você foi muito corajoso, Patrick. Tanto que merece um prêmio - Anahí deu lhe um chocolate - Vá para casa agora e procure não se meter de novo em encrencas.

— Sim senhora.

Assim que ele saiu, Alfonso entrou na sala.

— Garoto terrível, aquele - comentou.

— E está muito decepcionado com você. Também pudera, nem se comoveu com o machucado dele....

— Foram apenas dois pontinhos! Meu Deus que escândalo ele aprontou !

— Mas você sabe como dói.

— Tão pequeno e tão atrevido. Sabe o que me disse? Que não permitiria que eu tirasse os pontos, que só você sabe como fazer isso.

Anahí riu.

— Fale a verdade: você não gosta de crianças , não é?

Alfonso deu de ombros. Recostou-se à soleira  da porta, as mãos nos bolsos da calça enquanto a observava.

         — Nunca tive muito contato com elas. E, desde que você chegou , lido mais com  os adultos.

Ao sentir aquele olhar ardente, Anahí voltou-se e seu coração disparou. Entreolharam-se por um momento. Alfonso pousou o olhar  na boca sensual, notando o contorno perfeito, os lábios entreabertos. Tentou adivinhar como seria beijá-la. De novo.

Nesse momento Dulce entrou na sala, surpreendendo-os.

— Anahí, eu....Oh,  desculpe, Dr. Alfonso. – A enfermeira que não o notara, acidentalmente esbarrou nele.

— Entre, Dulce! - convidou o médico. – Vim ver se a ficha de Henry Brandy estava com a Dra. Anahí. Não a encontrou onde a deixei.

Dulce sorriu, hesitante.

— Está comigo ,doutor. Peguei por engano.

— Não há problema.

Olhou para Anahí e saiu da sala.

— Espero que não tenham recomeçado a brigar. Seria uma pena! - disse Dulce antes de deixá-la.

Anahí nada respondeu, muito intrigada. Ele jamais a fitara de modo tão intenso, e tão abertamente, como acabara de fazer. Lembrou-se de que ultimamente imaginara ter visto sinais de uma certa atração de um afeto especial nos menores gestos dele, sinais que, tinha certeza, podiam ser meros frutos de sua fantasia.

Não, refletiu, agora não era hora de recomeçar com aquele tipo de tolice. Depois de decidir fazer mudanças radicais na vida, não podia se dar ao luxo de voltar a questionar e analisar cada gesto ou palavra dele, esperando por  uma declaração que jamais seria feita. Tinha que pensar no futuro e esquecer aquele amor não correspondido. Não seria fácil, mas precisaria tentar.