Fanfic: Spring of Love - AyA [Adp] [Finalizada] | Tema: Anahí e Alfonso

Carlos Ponce era alto, moreno, casado, e pai de três crianças. Levava a fotos da família na carteira porque gostava de mostrá-las aos colegas. Tinha informações interessantes sobre o novo sistema de computação. Era dispendioso, mas permitia aos usuários acesso imediato a todas as informações referentes ao campo científico. Tratava-se de uma ferramenta de diagnósticos fantástica, um meio rápido e infalível de obter uma Segunda opinião de autoridades no assunto. No entanto, o preço também era fantástico.

Anahí usava um vestido confeccionado em tecido preto finíssimo, com mangas compridas justas e cintura marcada. O decote, não muito profundo, exibia-lhe ingenuamente o colo adorável. E, como complemento do traje, usava um delicado colar de pérolas adornando o pescoço. Prendera o cabelo num coque levemente despenteado, que lhe dava um ar bastante sensual. Ela agora conversava animadamente com Carlos Ponce, e observando-a movimentar-se, Alfonso foi assaltado por antigas e indesejáveis recordações. Na festa do Natal anterior, ele usava um vestido mais provocante. Tentara beijá-la e fora rejeitado. A atitude despertara-lhe um enorme rancor. Nunca mais tentara se aproximar dela.

— Você tem uma assistente excepcional, Alfonso! - comentou Ponce ao vê-lo aproximar-se. Sabe tudo sobre computadores.

— Anahí é uma adepta da tecnologia. Quanto a mim. Prefiro o jeito antigo. Ela usa o computador até para diagnosticar as doenças dos seus pacientes.

— Muito inteligente. Afinal, os computadores são o nosso futuro. - constatou  Carlos Ponce.

— E são também os causadores  da alta nos honorários médicos. O dinheiro gasto com essas máquinas são sempre repassados aos pacientes, além dos custos hospitalares, das taxas das seguradoras.....

— Eu ainda não conhecia esse seu lado pessimista - comentou Carlos

— Estou sendo apenas realista.- defendeu-se Alfonso.

Ergueu o copo num brinde e sorveu o restante de uísque. Carlos olhou intrigado e ex-colega  de faculdade dirigir-se ao bar.

— Esquisito – comentou - Não me lembro de tê-lo visto tomar mais do que uma dose de uísque.

Anahí acreditou e espantou-se quando o viu pedir mais uma. Depois, enquanto Carlos explicava como funcionava o sistema de computação, não perdeu Alfonso de vista. Não deixou de perceber quando Jennifer foi ao encontro dele. A enfermeira usava um provocante vestido azul. Já era muito bonita, mas aquele vestido revelava todos os seus belos atributos femininos. Viu-a rir sedutoramente e enlaçar Alfonso pelo pescoço, para a alegria de todos os que os observavam. Ele pareceu achar graça e abraçou-a pela cintura estreita. Em seguida abaixou a cabeça para beijá-la de uma forma que excitou Anahí. Nunca estivera naqueles braços, porém já sonhara com isso. Evitou olhar na direção onde o casal se encontrava.

— Alfonso é um especialista na conquista de mulheres bonitas Carlos comentou - Nunca o vi tão desinibido.

Anahí apenas assentiu e procurou mudar de assunto.

— Acha que esse sistema é mesmo seguro, Dr. Ponce?

— Totalmente, a não ser durante tempestades. Aí é melhor desligar o computador, mesmo usando estabilizador.

— Vou me lembrar disso.

— O sistema que uso em meu consultório é muito caro, mas existem outros modelos, mais apropriados às suas necessidades. Na verdade....

Carlos prosseguia dando explicações e Anahí fazia força para ouvi-la atenta a Alfonso, que agora dançava com Jennifer. Pouco depois, enquanto tomava seu segundo drinque, teve início à tradicional brincadeira do beijo de Natal. Todos beijavam todos. Como já estava na festa há duas horas, ela achou melhor sair antes de se sentir totalmente arrasada. Afinal, fora ignorada o tempo todo por Alfonso. Abandonou o drinque pela metade e dirigiu-se a Carlos:

— Foi um prazer conhecê-lo ,mas preciso ir. - disse, e estendeu-lhe a mão .

Carlos apertou-a.

— O prazer foi todo meu. Você saberia me dizer o que foi feito de Christian Chavez? Eu esperava encontrá-lo aqui esta noite.

— Lamento, mas não sei porque ele não apareceu.- respondeu Anahí, dando-se conta de que não ouvira  falar de Christian desde que deixara o hospital.

— Perguntarei a Alfonso. Ele está bastante esquivo esta noite. Não que eu possa culpá-lo. Está  muito bem acompanhado.

Para desespero de Anahí, Carlos ergueu a mão para chamar a atenção do ex colega. Alfonso o viu e logo veio juntar-se a eles, trazendo Jennifer pelo braço. Dirigiu-se a Anahí:

— Ainda aqui? Julguei que já tivesse ido embora.

O sorriso sugestivamente abrasador que assomou àquela boca bonita tornou-se tão irresistível e atraente que ela pensou em bater nele.

— Estou de saída - Anahí tentava mostrar-se confiante. - Carlos perguntou por Christian. Tem notícias dele?

— Christian Chavez encontra-se na Flórida, participando de um seminário de pediatria. Dulce não a avisou?

— Ela anda tão ocupada que deve Ter esquecido.

— Que pena - disse Carlos – Eu gostaria de vê-lo.

— Eu também- falou Anahí. A presença de Alfonso junto a Jennifer a aborrecia –  Carlos, já vou indo.

— Mas não antes de receber pelo menos um beijo, doutora - observou Alfonso, com um brilho intenso nos olhos verdes e um sorriso zombeteiro nos lábios - Me deve um desde a festa do ano passado.

— Creio que mais uma vez vou dispensar a tradição se não se importa.

— Dessa vez você não escapa.

Soltou Jennifer e passou o braço pela cintura de Anahí antes que ela pudesse reagir. Paralisada, ela viu seus lábios serem atraídos para os dele como um imã. Sentiu-se puxada para junto do corpo másculo antes de ser beijada com impetuosidade. Imediatamente ficou tensa e empurrou-o, na tentativa de livrar-se daquela carícia tão ousada. Por um instante, Alfonso resistiu, mas então, respeitando-lhe a vontade, deu um gemido e afastou-se, o olhar preso ao dela  até vê-la partir, deixando todos boquiabertos.